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Livro: Fiqh Al Sunnah (Parte IX) - A Peregrinação

A Peregrinação

(O Hajj)

 

Allah diz: “A primeira Casa (Sagrada), erigida para o gênero humano, é a de Bakka (Meca), onde reside a bênção servindo de orientação à humanidade. Encerra sinais evidentes; lá está a Estância de Abraão, e quem quer que nela se refugie estará em segurança. A peregrinação à Casa é um dever para com Deus, por parte de todos os seres humanos, que estão em condições de empreendê-la; entretanto, quem se negar a isso saiba que Deus pode prescindir de toda a humanidade” (Alcorão 3:96-97).

O Hajj é a ida até Meca em obediência a Allah para realizar Tawaf (sete voltas ao redor da Caaba), Sa’i (As ida e voltas entre os montes Safa e Marwah), a Parada em Arafah e outros atos que fazem parte da peregrinação.

O Hajj é um dos cinco pilares do Islam, um ato obrigatório que faz parte da religião e aquele que nega a sua obrigatoriedade torna-se um incrédulo.

A maioria dos sábios disse que o Hajj foi tornado obrigatório no sexto ano depois da Hégira, pois nesse ano foi revelado o seguinte versículo: “E cumpri a peregrinação e a Umrah, a serviço de Deus” (Alcorão 2:196).

Ibn Al-Qayim disse que o Hajj foi tornado obrigatório no nono ou décimo ano depois da Hégira.

 

As virtudes do Hajj

1-Uma das melhores ações

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) foi perguntado sobre qual é a melhor ação e ele disse: “Crer em Allah e no Seu Mensageiro”. E foi perguntado o que viria depois e Ele disse: “Lutar pela causa de Allah” e ainda o que viria depois e ele disse: “Hajj Mabrur”.

Hajj Mabrur significa um Hajj perfeito sem pecado.

Al-Hassan disse que o Hajj Mabrur é aquele em que a pessoa volta da peregrinação desinteressada nessa vida mundana e se dedica à derradeira vida.

Outros dizem que o Hajj Mabrur é aquele em que a pessoa seja caridosa e simpática com os outros.

2-O Hajj é uma luta pela causa de Allah (Jihad)

Al-Hassan In Ali relatou que um homem veio até o Profeta (SAW) e disse que era um homem covarde e fraco. O Profeta (SAW) disse: “Faça um Jihad em que não haja nenhum espinho: O Hajj”.

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “O Jihad da pessoa idosa, do fraco e da mulher é o Hajj”.

Tendo em vista que o Jihad é a melhor das ações, Aicha perguntou ao Profeta (SAW) se as mulheres deveriam lutar pela causa de Allah e ele disse: “O melhor Jihad é um Hajj Mabrur”.

Aicha disse que depois disso ela nunca mais deixou de executar o Hajj.

3-O Hajj elimina os pecados

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “Aquele que cumprir o Hajj e, durante esse período, não tiver relações sexuais com sua esposa, não cometer pecado e disputar injustamente com alguém, regressará do Hajj purificado como no dia em que nasceu”.

Amr Ibn Al-Ass disse que quando Allah pôs o Islam em seu coração, foi ter com o Profeta e lhe disse: Dá-me a tua mão direita para receberes o meu testemunho e o meu compromisso para contigo! Porém, quando o Mensageiro estendeu-lhe a mão direita, Amr retirou a sua e pediu-lhe uma condição, que fosse perdoado. Então o Profeta lhe disse: “Não sabes, acaso, que o Islam apaga todo o passado, quando a pessoa o abraça? Que a emigração apaga tudo o que ocorreu anteriormente a ela? E que a peregrinação apaga tudo o que se passou anteriormente a ela?”

Abdullah Ibn Massud relatou que o Profeta (SAW) disse: “Continuem a fazer o Hajj e a Umrah, visto que estas eliminam a pobreza e o pecado, precisamente como os foles eliminam as impurezas do ferro, do ouro e da prata, e a recompensa do Hajj Mabrur é o paraíso”.

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “O lutador pela causa de Allah, o peregrino e aquele que executa Umrah são todos convidados de Allah. Quando eles O invocam, Ele os atende e quando eles pedem o Seu perdão, Ele os perdoa”.

4-A recompensa do Hajj é Paraíso

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “A Umrah seguida por outra Umrah, expia as faltas cometidas entre as duas e a recompensa do Hajj Mabrur é nada menos que o paraíso”.

Jaber relatou que o Profeta (SAW) disse: “Essa casa (a Caaba) é um pilar do Islam. Aquele que viaja até ela estará sob os cuidados de Allah; se morrer, entrará no paraíso e se retornar, será recompensado”.

 

O mérito de gastar com o Hajj

Buraidah relatou que o Profeta (SAW) disse: “Gastar com o Hajj é equivalente ao gastar pela causa de Allah. Cada Dirham é multiplicado por setecentos”.

 

O Hajj é obrigatório uma vez na vida

Todos os sábios concordam que o Hajj é obrigatório apenas uma vez na vida, mas pode ser repetido para cumprir uma promessa ou mesmo voluntariamente.

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) proferiu um sermão (Khutbah) e disse: “Ó Povo, Allah ordenou-vos o Hajj, por isso, fazei o Hajj”. Um homem perguntou se seria todo ano e o Profeta (SAW) não respondeu. Ao repetir a pergunta por três vezes, o Profeta (SAW) disse: “Se eu disser sim, isso se tornaria obrigatório e vocês não seriam capazes de fazer isso. Então, não me questioneis acerca das questões que vos mencionei. O que levou os povos que vos precederam para a perdição foi a insistência em fazerem perguntas sobre questões desnecessárias, além de manterem divergências com os seus profetas. Assim sendo, abstenham-se do que vos proíbo e quando lhes ordeno algo, buscai-o de acordo com a vossa capacidade”.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) proferiu um sermão (Khutbah) e disse: “Ó Povo, Allah ordenou-vos o Hajj, por isso, fazei o Hajj”. Al-Aqraa Ibn Habis perguntou se seria todo ano e o Profeta disse: “Se eu disser sim, isso se tornaria obrigatório e vocês não seriam capazes de fazer isso. Então, o Hajj é uma vez na vida e aquele que quizer fazer mais, que faça isso voluntariamente”.

 

O Hajj deve ser feito o quanto antes ou pode ser adiado?

Ach-Chafii, Ath-Thauri, Al-Auzaii e Muhammad Ibn Al-Hassan dizem que o Hajj é uma obrigação que pode ser adiada, mas deve ser feito antes da morte. O Hajj foi prescrito no sexto ano depois da Hégira e o Profeta (SAW) o executou no décimo ano da Hégira com as suas esposas e muitos companheiros.

Ach-Chafii disse que o Hajj é obrigatório uma vez na vida, o tempo para executá-lo começa com a puberdade e termina antes da morte.

Abu Hanifah, Ahmad, Malik e alguns companheiros de Ach-Chafii dizem que o Hajj deve ser feito o mais cedo possível. Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “Quem quer que deseje fazer o Hajj, que se apresse a fazê-lo, porque pode cair doente ou pode surgir alguns outros problemas”.

O Profeta (SAW) também disse: “Se apressem a fazer o Hajj, pois ninguém sabe o que pode lhe acontecer”.

Os primeiros muçulmanos disseram que quando a pessoa está em condições de fazer o Hajj, é recomendado fazê-lo o quanto antes.

 

Quem deve fazer o Hajj

Todo muçulmano adulto, são, livre e que tiver condições de fazer o Hajj deve fazê-lo.

A pessoa que não possui essas condições, não é obrigada a fazer o Hajj. O Profeta (SAW) disse: “Não há nenhuma obrigação para três pessoas: aquele que estiver dormindo até que acorde, a criança até que se torne adulta e aquele que é insano, até que se torne são”.

 

As condições

Allah diz: “A peregrinação à Casa é um dever para com Deus, por parte de todos os seres humanos, que estão em condições de empreendê-la” (Alcorão 3:97).

Essas condições são:

1-A pessoa deve ser saudável:

Se a pessoa for idosa ou estiver com uma doença crônica, mas tiver o dinheiro suficiente para fazer o Hajj, deve pedir para alguém fazê-lo em seu nome.

 2-O caminho para Meca deve ser seguro:

Se o caminho para Meca não for seguro por motivo de guerra, doença contagiosa ou por qualquer outro motivo, em tal situação, a pessoa não está em condições de empreender o Hajj.

3-As despesas e o sustento devem ser garantidos:

As despesas e o sustento devem ser garantidos desde o início da viagem para o Hajj até o regresso.

4-O meio de transporte deve ser garantido:

O muçulmano que mora longe da Meca deve ter o meio de transporte garantido desde o inicio da viagem para o Hajj até o regresso, independente se a viagem é feita de carro, avião, navio ou qualquer outro meio.

O muçulmano que mora perto de Meca e consegue chegar até lá a pé, deve fazer o Hajj, pois está em condições de empreendê-lo.

Anas relatou que o Profeta (SAW) foi perguntado sobre quais seriam as condições para empreender o Hajj e ele disse: “O sustento e a montaria”.

Ali relatou que o Profeta (SAW) disse: “Aquele que possui o sustento e a montaria para levá-lo até a Casa de Allah e não executa o Hajj, morrerá como um judeu ou um cristão, pois Allah diz: “A peregrinação à Casa é um dever para com Deus, por parte de todos os seres humanos, que estão em condições de empreendê-la” (Alcorão 3:97).

Ibn Taimiyah disse que o Hajj é uma adoração que necessita de viagem, por isso a pessoa deve ter o sustento e a montaria garantidos. Allah diz: “Não há culpa sobre os indefesos, nem sobre os enfermos e nem sobre os que não encontram recursos” (Alcorão 9:91). E diz: “Assim como foram considerados (isentos) aqueles que se apresentaram a ti, pedindo que lhes arranjasse montaria, e lhes disseste: Não tenho nenhuma para proporcionar-vos” (Alcorão 9:92).

No livro Al-Muhazzab o autor disse que se uma pessoa possui dinheiro suficiente para garantir o sustento e a montaria, mas estiver endividado, pode pagar a sua divida primeiro, pois o Hajj pode ser adiado. Se uma pessoa precisa comprar uma casa para morar, pode comprar a casa. Se uma pessoa solteira precisa desse dinheiro para casar, pode casar primeiro.

Abu Al-Abbas disse que se a pessoa precisa desse dinheiro para usá-lo como capital para trabalhar e tirar o seu sustento, não é obrigado a fazer o Hajj nesse momento.

No Al-Mughni o autor disse que se a pessoa estiver endividada, mas o pagamento da dívida estiver garantido, deve fazer o Hajj.

Ach-Chafii disse que se uma pessoa emprestar sua montaria para outra pessoa executar o Hajj, essa pessoa não é obrigada a aceitar esse favor. Mas se um filho deu ao seu pai o sustento e a montaria, o pai deve fazer o Hajj.

Ahmad disse que a pessoa não é obrigada a ir para o Hajj tendo a sua despesa paga por outra pessoa, independente se essa pessoa é um parente ou uma pessoa estranha.

5-Não há nenhum obstáculo no caminho para o Hajj:

Não deve haver nada obstrua o caminho de quem pretende fazer o Hajj, como por exemplo, um governante injusto ou a pessoa teme ser presa.

 

O Hajj da criança e do escravo

A criança e o escravo não são obrigados a fazer o Hajj, mas se eles o fizerem, o Hajj está valido, mas precisa ser repetido. Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “A criança que executa o Hajj, deve fazê-lo novamente ao se tornar adulta e o escravo que executa o Hajj, deve fazê-lo novamente ao ser libertado”.

Saib Ibn Yazid disse que quando tinha sete anos, acompanhou o Profeta (SAW) na peregrinação da despedida junto com seu pai.

Todos os sábios dizem que a criança que executa o Hajj, deve executá-lo novamente ao se tornar adulta.

Ibn Abbas disse que uma mulher levantou uma criança e perguntou ao Mensageiro de Allah se poderia fazer o Hajj e Ele disse que sim e que ela seria recompensada.

Jaber disse que executou o Hajj junto com o Profeta (SAW) acompanhados de mulheres e crianças e fizeram o Talbiyah e o Rami pelas crianças.

 

O Hajj da mulher

A mulher é obrigada a fazer o Hajj igual ao homem, mas ela deve ir com seu marido ou um Mahram.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “Que nenhum homem esteja a sós com uma mulher, a não ser na presença de um Mahram e que nenhuma mulher viaje sem um Mahram”. Então um homem disse que sua esposa havia viajado para o Hajj e ele se alistado para uma expedição. Então, o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Vai e acompanha tua esposa”.

Uma mulher escreveu para Ibrahim An-Nakhai dizendo que era uma mulher rica e que ainda não havia executado o Hajj por não ter Mahram e ele lhe respondeu dizendo que, portanto, ela não estava em condições de empreendê-lo.

Abu Hanifah, An-Nakhai, Al-Hassan, Ath-Thauri, Ahmad e Ishaq são da mesma opinião.

Ach-Chafii disse que a mulher deve viajar com seu marido ou um Mahram ou com um grupo de mulheres de confiança.

Alguns sábios dizem que a mulher pode viajar acompanhada de outra mulher, outros dizem que pode viajar sozinha se a viagem for segura.

Alguns sábios dizem que a mulher idosa pode viajar sozinha.

Os sábios que permitiram a mulher viajar acompanhada de outras mulheres se baseiam no seguinte Hadith: “Adi Ibn Hatim disse que estava com o Mensageiro de Allah (SAW) e dois homens chegaram até eles. Um homem reclamou da pobreza e o outro reclamou da falta de segurança no caminho para o Hajj, então, o Profeta (SAW) disse: “Ó Adi, você conhece Al-Hirah (uma cidade no Iraque)”? E ele respondeu que não mas que já ouvira falar dela. Então o Mensagerio (SAW) disse: “Se tiver uma longa vida, iria ver a mulher viajar do Al-Hirah e fazer o Tawaf ao redor da Caaba sem medo senão de Allah”.

Também dizem que Omar na sua última peregrinação, permitiu as esposas do Profeta (SAW) fazer o Hajj. Elas foram acompanhadas por Uthman Ibn Affan e Abdurrahman Ibn Auf. Uthman dizia em voz alta que ninguém se aproximasse e nem olhasse para elas e elas permaneceram nos Haudaj (Um tipo de uma tenda montada em cima do camelo).

Se uma mulher executar o Hajj sem ser acompanhada pelo marido ou um Mahram, o seu Hajj será correto.

Ibn Taimiyah disse que se uma pessoa executar o Hajj sem ter condições, o seu Hajj será válido e se uma mulher executar o Hajj sem seu marido ou um Mahram, seu Hajj será válido.

Enfim, podemos dizer que aqueles que são considerados sem condições de fazer o Hajj como o idoso, o doente, o pobre, a pessoa sem montaria, a mulher sem Mahram e outros que se enquadram nessa categoria, executar o Hajj, ele será válido. A pessoa que não possui montaria e faz o Hajj a pé, a sua recompensa será maior. A mulher que executar o Hajj sem Mahram, terá feito errado, mas seu Hajj será válido.

No livro Al-Mughni o autor disse que se uma pessoa que estiver sem sustento e sem montaria e mesmo assim executar o Hajj, ele será válido.

 

A mulher deve pedir permissão do marido para fazer o Hajj?

É recomendado que a mulher peça permissão ao marido para fazer o Hajj, mas se ele não permitir, ela deve ir sem a sua permissão, pois o Hajj é uma adoração prescrita por Allah e a pessoa não pode desobedecer ao Criador para obedecer ao seu criado.

A mulher pode ir ao Hajj para cumprir uma promessa sem permissão do marido, mas se ela quizer fazer o Hajj voluntariamente, ela necessita da sua permissão.

Ibn Omar disse que se uma mulher é casada e possui dinheiro e quer fazer um Hajj voluntário, ela não pode fazer se o seu marido não lhe der permissão, pois o Profeta (SAW) disse que pode ir apenas com a permissão do seu marido.

 

Morrer antes de fazer o Hajj

Se uma pessoa morrer antes de realizar o Hajj ou se fez uma promessa de executar o Hajj, mas morreu antes de cumpri-la, o seu herdeiro deve realizar o Hajj em seu nome e as despesas devem ser pagas com a herança.

Ibn Abbas relatou que uma mulher da tribo de Juhainah veio até o Profeta (SAW) e disse que sua mãe fez uma promessa de realizar o Hajj, mas morreu antes de cumpri-la e o Profeta (SAW) disse que ela deveria executar o Hajj em seu nome e lhe perguntou: “Se houvesse qualquer outra dívida sobre a sua mãe, você a pagaria por ela?” E a mulher respondeu que sim, o Profeta (SAW), então, disse: “Allah é mais merecedor para que a dívida com Ele seja paga”.

Este hadith mostra que fazer o Hajj em nome de uma pessoa falecida é uma obrigação, independente se o falecido deixou um testamento para este feito ou não, pois todas as dívidas deixadas pelo falecido devem ser pagas, assim como todas as outras obrigações como zakat, uma expiação ou promessa.

Ibn Abbas, Zaid Ibn Thabit, Abu Hurairah e Ach-Chafii são dessa opinião e dizem que as despesas devem ser pagas do dinheiro do falecido.

Se a riqueza deixada pelo falecido é insuficiente para pagar todas as dívidas, as despesas do Hajj devem ser pagas em primeiro lugar. O Profeta (SAW) disse: “Allah é mais merecedor para que a dívida com Ele seja paga”.

Imam Malik disse que o herdeiro deve executar o Hajj em nome do falecido apenas se ele deixar um testamento para esse feito.

 

Realizar o Hajj em nome de outra pessoa

Aquele que estava em condições de fazer o Hajj, mas depois se tornou incapaz devido a doença ou idade, deve providenciar alguém para realizar o Hajj em seu nome.

Al-Fadhl Ibn Abbas relatou que uma mulher perguntou ao Profeta (SAW) se poderia realizar a peregrinação em nome de seu pai, pois Allah havia tornado o Hajj obrigatório para Seus servos numa época em que ele estava velho e não tinha mais forças para montar num animal e o Profeta (SAW) respondeu que sim, pois isso havia acontecido durante a peregrinação da despedida.

Ath-Thauri, Ibn Al-Mubarak, Ach-Chafi'i, Ahmad e Ishaq dizem que a pessoa pode fazer o Hajj em nome de um falecido. Alguns deles permitiram o Hajj em nome de uma pessoa doente ou idosa que está fisicamente sem condição de executá-lo. Essa é a opinião do Ach-Chafii e Ibn Al-Mubarak.

O Hadith anterior mostra que o homem pode fazer o Hajj em nome de mulher ou de homem e a mulher pode fazê-lo em nome de homem ou de mulher.

 

A pessoa doente que se recupera depois de alguém fazer o Hajj em seu nome

Se uma pessoa doente se recupera depois que alguém tenha realizado Hajj em seu nome, o seu Hajj é válido e ele cumpriu o seu dever. Esta é a visão do Imam Ahmad.

A maioria dos sábios disse que ele deve fazer outro Hajj.

Ibn Hazm disse que essa pessoa não deve fazer outro Hajj, pois o Profeta (SAW) disse que o Hajj é uma divida com Allah, então na verdade a dívida está liquidada e não é necessário pagá-la novamente.

 

Condições para realizar o Hajj em nome de outra pessoa

Aquele que quer realizar o Hajj em nome de outra pessoa deve realizar o seu Hajj antes.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) ouviu um homem durante o Hajj dizendo “Labbaik” em nome de Chabramah. O Profeta (SAW) perguntou se ele já havia realizado o seu próprio Hajj primeiro e ele respondeu que não. Então, o Profeta (SAW) disse: “Faça o seu Hajj e depois faça outro Hajj em nome de Chabramah”.

Essa é a opinião da maioria dos sábios.

 

Fazer o Hajj para cumprir uma promessa antes de fazer o Hajj prescrito

Ibn Abbas e Ikrimah dizem que se uma pessoa deve o Hajj prescrito e um Hajj de promessa, ele pode executar apenas um Hajj e isso será suficiente.

Ibn Omar e Ataa dizem que essa pessoa deve fazer o seu Hajj prescrito primeiro e depois fazer outro para cumprir a sua promessa.

 

Fazer empréstimo para realizar o Hajj

Abdullah Ibn Abi Aufa disse que perguntou ao Profeta (SAW) se a pessoa pode pegar dinheiro emprestado para realizar o Hajj e ele respondeu que não.

 

Realizar o Hajj com dinheiro ilícito

A maioria dos sábios disse que a pessoa que realiza o Hajj com dinheiro ilícito, o seu Hajj é válido, mas estará cometendo um grave pecado.

Ahmad disse que o Hajj dessa pessoa é inválido.

A opinião de Ahmad é a mais correta, pois o Profeta (SAW) disse: “Allah é Bom e Ele só aceita o que é bom”.

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “Quando um peregrino vai ao Hajj com dinheiro lícito, coloca os seus pés nos estribos e diz: Eis-me aqui, ó Allah! Um anjo do céu dirá: Seu chamado foi ouvido, seja benvindo, o seu sustento é lícito, a sua montaria é lícita e seu Hajj é Mabrur, livre do pecado. Quando um peregrino vai ao Hajj com dinheiro ilícito, coloca os seus pés nos estribos e diz: Eis-me aqui, ó Allah! Um anjo do céu dirá: Seu chamado não foi ouvido e você não é benvindo, o seu sustento é ilícito, a sua montaria é ilícita e seu Hajj é feito do pecado e não terá nenhuma recompensa”.

 

Realizar o Hajj a pé ou montado

A maioria dos sábios disse que fazer o Hajj por cima de uma montaria é melhor, pois o Profeta (SAW) realizou o Hajj montado.

Ishaq Ibn Rahawaih disse que a pé a recompensa é maior.

Anas relatou que o Profeta (SAW) viu um homem idoso andando apoiado por seus dois filhos durante o Hajj, pois ele havia feito a promessa de fazer o Hajj andando e o Mensageiro (SAW) disse: “Allah não necessita que a pessoa se torture desse jeito” e ordenou ao homem que realizasse o Hajj montado.

 

Negociar durante o Hajj

A pessoa pode vender e comprar durante o Hajj e Umrah.

Ibn Abbas disse que, no começo, quando o Hajj foi prescrito, as pessoas negociam em Mina, Arafah e no mercado de Zhul-Majaz durante o Hajj e depois ficaram com medo de negociar no estado de Ihram. Então, Allah revelou o versículo: “Não sereis censurados se procurardes a graça do vosso Senhor (durante a peregrinação)” (Alcorão 2:198).

Certa vez, Abu Umamah Al-Taymi perguntou para Ibn Omar se seu Hajj seria válido se ele negociasse e ele respondeu dizendo que se realizar o Ihram, Talbiyah, Tawaf, Ifadhah e Rami, que o Hajj é válido sim, pois certa vez, uma pessoa veio ao Profeta (SAW) e perguntou-lhe algo semelhante e Allah revelou o seguinte versículo: “Não sereis censurados se procurardes a graça do vosso Senhor (durante a peregrinação)” (Alcorão 2:198).

Um Homem perguntou a Ibn Abbas se seria recompensado com o Hajj, já que para ganhar o seu sustento, ajuda os peregrinos e realiza o Hajj com eles e Ibn Abbas respondeu que sim já que Allah disse: “Estes, sim, lograrão a porção que tiverem merecido, porque Deus é Destro em ajustar contas” (Alcorão 2:202).

 

A peregrinação (O Hajj) do Profeta (SAW)

Muhammad Ibn Ali Ibn Al-Hussain Ibn Ali Ibn Abi Talib disse que certa vez, foram visitar o companheiro do Profeta (SAW) Jaber Ibn Abdullah que já estava com uma idade avançada e havia perdido a visão. Quando chegaram em sua casa, ele começou a perguntar para reconhecer as pessoas. Ao chegar a vez de Muhammad Ibn Ali, Jaber colocou a mão em sua cabeça, desabotoou sua camisa e colocou a sua mão sobre o seu peito (para abençoar) e disse: Ó meu sobrinho, faça-me uma pergunta! A hora da oração já tinha chegado, então, ele levantou-se coberto com um pequeno manto e liderou a oração. Ao terminar, Muhammad Ibn Ali disse: Diga-me sobre a peregrinação do Profeta (SAW). Então, ele ergueu nove dedos da sua mão e disse: O Mensageiro de Allah (SAW) ficou nove anos em Medina sem fazer o Hajj. No décimo ano, mandou anunciar que ele pretendia ir a Meca para realizar a peregrinação. Um grande número de pessoas chegou a Medina (Aproximadamente 114 mil muçulmanos) para acompanhar o Profeta (SAW) e realizar o Hajj com ele. Partimos de Medina e quando chegamos a Zhul-Hulaifah (Miqat do povo da Medina), Asmaa Bint Umais deu à luz Muhammad Ibn Abu Bakr. Ela mandou perguntar ao Profeta (SAW) o que deveria fazer e Ele disse: “Executa o Ghusl, amarre um pano sobre as partes intimas e inicia o Ihram”. Então, o Profeta (SAW) executou duas Raka’a na mesquita, montou sua camela Al-Qaswaa e seguimos até Al-Baidaa. Olhei até onde minha vista podia alcançar e vi as pessoas acompanhando o Profeta (SAW) por sua direita, por sua esquerda, por trás, pela frente, pessoas montadas e outras a pé, todas olhando para o Mensageiro de Allah (SAW) para saber o que fazer, pois, o Alcorão foi revelado a ele e somente ele é quem sabe a sua interpretação. Então, ele iniciou a Talbiyah:

 

لَبَّيْكَ اللَّهُمَّ لَبَّيْكَ، لَبَّيْكَ لاَ شَرِيْكَ لَكَ لَبَّيْكَ، إِنَّ الْحَمْدَ وَالنِّعْمَةَ لَكَ وَالْمُلْكَ لاَشَرِيْكَ لَكَ

 

Labbaika Allahumma Labbaik, labbaika la charika laka Labbaik, innal Hamda wan-ni'mata laka wal Mulk, la charika lak

 

“Eis-me aqui, ó Allah, eis-me aqui. Eis-me aqui, Tu que não possuis nada que se compare a Ti, eis-me aqui. Na verdade, todo louvor, graça e soberania são Teus. Tu não possues nenhum sócio”.

 

E as pessoas também pronunciaram esta Talbiyah que é pronunciada até hoje.

Jaber continuou: “Nossa intenção era fazer o Hajj, pois não fazemos a Umrah na epoca do Hajj. Ao chegar na Casa de Allah, o Profeta (SAW) tocou na Pedra Preta e fez sete voltas ao redor da Caaba. Nas primeiras três voltas ele andou rapidamente e nas outras quatro andou normalmente. Foi até Maqam Ibrahim e recitou: Adotai a Estância de Abraão por oratório” (Alcorão 2:125) rezou duas Raka’a atrás do Maqam Ibrahim (o Maqam ficou entre ele e a Caaba), depois de Al-Fatihah, na primeira Raka’a ele recitou Surata de Al-Kafirun e na segunda recitou Surata Al-Ikhlas. Depois ele tocou na Pedra Preta novamente e saiu pela porta de Safa. Ao se aproximar de Safa, ele recitou: “As colinas de Safa e Marwa fazem parte dos rituais de Deus” (Alcorão 2:158) e disse: Eu começarei com o que Allah começou e subiu Safa até que ele viu a Caaba e pronunciou La ilaha illa Allah, fez o Takbir e disse:

 

لا إِلَهَ إِلا اللَّهُ وَحْدَهُ لا شَرِيكَ لَهُ لَهُ الْمُلْكُ وَلَهُ الْحَمْدُ وَهُوَ عَلَى كُلِّ شَيْءٍ قَدِيرٌ لا إِلَهَ إِلا اللَّهُ وَحْدَهُ أَنْجَزَ وَعْدَهُ وَنَصَرَ عَبْدَهُ وَهَزَمَ الأحزابَ وَحْدَهُ
 

Laa ilaaha illal-lah wahdahu laa chariika lah, lahul-mulku walahul-hamd, wa huwa alaa kulli chayin qadiir, Laa ilaaha illal-lah wahdahu anjaza waadahu wa nassara abdahu wa hazamal-ahzaba wahdahu.

 

“Não há divindade além de Allah o Único que não possui sócio, Ele é o possuidor de toda soberania e louvores. Ele é quem possui poderes sobre todas as coisas. Não há divindade além de Allah, que cumpriu Sua promessa, deu a vitória a Seu servo e derrotou sozinho as tribos”.

 

Ele repetiu isso três vezes e fez umas súplicas. Em seguida, ele pegou o caminho pra Marwa descendo rapidamente até ao fundo do vale e depois subiu caminhando normalmente até Marwa. Lá, ele fez o que havia feito em Safa.

Ao terminar o Sa’i em Marwah, ele disse: “Se eu não tivesse trazido as oferendas (Al-Hadi), iria fazer apenas Umrah. Então, aquele que não trouxe oferenda, que interrompa o seu Ihram e faça Umrah”.

Suraqah Ibn Malik lhe perguntou: Ó mensageiro de Allah, isso é para esse ano ou para sempre?

O Profeta (SAW) entrelaçou os dedos de uma mão na outra e disse: “A Umrah tornou-se incorporada ao Hajj para sempre, a Umrah tornou-se incorporada ao Hajj para sempre”.

Ali veio do Iêmen trazendo animais de sacrifício para o Profeta (SAW) e encontrou Fátima com roupas coloridas e Kohl nos olhos. Ao demonstrar insatisfação pelo fato, ela disse: Meu pai me ordenou a fazer isso. Ali relatava esse fato quando estava no Iraque e dizia: Eu fui até o Profeta (SAW) zangado para perguntar o que havia acontecido e ele me disse: “Ela falou a verdade, ela falou a verdade. E o que você disse quando decidiu fazer o Hajj”? Ali respondeu que disse que faria o que o Mensageiro faria. Então, o Profeta lhe disse: “Nós temos oferendas, então, ficaremos em Ihram”.

A soma das oferendas que o Profeta (SAW) trouxe de Medina e as que Ali trouxe do Iêmen é de cem animais.

Jaber continuou dizendo que o Profeta (SAW) e as pessoas que tinham oferendas realizaram o Hajj e aquelas que não tinham oferendas fizeram Umrah.

No dia do Tarwiyah, dia 8 de Zhul Hijjah, foram para Mina e iniciaram o Hajj.

Em Mina, o Profeta (SAW) rezou o Dhuhr, o Asr, o Maghrib, o Icha’a e o Fajr.

Depois do Fajr, quando o sol se levantou, ele ordenou montar sua tenda em Namirah, deixou Mina, deu uma parada no Al-Mach'ar Al-Haram como o Quraich costumava fazer no período pré-islâmico e depois seguiu até o monte Arafah onde a sua tenda foi montada em Namirah. Descansou até que o sol passou o meridiano, pediu que a sua camela Al-Qaswaa fosse trazida, montou-a, foi até o vale e fez a seguinte Khutbah: “Ó gente, ouvi-me atentamente porque não sei se estarei entre vós depois deste ano. Portanto, ouve o que tenho a dizer com muita atenção e levai essas palavras àqueles que não puderam estar presentes aqui, hoje. Ó gente, da mesma forma que guardai este mês, este dia, esta cidade como sagrados, respeitai também a vida e propriedade de todo muçulmano como uma responsabilidade sagrada. Devolvei os bens que vos foram confiados aos seus legítimos donos. Não fira ninguém porque assim ninguém vos ferirá. Lembrem-se de que verdadeiramente vós vos encontrareis com o vosso Senhor e que Ele acertará as contas. Deus proibiu a usura (juros), portanto, todas as obrigações decorrentes de juros devem ser postas de lado. Vosso capital, no entanto, cabe a vós mantê-lo. Jamais imponhais e nem sofreis qualquer espécie de iniqüidade. Deus sentenciou que não haverá juros e que todos os juros devidos a Abbas Ibn 'Abd'al Muttalib (tio de Muhammad) serão anulados. Cuidado com o Satanás, para segurança de vossa religião. Ele perdeu toda a esperança de que pudesse desviar-vos das grandes coisas, portanto, cuidado para não segui-lo nas pequenas. Ó gente, é verdade que vós tendes certos direitos em relação a vossas mulheres, mas elas também têm direitos sobre  vós. Lembrai-vos de que vós as tomastes por esposas na confiança  de Allah e com a Sua permissão. Se elas forem fiéis então a elas pertence o direito de serem alimentadas e vestidas com bondade. Tratai suas mulheres bem e sejai gentis com elas porque elas são vossas parceiras e auxiliares comprometidas. E é vosso direito que elas não façam amizade com quem  não aproveis e que elas jamais sejam impuras. Ó gente, levai-me a sério, adorai Allah, fazei as cinco preces diárias (salat), jejuai no mês de Ramadan e distribui de vossos bens em Zakat. Fazei o Hajj (peregrinação) desde que possível. Toda a humanidade provém de Adão e Eva, um árabe não é superior a um não árabe, nem um não árabe é superior a um árabe; o branco também não é superior ao negro, nem o negro tem qualquer superioridade sobre o branco, exceto quanto à justiça e aos bons atos. Sabei que todo muçulmano é um irmão de todo muçulmano e que os muçulmanos constituem uma irmandade. Nada que pertença ao irmão muçulmano é lícito para outro muçulmano, a menos que seja dado livremente e de boa vontade. Portanto, não praticai a injustiça entre vocês. Lembrai-vos de que um dia vós estareis diante de Deus e respondereis por vossos atos. Portanto, cuidado, não vos desvieis do caminho da justiça depois que eu tiver partido. Ó gente, nenhum profeta ou apóstolo virá depois de mim e nem surgirá uma nova fé. Raciocinai bem e compreendei as palavras que vos estou transmitindo. Deixo-vos duas coisas, o Alcorão e o meu exemplo, a sunnah e se seguirdes esses dois, jamais vos desviareis. Todos que me ouvem deverão difundir minhas palavras para os outros, estes para outros e assim por diante, e que o último que as ouvir possa compreender minhas palavras melhor do que aqueles que agora me ouvem diretamente. Seja minha testemunha, ó Deus, de que eu transmiti Vossa mensagem ao Vosso povo”.

Ao encerrar a Khutbah, o Profeta (SAW) perguntou se as pessoas confirmavam que ele havia transmitido a mensagem e elas responderam que sim.

Então, o Profeta (SAW) disse três vezes: “Ó Allah, seja testemunha”.

Depois da Khutbah, ele realizou a oração do Dhuhr e do Asr juntas em congregação com um Azhan e duas Iqamah, sem efetuar nenhuma oração no meio das duas.

Em seguida, ele montou a sua camela, foi até Al-Mauqif onde Al-Qaswaa ficou ao lado das rochas, os pedestres ficaram na frente do Profeta (SAW), ele ficou de frente para a Qiblah, ficou lá até o pôr do sol, sua luz amarela diminuiu e o sol desapareceu completamente. Depois disso, o Profeta (SAW) chamou Ussamah para sentar atrás dele, o cabresto da Al-Qaswaa para mantê-la sob controle perfeito e sinalizou com a sua mão direita para as pessoas andarem com calma. Quando passava por uma terra elevada, ele afrouxava a corda da camela para ela subir e assim foi andando até Muzdalifah.

Em Muzdalifah, ele realizou a oração do Maghrib e do Icha’a juntas em congregação com um Azhan e duas Iqamah sem fazer nenhuma recordação entre as duas e em seguida ele dormiu até o Fajr. Então, levantou, realizou a oração do Fajr com um Azhan e uma Iqamah, montou Al-Qaswaa e foi até Al-Mach’ar Al-Haram e ficou de frente para Qiblah fazendo recordação até clarear o dia.

Antes do sol se levantar, ele chamou Al-Fadhl Ibn Abbas para sentar na sua garupa na camela. Al-Fadhl era um homem branco de cabelo bonito e no caminho, eles passaram por alguns camelos montados por algumas mulheres e Al-Fadhl começou a olhar para elas. Então, o Profeta (SAW) colocou a sua mão sobre o rosto de Al-Fadhl para impedi-lo de olhá-las. O Profeta (SAW) prosseguiu a sua marcha até Al-Muhassir seguindo o caminho do meio até Al-Jamrat Al-Kubra. Então foi até Al-Jamrat que ficava perto da arvore e jogou sete pedras, cada uma do tamanho de um grão de fava, dizendo Allahu Akbar em cada pedra jogada. Depois foi ao lugar onde sacrificavam os animais, sacrificou sessenta e três animais e Ali sacrificou o restante. O Profeta (SAW) e Ali dividiram as mesmas oferendas. O Profeta (SAW) ordenou que fosse cortado um pedaço de carne de cada animal para serem cozidos. Então, ele (SAW) e Ali comeram e tomaram caldo das suas oferendas.

Depois do sacrifício dos animais, o Profeta (SAW) foi até a Caaba, executou Tawaf Al-Ifadhah e rezou o Dhuhr em Meca.

Em seguida, foi até os filhos do Abdul-Muttalib que estavam tirando água do Zamzam para as pessoas beberem e disse-lhes: “Ó filhos de Abdul-Muttalib, tirem água, pois se eu não temesse que as pessoas pensassem que isso faz parte do Hajj, tiraria água junto com vocês. Então, lhe deram um balde para beber.

Os sábios consideram esse Hadith como o melhor sobre o Hajj, pois nele foram mencionadas varias regras:

1-O Ghusl do Ihram é uma sunnah que deve ser feita por todas as pessoas até mesmo pela mulher menstruada ou no pós-parto.

2-Voltar de Arafah pelo caminho do meio, que não é o mesmo da ida, é uma sunnah.

3-Ele foi até Arafah pelo caminho de Dhab e voltou pelo caminho do meio. Isso demonstra que ele foi por um caminho e voltou pelo outro. E isso ele fazia também na oração dos dois Eyd, ia por um caminho e voltava pelo outro.

4-A mulher menstruada ou no pós-parto deve executar o Ghusl, amarrar um pano sobre as partes íntimas e seu Ihram é válido.

5-O Ihram deve ser feito depois de efetuar uma oração obrigatória ou uma oração voluntária.

6-Levantar a voz ao fazer Talbiyah e é melhor não dizer nada além do que foi dito pelo o Profeta (SAW), mas não há problema em acrescentar algumas palavras, pois Omar acrescentou umas súplicas ao fazê-la.

7-Ao chegar em Meca, o peregrino deve primeiro tocar a pedra preta e fazer o Tawaf. Nas primeiras três voltas a pessoa deve andar rapidamente e nas outras quatro deve andar normalmente.

8-Depois do Tawaf, a pessoa deve ir até Maqam Ibrahim e  recitar: “Adotai a estância de Abraão por oratório” (Alcorão 2:125), rezar duas Raka’a atrás do Maqam Ibrahim e depois de Al-Fatihah, na primeira Raka’a a pessoa deve recitar a Surata Al-Kafirun e na segunda recitar a Surata Al-Ikhlas.

9-Tocar a Pedra Preta é uma sunnah que deve ser realizada na entrada e na saída.

10-Depois do Tawaf, a pessoa deve iniciar o Sa’i indo até o ponto mais alto do monte Safa, ficar de frente para Qiblah, fazer três vezes a recordação citada no hadith e fazer outras súplicas.

11-Ao ir até Marwah, a pessoa deve andar rapidamente entre Al-Milain. Isso deve ser feito nas sete rodadas do Sa’i.

12-Em Marwah, a pessoa deve fazer o mesmo que fez em Safa.

13-Com esses atos, a pessoa está realizando apenas a Umrah e já pode cortar o cabelo, pois a Umrah já esta concluída. Assim fizeram os companheiros que realizaram a Umrah e não realizaram o Hajj com Profeta (SAW).

14-Al-Qarin, ou seja, a pessoa que está realizando a Umrah e o Hajj juntos, deve ficar em Ihram.

15-No dia 8 de Zhul-Hijjah, dia de Tarwiyah, a pessoa que estiver realizando apenas o Hajj ou é Qarin, deve ir para Mina.

16-É sunnah, passar o oitavo dia de Zhul-Hijjah e a noite do nono dia em Mina e executar lá a oração do Dhuhr, Asr, Maghrib, Icha’a e Fajr .

17-No nono dia, a pessoa deve sair de Mina depois que o sol se levantar, entrar em Arafah depois que o sol passe do meridiano e executar a oração do Dhuhr e do Asr juntas.

18-Antes de executar a oração do Dhuhr e do Asr juntas, o Profeta ficou em Namirah, que não faz parte de Arafah.

19-O Profeta (SAW) foi até Al-Mauqif depois das duas orações.

20-Fez uma khutbah antes de executar as orações do Dhohr e do Asr.

Durante o Hajj, há quatro Khutbah que são da Sunnah:

-No dia 7 de Zhul-Hijjah depois da oração do Dhuhr, perto da Caaba;

-No dia 9 de Zhul-Hijjah antes da oração do Dhohr e Asr;

-No dia do Eyd Al-Adhha;

-No dia do primeiro Nafr.

21-A sunnah no Al-Mauqif:

-Ir ao Mauqif depois de realizar a oração do Dhuhr e do Asr;

-Ir montada é melhor;

-Parar ao lado das rochas ou na proximidade;

-Ficar de frente para Qiblah;

-Permanecer até o pôr do sol;

-Ao fazer súplica, a pessoa deve levantar as suas mãos até altura do peito;

-Na hora do pôr do sol, a pessoa deve incentivar as outras pessoas a terem calma e a tranquilidade.

22-Em Muzdalifah, a pessoa deve realizar a oração do Maghrib e do Icha’a juntas em congregação, com um Adhan e duas Iqamah, sem fazer nenhuma recordação no meio das duas.

Os sábios concordam com isso, mas divergem sobre o motivo: Alguns dizem que isso é uma parte das normas no Hajj e outros dizem isso é porque as pessoas estão em viagem.

23-Passar a noite e dormir na Muzdalifah: Alguns sábios dizem que esse ato é obrigatório e outros dizem que é uma Sunnah.

24-Rezar o Fajr em Muzdalifah e partir depois da oração.

25-Ir até Al-Mach’ar Al-Haram para suplicar e fazer recordação: a pessoa deve ficar lá até clarear o dia.

26-Ao chegar em Al-Muhassir, a pessoa deve andar rapidamente, pois esse lugar foi onde Allah amaldiçoou os donos do elefante.

27-Ao chegar a Jamrat Al-Aqabah, a pessoa deve apedrejá-la com sete pedras, fazendo o Takbir em cada pedra jogada.

28-Cada pedra deve ser do tamanho de um grão de fava.

29-Depois de jogar as pedras, a pessoa deve sacrificar um animal, se possuir oferenda e em seguida, cortar o cabelo.

30-Depois disso, a pessoa deve ir a Meca e fazer Tawaf Al-Ifadhah.

31-Depois do Tawaf Al-Ifadhah, a pessoa estará livre do Ihram e já pode até ter relação sexual com seu cônjuge.

32-A pessoa que não executa Tawaf Al-Ifadhah, fica livre do Ihram, mas ainda não pode ter relação sexual com seu cônjuge.

Esses são os ensinamentos do Profeta (SAW) que devem ser seguidos durante o Hajj, pois ele (SAW) disse: “Aprendam comigo os seus rituais”.

 

O período em que o Hajj deve ser feito (Al-Mawaqit Al-Zamaniyah)

O Hajj deve ser feito no seu exato período. Allah diz: “Perguntam-te pelas luas crescentes. Dize: São marcas do tempo para a humanidade e também para a peregrinação” (Alcorão 2:189). E diz: “A peregrinação se faz em meses determinados” (Alcorão 2:197).

Todos os sábios concordam que os meses do Hajj mencionados nesse versículos são: Chawwal e Zhul-Qi’dah, mas divergem em relação a Zhul-Hijjah. Alguns sábios dizem que é mês o inteiro e outros dizem que são somente os primeiros dez dias.

Ibn Omar, Ibn Abbas, Ibn Massud, Abu Hanifah, Ach-Chafii e Ahmad dizem que são somente os primeiros dez dias.

Malik disse que o mês inteiro.

Ibn Hazm disse que é o mês inteiro, pois Allah diz: “Em meses determinados” isso quer dizer o mês completo. Além disso, o apedrejamento é um ato do Hajj e ele é realizado no dia 13 de Zhul-Hijjah e Tawaf Al-Ifadhah, um dos pilares do Hajj, pode ser feito até o final do Zhul-Hijjah.

O grande problema é sobre a pessoa que realiza um ato do Hajj depois do décimo dia. Aqueles que dizem que é o mês inteiro, sustentam que essa pessoa não deve sacrificar um animal e aqueles que dizem que é somente os primeiros dez primeiros dias, sustentam que a pessoa deve sacrificar um animal por efetuar um ato de Hajj com atraso.

 

Iniciar o Ihram para o Hajj antes do tempo:

Ibn Abbas, Ibn Omar, Jaber , Ach-Chafii e Ach-Chaukani dizem que o Ihram para o Hajj deve ser iniciado nos meses do Hajj.

Ibn Omar disse que os meses do Hajj são Chawwal, Zhul-Qi’dah e os primeiros dez dias de Zhul-Hijjah.

Ibn Abbas disse que a sunnah é iniciar o Ihram nos meses do Hajj.

Ibn Jarir relatou também que Ibn Abbas disse que o ihram antes dos meses do Hajj é inválido.

Abu Hanifah, Malik e Ahmad dizem que pode se iniciar o Ihram antes dos meses do Hajj, mas isso não é recomendado.

Ach-Chukani disse que o Ihram é um ato do Hajj, por isso, deve ser iniciado durante os meses do Hajj.

 

Os lugares em que o Ihram deve ser iniciado (Al-Mawaqit Al-Makaniyah)

Esses são os lugares em que a pessoa deve iniciar o seu Ihram para o Hajj ou para a Umrah, os quais são indicados pelo Profeta (SAW):

1-O Miqat do povo de Medina é Zhul-Hulaifah: Um lugar que está entre Meca e Medina, a aproximadamente 450 Km ao norte de Meca.

2-O Miqat do povo do Ach-Cham e do Egito é Al-Juhfah (Rabegh): Um lugar que fica a aproximadamente 204 Km a noroeste de Meca.

3-O Miqat do povo de Najd é Qarn Al-Manazil: Uma montanha a aproximadamente 94 Km ao leste de Meca.

4-O Miqat do povo do Iêmen é Yalamlam: Um montanha a aproximadamente 54 Km ao sul de Meca.

5-O Miqat do povo do Iraque é Zhat Irq: Um lugar a aproximadamente 94 Km a nordeste de Meca.

Ao passar por esses lugares, a pessoa deve iniciar o seu Ihram, independente do país de sua partida. O Profeta (SAW) disse: “Esses lugares (Al-Mawaqit) são para os povos desses lados e para toda pessoa que passar por elas, para fazer o Hajj ou Umrah”.

6-O Miqat dos habitantes de Meca para o Hajj é a cidade de Meca e para a Umrah é Al-Hil.

7-O Miqat do habitante que reside entre um Miqat e Meca é a sua casa.

Ibn Hazm disse que aquele que não passa por esses lugares, pode iniciar o seu Ihram onde for possível, na terra ou no mar.

 

Iniciar o Ihram antes do Miqat

Ibn Al-Munzhir disse que todos os sábios concordam que a pessoa pode iniciar o seu Ihram antes do Miqat, mas isso não é recomendado. Os companheiros do Profeta (SAW) dizem que o Profeta (SAW) disse: “O Miqat do povo da Medina é Zhul-Hulaifah”. Então, nós devemos seguir a sua ordem.

 

O Ihram

 

O Ihram é a intenção de realizar o Hajj ou a Umrah ou os dois.

Allah diz: “E lhes foi ordenado que adorassem sinceramente a Deus” (Alcorão 98:5).

O Profeta (SAW) disse: “As obras vêm determinadas pelas intenções. Assim, cada pessoa alcançará o que busca de acordo com suas intenções”.

A pessoa não  precisa pronunciar a intenção, pois o seu lugar é o coração e não a língua.

 

As Normas no Ihram

1-A higiene pessoal: A pessoa deve cortar as unhas e o bigode, raspar os pêlos pubianos e puxar os cabelos das axilas, pentear o cabelo e a barba, executar a ablução ou realizar o Ghusl que é melhor.

Ibn Omar disse que a sunnah é realizar o Ghusl ao iniciar o Ihram e ao entrar em Meca.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “A mulher menstruada ou no pós-parto deve realizar o Ghusl, iniciar o seu Ihram e executar todos os rituais, mas não deve fazer o Tawaf até que se purifique”.

2-Vestir a roupa do Ihram: As roupas do Ihram são duas peças não cozidas de tecido branco, uma para cobrir a parte superior do corpo exceto a cabeça e outra para cobrir a parte inferior.

Ibn Abbas disse que o Profeta (SAW) penteou o seu cabelo, se perfumou, vestiu suas roupas do Ihram e partiu de Medina acompanhado por seus companheiros.

3-Se perfumar: A pessoa pode perfumar o seu corpo e as roupas do Ihram.

Aicha disse que podia ver os traços de perfume brilhando na cabeça do Mensageiro de Allah (SAW) durante o seu Ihram. Também disse que perfumava o Mensageiro de Allah (SAW) antes dele iniciar o seu Ihram e ao sair do Ihram antes do Tawaf. E também que ao ir a Meca com o Mensageiro de Allah (SAW), costumavam aplicar Al-Misk na testa quando iniciavam o Ihram. Quando um deles suavam ou transpiravam, Al-Misk escorregava pelo rosto e o Profeta (SAW) percebia isso e não proibiu sua utilização.

4-Executar duas Raka’a: A pessoa deve executar duas Raka’a sunnah do Al-Ihram. Recitar na primeira Raka’a Al-Fatiha e a Surata Al-Kafirun e na segunda recitar Al-Fatiha e a surata Al-Ikhlas.

Ibn Omar disse que em Zhul-Hulaifah, o Profeta (SAW) realizava duas Raka’a.

Se a pessoa realizar uma oração prescrita, isso lhe é suficiente, não sendo necessário executar as duas Raka’a sunnah do Ihram.

 

Os tipos de Ihram

Os tipos do Ihram são três:

1-Qiran;

2-Tamattu’;

3-Ifrad.

Todos os sábios concordam que qualquer um desses três tipos é suficiente.

Aicha disse que na peregrinação da despedida, partiram de Medina com Mensageiro de Allah (SAW). Alguns iniciaram o Ihram para realizar apenas a Umrah, alguns o iniciaram para realizar o Hajj e a Umrah e outros o iniciaram para realizar apenas o Hajj. O Mensageiro de Allah (SAW) iniciou o Ihram para realizar o Hajj. Aqueles que iniciaram o Ihram para realizar a Umrah, terminaram o Ihram ao concluí-la e aqueles que iniciaram o Ihram para realizar o Hajj ou a Umrah e o Hajj juntos, eles o terminaram no dia do Al-Adhha (10 de Zhul-Hijjah).

1-Al-Qiran: No Al-Qiran o peregrino deve iniciar o seu Ihram no Miqat com intenção de realizar o Hajj e a Umrah e dizer: Labbaika bi Hajj e Umrah, ou então, inicia o Ihram para Umrah e em seguida intenciona o Hajj antes do Tawaf pelo Hajj.

No Al-Qiran, o peregrino termina o seu Ihram quando os rituais da Umrah e do Hajj forem concluídos.

2-At-Tamattu’: No At-Tamattu’, o peregrino realiza a Umrah durante os meses do Hajj e executa o Hajj no mesmo ano.

Como é feito:

1-O peregrino inicia o seu Ihram no Miqat com a intenção de realizar a Umrah dizendo: Labbaika bi Umrah.

2-Chega a Meca em estado de Ihram.

3-Faz o Tawaf.

4-Fazer o Sa’i entre Safa e Marwa.

5-Corta o cabelo.

6-Termina o seu Ihram, veste roupas comuns e pode fazer o que era proibido durante o Ihram.

7-Deve ficar em Meca até o dia do Tarwiyah.

8-No dia do Tarwiyah, deve iniciar o seu Ihram para o Hajj dentro de Meca.

No livro do Al-Fath, o autor disse que no At-Tamattu’, o peregrino deve realizar o Hajj e a Umrah no mesmo ano em apenas uma viagem durante os meses do Hajj. Deve realizar a Umrah primeiro e iniciar o seu Ihram para o Hajj em Meca. Se uma dessas condições não for cumprida, não será mais considerado Tamattu’.

3-Al-Ifrad: No Al-Ifrad, o peregrino deve iniciar o seu Ihram no Miqat com a intenção de realizar apenas o Hajj e dizer: Labbaika bi Hajj, e deve terminar o seu Ihram quando os rituais do Hajj forem concluídos completamente.

Depois do Hajj, o peregrino pode realizar a Umrah.

 

Qual desses três tipos é o melhor:

Os sábios divergem sobre esse assunto.

Ach-Chafiyah dizem que Al-Ifrad e At-Tamattu’ são melhores do que Al-Qiran, e entre Al-Ifrad e At-Tamattu’, alguns dizem que Al-Ifrad é melhor e outros dizem que At-Tamattu´é melhor.

Abu Hanifah disse que o melhor é Al-Qiran e depois At-Tamattu’.

Malik disse que Al-Ifrad é o melhor.

Ahmad disse que At-Tamattu´é o melhor.

Em nossa opinião, At-Tamattu’ é o melhor, pois o Profeta (SAW) desejou fazê-lo e ordenou que os companheiros o realizasse. Jaber Ibn Abdullah disse que iniciaram (os companheiros) o Ihram com a intenção de realizar apenas o Hajj. Na manhã do dia quatro de Zhul-Hijjah, o Profeta (SAW) lhes ordenou que interrompessem o Ihram e disse: “Interrompam o Ihram e mantenham relações com vossas esposas”. E perguntaram como teríam relações com as esposas se faltavam apenas cinco dias para Arafah e ele (SAW) disse: “Vocês sabem que eu sou mais  temente a Allah do que vocês. Se eu não tivesse trazido as oferendas, iria interromper o Ihram convosco. Terminem o vosso Ihram”. Então, interromperam o Ihram em obediência ao Mensageiro de Allah (SAW).

 

Iniciar o Ihram para fazer o Hajj sem citar qual tipo de Ihram irá realizar:

Aquele que inicia o seu Ihram com intenção em fazer o Hajj sem citar qual o tipo de Ihram realizará por não saber, o seu Ihram será correto.

Os sábios dizem que se uma pessoa iniciar o seu Ihram e fizer o Talbiyah para o Hajj, não citar na língua e não tiver a intenção de realizar nenhum desses tipos, o seu Hajj será válido e poderá executar qualquer um dos três.

 

O Tawaf e o Sa’i do Al-Qarin (Aquele que realiza o Qiran) e do Al-Mutamatti’ (Aquele que realiza At-Tamattu’):

Ibn Abbas foi perguntado sobre o Tamattu’ do Hajj e ele disse que na peregrinação da despedida, Al-Muhajirin, Al-Ansar, as esposas do Profeta (SAW) e todos os outros iniciaram o Ihram normalmente. Ao chegar em Meca, o Profeta (SAW) disse: “Façam a intenção de realizar apenas a Umrah, exceto aqueles que trouxeram oferendas”. Então, fizeram o Tawaf e o Sa’i entre Safa e Marwa e vestiramos suas roupas normais e mantiveram relações, cada um com sua esposa. O Profeta (SAW) disse: “Aquele que trouxe uma oferenda, não pode terminar o seu Ihram até oferecer a sua oferenda”.

Na noite do Tarwiyah, o Profeta (SAW) ordenou que iniciassem o Ihram para realizar o Hajj e ao completar todos os ritos do Hajj, fizeram o Tawaf e o Sa’i e ofereceram suas oferendas. Allah diz: “Aquele que realizar a Umra antes da peregrinação, deverá, terminada esta, fazer uma oferenda daquilo que possa. E quem não estiver em condições de fazê-lo, deverá jejuar três dias durante a peregrinação e sete depois do seu regresso, totalizando dez dias” (Alcorão 2:196).

Assim, realizaram a Umrah e o Hajj no mesmo ano. No Alcorão e na Sunnah, At-Tamattu’ é permitido para todas as pessoas exceto para os habitantes de Meca. Allah diz: “Esta penitência é para aquele que não reside próximo ao recinto da Mesquita Sagrada” (Alcorão 2:196).

Os meses do Hajj são Chawwal, Zhul-Qi’dah e Zhul-Hijjah e aquele que realizar o Tamattu’ durante esses meses, deve oferecer um animal ou jejuar.

1-Esse versículo prova que os habitantes de Meca não podem realizar o Tammattu’ e nem o Qiran. Eles podem realizar apenas Al-Ifrad. Allah diz: “Esta penitência é para aquele que não reside próximo ao recinto da Mesquita Sagrada” (Alcorão 2:196).

Os sábios divergem sobre quais são os residentes próximos ao recinto da Mesquita Sagrada. Malik, Al-Aaraj e At-Tahawi dizem que eles são os habitantes de Meca.

Ibn Abbas e Tawus dizem que eles são os residentes próximos ao Haram.

Ach-Chafii e Jarir dizem que são aqueles que residem a uma distância onde a oração não pode ser encurtada.

Abu Hanifah disse que são aqueles que residem entre Meca e Al-Miqat.

Al-Mutamatti’ realiza o Tawaf e o Sa’i para a Umrah na chegada e não é necessário repeti-los ao iniciar o Hajj. Ele deve fazer Tawaf Al-Ifadhah e o Sa’i depois da parada em Arafah.

Em relação ao Al-Qarin, a maioria dos sábios dizem que ele deve fazer apenas um Tawaf e um Sa’i para a Umrah e o Hajj juntos.

Jaber disse que ao realizar Al-Qiran, o Mensageiro de Allah (SAW) realizou apenas um Tawaf para o Hajj e a Umrah juntos.

Ibn Omar relatou que o Mensageiro de Allah disse: “Aquele que iniciar o Ihram com a intenção de executar a Umrah e o Hajj juntos, que faça apenas um Tawaf e um Sa’i para os dois e isso será suficiente. Ele deve ficar em Ihram até terminar os dois”.

O Profeta (SAW) disse para Aicha: “Seu Tawaf ao redor da Casa de Allah e seu Sa’i entre Safa e Marwa são suficientes para o seu Hajj e a sua Umrah”.

Abu Hanifah disse que Al-Qiran deve fazer dois Tawaf e dois Sa’i, entretanto, a primeira opinião é a mais forte.

Al-Mutamatti’ e Al-Qarin devem sacrificar um animal, pelo menos uma ovelha, ou jejuar três dias durante o Hajj e sete dias ao regressar.

É melhor a pessoa jejuar os três dias nos primeiros dez dias de Zhul-Hijjah antes do dia de Arafah.

Tawus, Mujahid e outros sábios dizem que a pessoa pode jejuar esses dias em Chawwal.

Ibn Omar disse que é melhor jejuá-los nos dias 7, 8 e 9 de Zhul-Hijjah.

Aquele que não jejuar esses dias antes do Eyd, pode jejuá-los nos dias do Tachriq. Aicha e Ibn Omar dizem que nos dias do Tachriq, o Profeta (SAW) permitiu o jejum apenas para aqueles que não sacrificaram animais.

Aquele que não jejuou os três dias durante o Hajj, deve jejuá-los mais tarde.

Em relação aos sete dias após o regresso, alguns dizem que a pessoa pode jejuá-los ao regressar ao seu país e outros dizem pode jejuá-los durante a viagem.

A pessoa pode jejuar esses dez dias separadamente.

 

At-Talbiyah

Umm Salamah disse que ouviu o Mensageiro de Allah (SAW) dizer: “Ó família de Muhammad, aquele dentre vós, que pretende realizar o Hajj, deve fazer At-Talbiyah”.

Em relação ao Talbiyah, os sábios divergem.

Ach-Chafii e Ahmad dizem que At-Talbiyah é uma Sunnah e é melhor fazê-la junto com o Ihram. Dizem também que se a pessoa tem intenção de fazer o Hajj, mas não realizou a Talbiyah, o seu Hajj está correto e não precisa pagar resgate.

Abu Hanifah disse que a pessoa que inicia o seu Ihram e não realiza a Talbiyah, não faz recordações ou não leva oferendas, o seu Ihram é inválido, pois a intenção deve ser acompanhada de ações. Ele disse também que se a pessoa inicia o Ihram com a intenção de realizar o Hajj, faz recordações e leva a oferenda, mas não executa At-Talbiyah, o seu Ihram é válido e deve sacrificar um animal.

Malik disse que At-Talbiyah é um ato obrigatório. Aquele que não o executa ou não executou ao iniciar o seu Ihram, deve sacrificar um animal.

1-A Talbiyah do Mensageiro de Allah (SAW):

Ibn Omar disse que At-Talbiyah do Mensageiro de Allah (SAW):

 

لَبَّيْكَ اللَّهُمَّ لَبَّيْكَ، لَبَّيْكَ لاَ شَرِيْكَ لَكَ لَبَّيْكَ، إِنَّ الْحَمْدَ وَالنِّعْمَةَ لَكَ وَالْمُلْكَ لاَشَرِيْكَ لَكَ

 

Labbaika Allahumma Labbaik, labbaika la charika laka Labbaik, innal Hamda wan-ni'mata laka wal Mulk, la charika lak

 

“Eis-me aqui, ó Allah, eis-me aqui. Eis-me aqui, Tu que não possuis nada que se compare a Ti, eis-me aqui. Na verdade, todo louvor, graça e soberania são Teus. Tu não possues nenhum sócio”.

 

2-O mérito do Talbiyah:

1-Jaber relatou que o Profeta (SAW) disse: “O Muhrim que executa At-Talbiyah desde manhã até o sol desaparecer, suas faltas desaparecerão e voltará purificado como no dia em que a sua mãe deu à luz”.

2-Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “Aquele que realizar At-Talbiyah terá uma boa notícia e aquele que realizar o Takbir terá uma boa notícia”. Os companheiros perguntaram se essa boa notícia seria o Paraíso e ele (SAW) respondeu que sim.

3-Sahl Ibn Saad relatou que o Profeta (SAW) disse: “Quando um muçulmano realiza At-Talbiyah, as pedras, as árvores e tudo o que está ao seu redor e a terra toda, realizam At-Talbiyah juntos com ele”.

3-Aumentar a voz ao fazer At-Talbiyah:

1-Zaid Ibn Khalid relatou que o Profeta (SAW) disse: “O anjo Gabriel veio até mim e disse: Ordene aos seus companheiros aumentarem as vozes durante At-Talbiyah, pois At-Talbiyah é um ato do Hajj”.

2-Abu Bakr relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) foi perguntado sobre qual seria o melhor Hajj e ele disse: “Fazer At-Talbiyah em voz alta e sacrificar animais”.

3-Abu Hazim disse que ao ficarem em Ihram, os companheiros do Profeta (SAW) chegavam a Al-Rauha’a com vozes roucas por fazer At-Talbiyah em voz alta.

Malik disse que a pessoa não deve aumentar a voz ao fazer At-Talbiyah na mesquita congregacional, exceto na mesquita de Mina e no Al-Masjid Al-Haram.

Quanto à mulher, pode levantar sua voz ao fazer Talbiyah para que ela mesma e as pessoas que estão ao seu lado possam ouvir.

Ata’a disse que ao fazer Talbiyah, os homens devem levantar suas vozes, mas a mulher deve levantar a voz para ela mesma ouvir. Ela não deve levantar a voz mais do que isso.

4-Os lugares onde At-Talbiyah deve ser feita:

At-Talbiyah é recomendada nos seguintes locais e horários:

1-Ao montar a montaria ou qualquer meio de transporte;

2-Ao descer da montaria ou de qualquer meio de transporte;

3-Ao subir uma montanha;

4-Ao descer um vale;

5-Ao encontrar viajantes;

6-No final das orações;

7-De manhã cedo.

 

Ach-Chafii recomendam fazê-la em todas as circunstâncias.

5-O tempo da Talbiyah:

O tempo para a Talbiyah começa quando a pessoa inicia o Ihram e termina quando joga a primeira pedra no Jamrat Al-Aqabah no dia do Eyd Al-Adha. O Mensageiro de Allah (SAW) realizou a Talbiyah até chegar a Jamrat Al-Aqabah.

Essa é a opinião da maioria dos sábios dentre eles: Ath-Thauri, Abu Hanifah e Ach-Chafii.

Ahmad e Ishaq dizem que a pessoa deve fazer At-Talbiyah até jogar as pedras em todas as Jamrat.

Malik disse que a pessoa deve fazer At-Talbiyah até o final do dia de Arafah.

Isso é para aquele que está fazendo Hajj. Aquele que estiver realizando a Umrah, deve parar de fazer At-Talbiyah depois de tocar a Pedra Preta.

6-Invocar bênção sobre o Profeta (SAW):

Al-Kassem Ibn Muhammad Ibn Abu Bakr disse que ao terminar At-Talbiyah, é recomendado que a pessoa invoque bênçãos sobre o Profeta (SAW).

Ao terminar At-Talbiyah, o Profeta (SAW) implorava a bênção, o perdão e a proteção de Allah.

 

Atos permitidos durante o Ihram

1-Executar o Ghusl e trocar a roupa do Ihram:

Ibrahim An-Nakhai  disse que ao chegar ao poço de Maimun, os sábios executavam o Ghusl e vestiam as melhores roupas do Ihram.

Ibn Abbas executou o Ghusl no banheiro de Al-Juhfah durante seu Ihram. Foi-lhe perguntado se executava o Ghusl durante o Ihram e ele respondeu que Allah não queria suas sujeiras.

Jaber disse que durante o Ihram, a pessoa pode executar o Ghusl e lavar suas roupas.

Abdullah Ibn Hunain disse que, certa vez, Ibn Abbas e Al-Mussawir Ibn Makhramah discutiram em Al-Abwa’a. Ibn Abbas disse que o Muhrim pode lavar a cabeça e Al-Mussawir disse que não. Então, Ibn Abbas mandou-lhe perguntar para Abu Ayyub Al-Ansari e ele o encontrou realizando o Ghusl perto do poço entre dois postes, coberto com uma peça de roupa. Então, Abdullah Ibn Hunain perguntou como o Mensageiro de Allah (SAW) executava o Ghusl durante o Ihram e Abu Ayyub Al-Ansari abaixou a coberta, pediu para a pessoa que estava lhe ajudando derramar água sobre sua, mexeu a sua cabeça com a mão, passou as mãos pela cabeça de trás para frente e da frente para trás e disse que era assim que o Mensageiro de Allah (SAW) realizava o Ghusl durante o Ihram. Quando voltou com a resposta, Al-Mussawir disse para Ibn Abbas que nunca mais o contrariaria.

Ach-Chaukani disse que este hadith mostra que o Muhrim pode tomar banho e pode até cobrir a cabeça com a mão durante o banho.

Ibn Al-Munzhir disse que há um consenso entre os sábios de que o Muhrim pode tomar banho para se purificar do Geneba, mas divergem sobre o banho em outros casos.

Malik relatou que Nafi disse que Ibn Omar não lavava a cabeça durante o Ihram, exceto quando estava em Geneba por causa de um sonho.

Malik também disse que não é recomendado mergulhar a cabeça na água durante o Ihram.

O Muhrim pode usar sabão ou qualquer outro agente de limpeza.

Ach-Chafii e Ahmad dizem que se pode usar sabonete perfumado para o banho e as mulheres podem desfazer o cabelo e penteá-lo, pois o Profeta (SAW) ordenou a Aicha, dizendo: “Desfaça o seu cabelo e penteie-o novamente”.

An-Nawawi disse que o Muhrim pode desfazer o cabelo e penteá-lo, mas não pode puxá-lo, no entanto, é melhor não o pentear a menos que haja alguma razão para isso. Disse também que o Muhrim pode carregar os seus pertences sobre a sua cabeça.

2-Usar cueca ou calção(short):

Said Ibn Mansur relatou que Aicha disse que o Muhrim pode usar cueca.

Al Hafiz disse que esta é uma opinião de Aicha, mas a maioria dos sábios disse que o Muhrim não pode usar cueca, pois o uso de cueca é semelhante ao uso de calça.

3-Cobrir o rosto:

Al-Qasim disse que Uthman Ibn Affan, Zaid Ibn Thabit e Marwan Ibn Al-Hakam cobriam os seus rostos durante o Ihram.

Tawus disse que o Muhrim pode cobrir seu rosto para se proteger de poeira ou cinza.

Mujahid disse que se houvesse uma tempestade de areia, eles cobririam os seus rostos durante o Ihram.

4-As mulheres podem usar sapatos:

Aicha relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) permitiu que as mulheres usem sapatos durante o Ihram.

5-Cobrir a cabeça por engano:

Ach-Chafi'i disse que não há problema se um Muhrim esquecer e cobrir a cabeça ou usar uma camisa por engano.

Ata’a disse que essa pessoa não será culpada, mas deve buscar o perdão de Allah.

Abu Hanifah disse que essa pessoa deve oferecer um sacrifício.

Há também divergências sobre o uso de perfume por engano ou inconscientemente.

Ach-Chafi'i disse que a ignorância e o esquecimento constituem uma desculpa suficiente para eliminar a necessidade de pagar sacrifício, a menos que seja algo que envolva danos como barbear, caçar e cortar as unhas.

6-Fazer Hijamah (sangria), espremer um abscesso, tirar um dente ou cortar uma veia:

O Mensageiro de Allah (SAW) fez Hijamah na sua cabeça durante o Ihram.

Malik disse que o Muhrim pode espremer um abscesso, tratar de uma ferida ou cortar uma veia.

Ibn Abbas disse que o Muhrim pode espremer um abscesso e tirar um dente.

An-Nawawi disse que o Muhrim não pode fazer uma Hijamah que necessita de corte de cabelo, a menos que haja um motivo.

Malik disse que Al-Hijamah, durante o Ihram, é um ato não recomendado.

Al-Hassan disse que o Muhrim que faz Hijamah deve sacrificar um animal, mesmo que isso não envolva corte de cabelo ou se for feito por uma necessidade.

7-Coçar a cabeça ou o corpo:

Aicha foi perguntada se o Muhrim pode coçar o corpo e ela respondeu que sim, e pode coçar fortemente.

O mesmo foi relatado por Ibn Abbas, Jabir, Said Ibn Jubair, Ata’a e Ibrahim An-Nakh'i.

8-Olhar no espelho ou cheirar perfume:

Ibn Abbas disse que o Muhrim pode cheirar perfume, olhar no espelho e se medicar comendo manteiga e óleos.

Omar Ibn  Abdul-Aziz olhava no espelho e usava o Siwak durante o Ihram.

Ibn Al-Munzhir disse que há um consenso entre os sábios que o Muhrim pode comer gordura, óleo e manteiga, mas não pode usar perfume.

Abu Hanifah e Malik dizem que não é recomendado para o Muhrim ficar em um lugar onde há cheiro forte de perfume.

Ahmad e Ach-Chafi'i dizem que o Muhrim não pode ficar em um lugar onde há cheiro de perfume com intenção de cheirar.

Ach-Chafi'i disse que é melhor evitar os lugares onde há cheiro de perfume, a menos que isso seja um lugar em que a pessoa se aproxima de Allah, como por exemplo, sentar na Mesquita Sagrada quando é perfumada.

O Muhrim pode carregar um frasco de perfume e não é necessário fazer qualquer expiação por causa disso.

9-Amarrar um bolso em torno da cintura para carregar o dinheiro ou usar anel:

Ibn Abbas disse que o Muhrim pode usar um anel ou amarrar um bolso em torno da cintura para carregar o seu dinheiro.

10-Usar Kohl:

Ibn Abbas disse que o Muhrim pode usar o Kohl por causa de uma doença nos olhos.

Há um consenso entre os sábios que o Muhrim pode usar o Kohl para o tratamento, mas não para embelezamento.

11-Sentar à sombra de um guarda-chuva, uma tenda, ou teto:

Abdullah Ibn Amer disse que Omar costumava jogar um pedaço de couro em uma árvore e se sentar sob sua sombra enquanto estava em ihram.

Umm Al-Hussain disse que realizou o Hajj com o Mensageiro de Allah (SAW) na peregrinação da despedida e viu Ussamah Ibn Zaid e Bilal, um deles segurando a camela do Profeta (SAW) e o outro fazendo sombra com uma peça de roupa para protegê-lo do sol até ele jogar as pedras de Al-Aqabah.

Ata’a disse que o Muhrim pode se proteger do sol, da chuva e do vento.

Ibrahim An-Nakh'i disse que durante o Ihram, Al-Aswad Ibn Yazid jogou um pano sobre a cabeça para se proteger da chuva.

12-Usar Henna:

Ahmad disse que o Muhrim (homem ou mulher) pode usar henna para tingir qualquer parte do corpo, exceto a cabeça.

Ach-Chafi'i disse que o homem Muhrim pode usar henna para tingir qualquer parte do corpo, exceto as mãos e os pés que podem ser tingidos apenas se houver necessidade. Também é proibido ao homem cobrir sua cabeça usando uma camada grossa de henna.

Em relação a mulher, não é recomendado para ela usar a henna durante o Ihram. Também é proibido que a mulher use henna durante o período do Iddah pela morte do marido.

Abu Hanifah e Malik dizem que o Muhrim (homem ou mulher) é proibido de usar a henna para tingir qualquer parte do corpo, pois a henna é um perfume e o Muhrim não pode se perfumar. A mãe da Khaulah Bint Hakim relatou que o Profeta (SAW) disse para Umm Salamah: “Não se perfume e nem use henna durante o Ihram, porque a henna é um perfume”.

13-Punir um servo para educá-lo:

Asma Bint Abi Bakr relatou que quando partiram para realizar o Hajj com Mensageiro de Allah (SAW), pararam para descansar em um lugar chamado Al-Arj. Aicha sentou ao lado do Profeta (SAW) e Asma ao lado de Abu Bakr. Os suprimentos da viagem estavam com um servo de Abu Bakr, então, ele sentou-se à espera de seu servo. Quando o servo chegou, estava sem o camelo e Abu Bakr lhe perguntou onde estava o seu camelo. O servo lhe respondeu que havia perdido e Abu Bakr ficou irritado, começando a bater em seu servo, dizendo: Você tinha apenas um camelo para cuidar e você perdeu! O Profeta (SAW) sorriu e disse: “Olhem para o que está fazendo este Muhrim (Abu Bakr), olhem para o que está fazendo este Muhrim (Abu Bakr)”.

14-Matar moscas, pulgas e formigas:

Um homem perguntou para Ata’a o que poderia fazer com as pulgas e as formigas durante o Ihram e ele respondeu: Jogue fora o que não é de você.

Ibn Abbas disse que o Muhrim pode matar piolhos e carrapatos.

O Muhrim também pode remover as pulgas de seu camelo.

Ikrimah relatou que Ibn Abbas lhe ordenou matar os carrapatos que estavam no couro do seu camelo enquanto ambos estavam em ihram. Ikrimah disse que não gostava de fazer isso e Ibn Abbas disse: Então, abate o camelo e ao abatê-lo, Ibn Abbas lhe perguntou: Você sabe quantos carrapatos você matou?

15-Matar os cinco animais nocivos e outros que são prejudiciais:

Aicha relatou que o Profeta (SAW) disse: “Cinco dos animais são nocivos e podem ser mortos mesmo que estejam no Al-Haram: O corvo, a ave de rapina, o escorpião, o rato e o cão faminto” e Al-Bukhari acrescentou a serpente.

Há um consenso entre os sábios que o corvo pequeno que come as sementes não está incluído na categoria dos animais acima.

O cão faminto é aquele que ataca as pessoas e as assusta e todos os animais ferozes que atacam os seres humanos, como o leão, o tigre, o leopardo e o lobo. Allah diz: Consultar-te-ão sobre o que lhes foi permitido; dize-lhes: Foram-vos permitidas todas as coisas sadias, bem como tudo o que as aves de rapina, os cães por vós adestrados, conforme Deus ensinou, caçarem para vós” (Alcorão 5:4).

Abu Hanifah disse que o cão faminto é aquele que ataca os seres humanos e os lobos também.

Ibn Taimiyah disse que o Muhrim pode matar qualquer criatura prejudicial que causa danos aos seres humanos, como a cobra, o escorpião, o rato, o corvo e o cão feroz. Também disse que o Muhrim também pode se defender contra os animais e as pessoas que o prejudicam. O Profeta (SAW) disse: “Quem morre defendendo a sua propriedade é um mártir, quem morre defendendo a sua vida é um mártir, quem morre defendendo a sua religião é um mártir e quem morre defendendo a sua família é um mártir”. Ibn Taimiyah disse ainda que se as pulgas e os piolhos mordem um Muhrim, ele deve expulsá-los ou matá-los, mas é melhor expulsá-los. Da mesma forma, ao Muhrim é proibido matar qualquer animal, mas se for atacado por um deles como um leão ou um leopardo, a maioria dos sábios disse que pode matá-lo e não é obrigado a fazer qualquer expiação.

 

Atos proibidos ao Muhrim

Ao Muhrim é proibido fazer os seguintes atos:

1-A relação sexual:

Ao Muhrim é proibido realizar relação sexual, fazer ou falar de atos que levam a praticá-la com beijar, tocar ou conversar sobre esse assunto.

2-Cometer qualquer pecado.

3-Brigar ou discutir com seus companheiros ou com outras pessoas:

Allah diz: A peregrinação realiza em meses determinados. Quem a empreender, deverá abster-se das relações sexuais, da perversidade e da polêmica” (Alcorão 2:197).

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “Aquele que cumprir o Hajj e, durante esse período, não tiver relações sexuais com a sua esposa, não cometer pecado ou disputar injustamente com alguém, regressará do Hajj purificado como no dia em que a sua mãe deu à luz”.

4-Usar roupas costuradas:

Ao Muhrim é proibido usar roupas costuradas, como camisa, túnica com capuz, casaco, calça e tudo que cobre a cabeça como turbante, boné, lenço e semelhantes. Da mesma forma não é permitido usar roupas tingidas com corante perfumado ou usar sapatos ou chinelos costurados.

Ibn Omar relatou que o Profeta (SAW) disse: “O Muhrim não pode usar camisa costurada, turbante, túnica com capuz, cueca, pano tingido com corante perfumado, sapatos ou chinelos costurados. Se um Muhrim não encontrar um chinelo sem costura, pode usar os seus sapatos depois de cortá-los até abaixo dos tornozelos”.

Há um consenso entre os sábios de que essas restrições se aplicam apenas aos homens.

Em relação a mulher, ela pode usar roupas costuradas, mas é proibida de usar roupas perfumadas, véu que cubra o rosto e luvas.

Ibn Omar disse que durante o Ihram, o Mensageiro de Allah (SAW) proibiu as mulheres  de usarem luvas, véus que cubram o rosto e roupas tingidas com corante perfumado. Mas elas podem usar roupas de qualquer cor, roupas de seda, ornamentos, calças, camisas e sapatos.

Al-Bukhari relatou que Aicha usava um vestido que foi tingido com açafrão enquanto estava em Ihram e que ela disse que a mulher não deve usar um véu para cobrir o rosto, nem usar roupas tingidas com corante perfumado.

Jaber disse que não considera o açafrão um perfume.

Aicha afirmou que durante o Ihram, a mulher pode usar ornamentos, roupas pretas ou cor-de-rosa e sapatos.

O Profeta (SAW) disse: “No Ihram, a mulher não deve cobrir o rosto e nem usar luvas” e isto prova que durante o Ihram, a mulher não deve cobrir o rosto e nem as mãos. Os sábios, no entanto, dizem que ela pode cobrir o rosto ou usar um guarda-chuva para não ser vista pelos homens e deve cobrir o rosto se houver perigo de tentações.

Aicha disse que quando estavam em Ihram com o Profeta (SAW), no caminho passavam muitos viajantes e por isso cobriram os rostos com seus vestidos e quando eles se distanciavam, descobriram os rostos novamente.

Ata’a, Malik, Ath-Thauri, Ach-Chafii, Ahmad e Ishaq dizem que a mulher pode cobrir o seu rosto com os seus vestidos durante o Ihram.

O homem que não acha roupa adequada para o Ihram pode usar qualquer roupa ou sapatos que estiverem ao seu alcance.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) realizou um sermão no Arafah e disse: Aquele que não achar um Izar para o Ihram, pode usar uma calça e aquele que não achar um chinelo sem costura, pode usar um sapato. Ibn Abbas foi perguntado se o Profeta (SAW) não disse que os sapatos deveriam ser cortados e Ibn Abbas respondeu que não.

Ahmad disse que o Muhrim que não achar chinelo sem costura pode usar um sapato e não precisa cortá-lo.

A maioria dos sábios disse que em tal situação, os sapatos devem ser cortados até abaixo dos tornozelos. O hadith relatado por Ibn Omar, o Profeta (SAW) disse: “O Muhrim pode usar os seus sapatos depois de cortá-los até abaixo dos tornozelos”.

Abu Hanifah disse que o Muhrim que não achar Izar deve descosturar a calça antes de usá-la, senão, deve pagar expiação.

Malik e Ach-Chafii dizem que essa pessoa pode vestir a calça sem descosturá-la. Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “Aquele que não achar um Izar, pode usar uma calça e aquele que não achar um chinelo sem costura, pode usar os seus sapatos depois de cortá-los até abaixo dos tornozelos”.

Se um Muhrim achar um Izar depois que começou a usar uma calça, deve tirar a calça e usar o Izar imediatamente.

5-Casar ou fazer casamentos:

O Muhrim não pode casar ou realizar casamentos durante o seu Ihram. Uthman Ibn Affan relatou que o Profeta (SAW) disse: “O Muhrim não pode se casar, fazer o casamento de alguém ou noivar”.

Essa é a opinião de alguns companheiros do Profeta (SAW) e a opinião de Malik, Ach-Chafii, Ahmad e Ishaq que dizem: O Muhrim não pode se casar e nem efetuar casamentos, e se fez isso, o casamento é inválido.

Os relatos que dizem que o Profeta (SAW) casou-se com Maimunah durante o Ihram não são verdadeiros.

Abu Hanifah disse que o Muhrim pode fazer contrato de casamento, mas não pode ter relação sexual.

6-Cortar as unhas e os cabelos:

O Muhrim não pode cortar as unhas e nem o cabelo de qualquer parte do corpo. Allah diz: “E não corteis os vossos cabelos até que a oferenda tenha alcançado o lugar destinado no seu sacrifício” (Alcorão 2:196).

Todos os sábios dizem que o Muhrim não pode cortar as unhas e se uma unha se quebrar, pode cortá-la sem pagar expiação.

O Muhrim pode cortar o cabelo do corpo se houver uma necessidade mas deve pagar expiação.

Em relação aos cabelos dos olhos, o Muhrim pode cortá-los se houver necessidade e não precisa pagar expiação. Allah diz: “Quem de vós se encontrardes enfermo ou sofrer de alguma infecção na cabeça, e a raspar, redimir-se-á mediante o jejum, a caridade ou a oferenda” (Alcorão 2:196).

 7-Usar perfume nas roupas ou no corpo:

O Muhrim, homem ou mulher, não pode usar perfume.

Ibn Omar relatou que Muawiyah estava com cheiro de perfume durante o Ihram, então, Omar lhe disse: Volte e se lave, pois eu ouvi o Mensageiro de Allah (SAW) dizer: “O peregrino deve ser desleixado e sem perfume”.

O Profeta (SAW) disse: “O perfume que se encontra no corpo ou nas roupas do Muhrim, devem ser lavado três vezes”.

Se um Muhrim falece durante o seu Ihram, deve ser enterrado sem perfume no seu corpo e nem na sua mortalha. Ibn Abbas disse que durante a peregrinação, um homem caiu de sua montaria e morreu. O Profeta (SAW) disse: “Lavem-no com água e folhas da arvore de Assidr, em seguida, amortalhem-no em suas roupas de Ihram, não o perfumem e nem cubram a sua cabeça, pois ele será ressuscitado, por Allah no dia da ressurreição, fazendo At-Talbiyah”.

Não há problema se ficar no corpo um pouco de perfume colocado pelo falecido antes do Ihram.

O Muhrim pode cheirar as frutas cheirosas como maçã e marmelo. Se um Muhrim ficar com cheiro de perfume ao tocar a Caaba ou passar perto dela, não precisa se lavar ou lavar a sua roupa. Saleh Ibn Kissan disse que as roupas de Annas foram atingidas pelo perfume da Caaba e ele não as lavou.

Ata’a disse que não precisa lavá-las e que não há problema nenhum. Ach-Chafii disse que o Muhrim que foi atingido pelo perfume da Caaba, deve lavar o que foi atingido imediatamente, senão, deve pagar expiação.

8-Usar roupas tingidas com um corante perfumado:

Todos os sábios concordam que o Muhrim não pode usar roupas tingidas com corante perfumado, a menos que as roupas sejam lavadas e o cheiro for removido. O Profeta (SAW) disse: “Durante o Ihram, não usem roupas tingidas com corante perfumado, a menos que essas roupas sejam lavadas”.

As roupas tingidas com corante perfumado não podem ser usadas pelos líderes e Imames da nação, pois eles podem ser imitados pelas pessoas.

Abdullah Ibn Omar disse que durante o Ihram, Omar Ibn Al-Khattab viu Talhah Ibn Ubaidallah usar roupas tingidas e disse: Ó Talhah, o que é esse traje tingido? E Talhah respondeu: Ó líder dos fiéis, é uma roupa tingida com corante não perfumado. Omar disse: Você é um exemplo para a nação, pois se um homem ignorante ver você com esse traje, dirá futuramente que viu Talhah usar roupas tingidas durante o Ihram. Então, não usem esse tipo de roupa.

O Muhrim pode comer uma comida ou beber uma bebida que teve adicionado a ela algo perfumado sem alterar a sua cor, o seu sabor ou seu cheiro.

Ach-Chafii disse que se o Muhrim comer uma comida que estiver com cheiro de perfume, deve pagar expiação.

Abu Hanifah disse que essa pessoa não deve pagar expiação, pois não comeu para se perfumar.

9-Caçar ou pescar durante o Ihram:

O Muhrim pode pescar no mar e comer os seus frutos, mas não pode caçar animais em terra e nem ajudar a caçá-los.

O Muhrim também não pode pegar ovos dos animais silvestres, vendê-los ou tirar seu leite.

Allah diz: “Está-vos permitida a caça aquática e seu produto pode servir de visão, tanto para vós como para os viajantes. Porém, está-vos proibida a caça terrestre enquanto estiverdes consagrado à peregrinação” (Alcorão 5:96).

10-Comer carne de caça:

O Muhrim não pode comer da carne de caça feita para ele, que tenha ajudado a caçá-la ou tenha participado da sua caça.

Abu Qatadah disse que o Mensageiro de Allah (SAW) partiu com os seus companheiros para realizar o Hajj e preparou um grupo de pessoas dentre elas Abu Qatadah e disse-lhes: “Sigam o litoral até que nos encontremos novamente”. Todos os membros do grupo estavam em Ihram exceto Abu Qatadah e no caminho viram uma manada de zebras. Então, Abu Qatadah atacou e acertou uma zebra fêmea e todos eles comeram de sua carne. Depois começaram a se perguntar se poderiam ter comido a carne da caça durante o Ihram e então, carregaram o restante da carne e seguiram viagem. Ao encontrar com o Mensageiro de Allah (SAW), contaram o que havia acontecido e ele lhes perguntou se alguém havia ordenado ou ajudado Abu Qatadah a caçá-la e eles disseram que não. Logo, o Profeta (SAW) disse: “Então, comam o que restou da sua carne”.

O Muhrim pode comer da carne da caça que ele não caçou e nem participou na sua caça. Jaber relatou que o Profeta (SAW) disse: “Durante o Ihram, vocês podem comer a carne da caça que vocês não caçaram e nem participaram na sua caça”.

Todos os sábios concordam com isso.

Se o animal foi caçado pelo Muhrim ou alguém caçou para ele, então, ele é proibido de comer a carne.

Se uma pessoa que não estiver em Ihram caçar um animal e der ou vender um pedaço para um Muhrim, o Muhrim poderá comer essa carne.

Abdurrahman Ibn Uthman At-Taimi disse que durante o Ihram, partiram com Talhah Ibn Ubaidallah e uma pessoa lhes presenteou com uma ave. Talhah Ibn Ubaidallah estava dormindo e algumas pessoas comeram e outras não. Ao acordar, Talhah disse que aqueles que comeram estavam certos, pois o mesmo fato aconteceu com ele quando estava junto com o Mensageiro de Allah (SAW).

As-Saab Ibn Juthamah Al-Laithi disse que em Al-Abwa’a, deu para o Profeta (SAW) uma caça (uma zebra), o Profeta (SAW) não aceitou e disse: “Estamos em Ihram”.

Os sábios dizem que o Profeta (SAW) não aceitou o animal porque As-Saab caçou especialmente para ele.

 

A expiação para quem comete um ato proibido durante o Ihram

Aquele que por algum motivo precisou cortar o cabelo, usar roupas costuradas para se proteger do frio ou calor ou cometeu outro ato que não seja a relação sexual, deve sacrificar uma ovelha, distribuir três Sa’a de tâmaras a seis necessitados ou jejuar três dias.

O único ato que anula o Hajj e a Umrah é a relação sexual.

Kaab Ibn Ujrah disse que na época de Al-Huadaibiyah o Profeta (SAW) passou por ele e perguntou se os piolhos da sua cabeça estavam  incomodando e respondeu que sim. O Profeta (SAW), então, disse: “Raspe a sua cabeça, sacrifique uma ovelha, jejue três dias ou distribua três Sa’a de tâmaras a seis necessitados”.

Em outra versão, Kaab Ibn Ujrah disse que estava com o Mensageiro de Allah (SAW) no Al-Hudaibiyah e os piolhos lhe infestavam a cabeça até que teve medo de perder a vista. Então, Allah revelou: “Quem de vós se encontrardes enfermo ou sofrer de alguma infecção na cabeça, e a raspar, redimir-se-á mediante o jejum, a caridade ou a oferenda” (Alcorão 2:196). E o Profeta (SAW) lhe chamou e disse: “Raspe a sua cabeça, jejue três dias, distribui três Sa’a de uva passa a seis necessitados ou sacrifique uma ovelha”. Logo, raspou sua cabeça e sacrificou uma ovelha.

1-A expiação para quem cortar alguns cabelos:

Ata’a disse que se um Muhrim tirar três cabelos ou mais, deve sacrificar um animal.

Ach-Chafii disse que se um Muhrim tirar um cabelo, deve distribuir um Mudd de tâmara, se tirar dois cabelos, deve distribuir dois Mudd e se tirar três cabelos ou mais, deve sacrificar um animal.

2-A expiação para quem passar óleo ou creme:

Abu Hanifah disse que se um Muhrim passar óleo puro ou vinagre puro em qualquer parte do corpo, deve sacrificar um animal.

Ach-Chafii disse que se o Muhrim passar creme perfumado na sua cabeça ou na sua barba, deve sacrificar um animal, mas se passar em outras partes do corpo, não deve pagar nenhuma expiação.

3-A expiação para quem vestir roupas costuradas ou usar perfume devido ao esquecimento ou ignorância:

Se um Muhrim vestir roupas costuradas ou usar perfume devido ao esquecimento ou ignorância, não deve pagar expiação.

Yaala Ibn Umaiyah disse que durante o Ihram, o Profeta (SAW) encontrou-se com um Muhrim de casaco e com seu cabelo e sua barba tingidos de amarelo, que iria fazer Umrah e disse: “Lave essa tinta amarela, tire seu casaco e faça sua Umrah”.

Ata’a disse que se o Muhrim vestir roupas costuradas ou usar perfume devido ao esquecimento ou ignorância, não deve pagar expiação. Mas se caçar um animal, deve pagar expiação mesmo se isso for feito por esquecimento ou ignorância.

4-A relação sexual anula o Hajj:

Ali, Omar e Abu Hurairah dizem que o homem e a mulher que tiverem relação sexual durante o Hajj, devem completar o Hajj, fazer outro Hajj futuramente e fazer uma oferenda.

Abu Al-Abbas At-Tabari disse que ter relação sexual durante o Hajj anula o Hajj, independentemente se o fato foi antes de Arafah ou depois. Nesse caso, o homem e a mulher devem completar o Hajj normalmente, sacrificar dois animais e fazerem outro Hajj futuramente.

Ata’a e alguns sábios dizem que os dois devem sacrificar apenas um animal.

O animal sacrificado deve ser um camelo, uma vaca ou sete ovelhas. Se a pessoa for incapaz de sacrificar animais, deve estimar o valor do camelo, pegar o dinheiro e comprar alimentos para serem distribuídos entre os necessitados, de modo que cada pessoa necessitada receba um Mudd. Se a pessoa for incapaz de fazer isso, deve jejuar um dia por cada Mudd.

Alguns sábios dizem que se a relação sexual foi feita antes de Arafah, o Hajj torna-se nulo e a pessoa deve sacrificar uma ovelha ou distribuir o sétimo de um camelo, mas se a relação foi feita depois de Arafah, o Hajj ainda é válido e a pessoa deve sacrificar um camelo.

Se um Qarin anula o seu Hajj, deve completar o seu Hajj como Qarin e oferecer a oferenda do Qiran.

A maioria dos sábios disse que a relação sexual do Al-Qarin feita depois do primeiro Ihram, não invalida o Hajj e não há necessidade de realizar outro futuramente, mas alguns sábios entre eles Ibn Omar, Al-Hassan e Ibrahim dizem que deve ser feito outro Hajj novamente e sacrificado um animal.

Ibn Abbas, Ata’a, Ikrimah e um relato de Ach-Chafii dizem que deve ser um camelo.

Malik e outro relato de Ach-Chafii dizem que deve ser uma ovelha.

5-Ejacular por pensar, olhar ou sonhar:

Ach-Chafii disse que o Muhrim que teve ejaculação por pensar, olhar ou sonhar não precisa pagar expiação e seu Hajj é válido.

Alguns sábios dizem que o Muhrim que toca ou beija sua esposa com desejo, deve sacrificar uma ovelha, independentemente se houver ejaculação ou não. Ibn Abbas também disse que deve sacrificar uma ovelha.

Mujahid disse que um homem veio até Ibn Abbas e lhe disse que uma mulher veio até ele com toda a sua beleza enquanto estava em estado de Ihram, não conseguiu controlar e teve ejaculação. Ibn Abbas deu uma gargalhada e disse: Você é muito luxurioso. Sacrifique um animal e seu Hajj está válido.

6-Caçar:

Allah diz: Ó fiéis, não mateis animais de caça quando estiverdes com as vestes da peregrinação. Quem, dentre vós, os matardes intencionalmente, terá de pagar a transgressão, o equivalente àquilo que tenha morto, em animais domésticos, com a determinação de duas pessoas idôneas, dentre vós. Que tais animais sejam levados como oferenda à Caaba. Ou, ainda, fará uma expiação, alimentando alguns necessitados ou o equivalente a isto em jejum, para que sofra a consequência da sua falta. Deus perdoa o passado, porém, a quem reincidir, Deus castigará, porque é Punidor, Poderosíssimo” (Alcorão 5:95).

Ibn Kathir disse que a maioria dos sábios disse que o Muhrim deve pagar expiação independente se matou o animal intencionalmente ou devido a esquecimento.

Az-Zuhri disse que o Alcorão pune o Muhrim que mata um animal intencionalmente e a Sunnah pune aquele que o mata por esquecimento. Mas o Muhrim que mata um animal intencionalmente comete um pecado e aquele que o mata por esquecimento não terá pecado.

Abu Hanifah disse que o versículo: “terá de pagar a transgressão, o equivalente àquilo que tenha morto, em animais domésticos” significa que o Muhrim que mata um animal deve sacrificar um animal doméstico equivalente ao que matou.

Muhammad Ibn Sirin disse que um homem veio até Omar Ibn Al-Khattab e disse que, durante o Ihram, ele e seu amigo mataram um cervo. Omar olhou para um homem que estava a seu lado e lhe disse: Eu e você vamos julgá-los. Então, os dois decidiram que ele deveria sacrificar uma cabra. O homem saiu dizendo que esse Emir dos fieis era incapaz de julgar a morte de um cervo e precisou chamar outro homem para ajudá-lo e ao ouvir isso, Omar o chamou e perguntou-lhe se conhecia a Sura de Al-Ma-idah e o homem disse que não. Omar perguntou-lhe se sabia quem era este homem que estava ao meu lado e homem respondeu que não. Então, Omar disse: Se você tivesse me dito que conhecia a Sura de Al-Ma-idah, eu iria te castigar, pois Allah diz: “Com a determinação de duas pessoas idôneas, dentre vós. Que tais animais sejam levados como oferenda à Caaba” (Alcorão 5:95) e esse homem que está ao meu lado é somente Abdurrahman Ibn Auf.

Os primeiros sábios muçulmanos deram os seguintes veredictos:

O Muhrim que mata um avestruz deve sacrificar um camelo.

O Muhrim que mata uma zebra deve sacrificar uma vaca.

O Muhrim que mata um pombo, uma rola ou uma codorna deve sacrificar uma ovelha.

O Muhrim que mata uma hiena deve sacrificar um cordeiro.

O Muhrim que mata um veado deve sacrificar uma cabra.

O Muhrim que mata um coelho deve sacrificar um cabrito.

 

Como alimentar necessitados ou jejuar:

Malik disse que o Muhrim deve estimar quantos Mudd de alimento dar para tirar do animal caçado e distribuir a quantia aos necessitados, de modo que cada pessoa deve receber um Mudd. Se a pessoa for incapaz de fazer isso, deve jejuar um dia por cada Mudd. Se for dez Mudd, deve jejuar dez dias e se for vinte Mudd, deve jejuar vinte e assim por diante.

 

O animal caçado por um grupo de pessoas:

Se durante o Ihram, um grupo de pessoas caçou um animal, eles devem sacrificar apenas um animal como expiação. Allah diz: Terá de pagar a transgressão, o equivalente àquilo que tenha morto, em animais domésticos” (Alcorão 5:95).

Ibn Omar foi perguntado sobre um grupo de pessoas que caçaram uma hiena durante o Ihram e ele disse que deveriam sacrificar apenas um cordeiro em nome de todos eles.

 

Caçar ou cortar árvore dentro do Haram

Nos recintos do Al-Haram, qualquer pessoa, sendo ela Muhrim ou não, é proibida de matar, assustar animais ou cortar árvores e plantas que não são plantadas pelo povo, mesmo que seja um espinho, exceto as plantas de Al-Izhkhir e As-Sana que podem ser cortadas.

Ibn Abbas relatou que no dia da conquista de Meca, o Profeta (SAW) disse: “Na verdade, esta é uma cidade sagrada, seus espinhos e suas plantas não devem ser cortados, seus animais selvagens não podem ser assustados ou mortos, o objeto perdido nela, será devolvido somente ao seu proprietário”.

Al-Abbas perguntou ao Mensageiro de Allah (SAW) se exceto a planta de Al-Izhkhir que é usada pelos ferreiros e nos domicílios e o Profeta (SAW) disse: “Exceto Al-Izhkhir”.

Al-Qurtubi disse que os sábios afirmam que as árvores e as plantas que não podem ser cortadas são aquelas que não foram plantadas pelas pessoas.

Em relação as árvores cultivadas pelo povo, há discordância entre os sábios, mas a maioria disse que essas podem ser cortadas.

Ach-Chafii disse que cortar qualquer árvore ou planta exige expiação e Ibn Qudamah também tem essa visão.

Há também divergências sobre a punição para quem cortar árvores ou plantas selvagens:

Malik disse que não há punição por isso, mas a pessoa comete um pecado.

Ata’a disse que tal pessoa deve pedir o perdão de Allah.

Abu Hanifah disse que a pessoa deve sacrificar um animal.

Ach-Chafii disse que se uma pessoa cortar uma árvore grande deve sacrificar uma vaca e se cortar uma arvore pequena deve sacrificar uma ovelha.

Os sábios dizem que a pessoa pode se beneficiar com galhos quebrados, árvores ou folhas caídas.

Ibn Qudamah disse que todos os sábios concordam que a pessoa pode cortar e usar ervas, flores, grama e plantas cultivadas pelo povo dentro dos recintos sagrados do Haram.

O autor do livro Al-Raudhah Al-Nadiyyah disse que aquele que não estiver em Ihram não deve pagar expiação por cortar uma árvore ou caçar um animal nos recintos do Al-Haram, mas cometeu um pecado. Aquele que estiver em Ihram e matar um animal dentro do Haram, deve pagar o que é prescrito por Allah. Se o Muhrim cortar uma árvore ou uma planta no Al-Haram não deve pagar nada, pois o relato de que o Profeta (SAW) disse: “Aquele que cortar uma árvore grande deve sacrificar uma vaca” não é verdade.

Em relação a esse assunto, as únicas evidências que temos são as palavras de Allah: “Ó fiéis, não mateis animais de caça quando estiverdes com as vestes da peregrinação. Quem, dentre vós, os matar intencionalmente, terá de pagar a transgressão, o equivalente àquilo que tenha morto, em animais domésticos, com a determinação de duas pessoas idôneas, dentre vós. Que tais animais sejam levados como oferenda à Caaba. Ou, ainda, fará uma expiação, alimentando alguns necessitados ou o equivalente a isto em jejum, para que sofra a consequência da sua falta. Deus perdoa o passado, porém, a quem reincidir Deus castigará, porque é Punidor, Poderosíssimo” (Alcorão 5:95). O versículo não menciona nada em relação a corte das árvores e plantas.

 

Os limites do Al-Haram Al-Makki

Os limites do Al-Haram Al-Makki são marcados nas estradas com pedras de um metro de altura em cinco lugares ao redor da Meca.

No lado norte é Al-Tan'im, a 6 Km de Meca.

No lado sul é Adhah, a 12 Km de Meca.

No lado leste é Al-Ji'ranah, a 16 Km de Meca.

No lado oeste é Al-Chmaissi, a 15 Km de Meca.

À nordeste é Wadi Nakhlah, a 14 Km de Meca.

Muhibbuddin At-Tabari narrou que Az-Zuhari relatou que Ubaidallah Ibn Abdullah Ibn Utbah disse que o Profeta Ibrahim (AS) colocou os marcadores dos limites do Al-Haram na presença do anjo Gabriel e depois foram renovados por Qussai. No ano da conquista, o Profeta (SAW) enviou Tamim Ibn Ussaid Al-Khozai'i para renová-los. Mais tarde, Omar nomeou quatro homens do Quraich, Muhrama Ibn Nawfal, Said Ibn Yarbu', Huwaiteb Ibn Abdul-Uzá e Azhar Ibn Abd-Auf, para renová-los. Depois foram renovados por Mu'awiyah e por Abdul-Malik.

 

O Haram de Medina

Os mesmos atos proibidos no Al-Haram Al-Makki são proibidos também nos  recintos sagrados de Medina.

Jabir Ibn Abdullah relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Ibrahim (AS) declarou o Haram de Meca e eu declaro o Haram de Medina: Entre os seus dois Labah (Duas áreas com pedras pretas) ninguém pode caçar animais ou cortar plantas”.

Em relação a Medina, Ali relatou que o Profeta (SAW) disse: “Suas plantas não devem ser cortadas, seus animais não devem ser assustados. Nela, aquilo que foi perdido deve ser devolvido apenas ao seu proprietário e ninguém pode portar armas para lutar nela. Suas árvores não devem ser cortadas, exceto, quando necessário, para o homem alimentar o seu camelo”.

O Profeta (SAW) disse: “O Haram de Medina é entre o monte ‘Air e o monte Thaur”.

A distância entre o monte ‘Air e o monte Thaur é doze milhas. O monte ‘Air fica perto do Miqat e o monte Thaur fica ao norte, perto do monte Uhud.

O Profeta (SAW) permitiu aos moradores de Medina cortarem árvores para fazer arados, carroças e outras ferramentas e equipamentos necessários. Ele também permitiu que cortassem gramas para alimentar seus animais.

Jabir Ibn Abdullah relatou que o Profeta (SAW) disse: “O espaço entre as duas montanhas de Medina (‘Air e Thaur) é um Haram. Nessa área, nenhuma árvore pode ser cortada, exceto para uso como forragem para animais”.

Os moradores de Meca não podem cortar gramas para alimentar os animais.

Aquele que caça um animal ou corta uma árvore no Haram de Medina comete um pecado, mas não precisa pagar expiação por isso.

Anas relatou que o Profeta (SAW) disse: “O Haram de Medina é de tal lugar a tal lugar. Nessa área, nenhuma árvore pode ser cortada e nenhum ato pecaminoso pode ser cometido e aquele que comete nela um ato pecaminoso a maldição de Allah e Seus anjos e toda a humanidade cairá sobre ele”.

No Haram de Medina, a pessoa pode se beneficiar com galhos quebrados, árvores ou folhas caídas.

Saad Bin Abi Waqqas estava indo para o seu palácio em Al-Aqiq e encontrou um escravo cortando uma árvore. Saad recolheu os galhos cortados e levou-os. Os proprietários do escravo foram até Saad e lhe pediram para devolver o que levou do escravo. Saad disse: Não devolvo algo que o Mensageiro de Allah (SAW) me deu. E ele não devolveu.

O Profeta (SAW) disse: “Se vocês encontrarem alguém caçando dentro do Haram de Medina, podem pegar o que ele caçou para vocês”.

 

Existe outro Haram além de Meca e de Medina?

Ibn Taimiyah disse que não há outro Haram no mundo além de Meca e de Medina, nem mesmo a Mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém. Alguns falam Haram Al-Maqdis e Haram al-Khalil e isso é uma ignorância.

Os sábios estão de acordo sobre Al-Haram Al-Makki e Al-Haram Al-Madani, mas discordam sobre um terceiro Haram, ou seja, Wuja’a, um vale no Al-Taif. Alguns sábios dizem que é um Haram e outros dizem não.

 

Qual é melhor: Meca ou Medina?

A maioria dos sábios acredita que Meca tem preferência sobre Medina.

Abdullah Ibn Adi Ibn Al-Hamra’a relatou que ouviu o Mensageiro de Allah (SAW) dizer: “Por Allah! Tu (Meca) és o melhor lugar na face da terra e a cidade mais amada por Allah. Se eu não tivesse sido expulso, nunca sairia de ti”.

Ibn Abbas disse que o Mensageiro de Allah (SAW) dirigiu-se a Meca, dizendo: “Tu és a melhor cidade e o lugar mais amado por mim. Se o meu povo não tivesse me expulsado, não moraria em outro lugar”.

 

Entrar em Meca sem Ihram

A pessoa que não pretende fazer o Hajj ou Umrah pode entrar em Meca sem vestir as roupas do Ihram, pois pode ser um visitante frequente a Meca como um lenhador, um cortador de grama, um carregador de água, um caçador, um comerciante ou simplesmente um visitante.

O Mensageiro de Allah (SAW) entrou em Meca com um turbante preto e sem Ihram.

Ibn Chihab e Ibn Hazm dizem que a pessoa pode entrar em Meca sem Ihram, pois o Ihram é para quem quer realizar Hajj ou Umrah.

Allah e Seu Mensageiro (SAW) não proibiram as pessoas de entrarem em Meca sem Ihram, então, esse ato não é obrigatório para aquele que não pretende realizar o Hajj ou Umrah.

 

Recomendações para a pessoa que pretende entrar em Meca e Al-Bait Al-Haram

Os atos recomendados para a pessoa que pretende entrar em Meca, são:

1-Realizar o Ghusl: Ibn Omar costumava fazer o Ghusl antes de entrar em Meca.

2-Passar a noite em Zhi Tuwa, na direção da Al-Zaher: O Profeta (SAW) costumava passar a noite em Zhi Tiwa e Ibn Omar fazia isso também.

3-Entrar em Meca pelo morro superior chamado "Kuda’a": O Profeta (SAW) entrou em Meca pela direção do Al-Mu'allat.

Se a pessoa não conseguir entrar por este caminho, pode entrar por outro.

4-Ir imediatamente para a Caaba: A pessoa deve colocar seus pertences em um lugar seguro, entrar pelo portão conhecido como Bab Bani Chaibah ou Bab As-Salam e dizer com humildade:

أَعوذُ باللهِ العَظيـم وَبِوَجْهِـهِ الكَرِيـم وَسُلْطـانِه القَديـم مِنَ الشّيْـطانِ الرَّجـيم، بِسْـمِ الله، وَالصَّلاةُ وَالسَّلامُ عَلى رَسولِ الله، اللّهُـمَّ افْتَـحْ لي أَبْوابَ رَحْمَتـِك

 

Auzu billah al-azím, wa bi wajhihil-karím, wa sultánihil-qadím, min ach-chaitán ar-rajím.Bismillah, was-salátu was-salámu ala raçulil-láh, allahumma iftah li abuába rahmatik

 

“Protejo-me em Allah, o Poderosíssimo, em Sua Nobre face, em Sua Autoridade Eterna contra o Satanás Malvado. Em nome de Allah, que as bênçãos e a paz estejam sobre o Mensageiro de Allah. Ó Allah, abra-me as portas de tua misericórdia”.

 

5-Ao ver a Caaba, deve levantar as suas mãos e dizer:

اللَّهُمَّ زِدْ هَذَا الْبَيْتَ تَشْرِيفًا وَتَعْظِيمًا وَتَكْرِيمًا وَمَهَابَةً ، وَزِدْ مِنْ شَرَّفَهُ وَكَرَّمَهُ مِمَّنْ حَجَّهُ وَاعْتَمَرَهُ تَشْرِيفًا وَتَكْرِيمًا وَتَعْظِيمًا وَبِرًّا اللهم أنتَ السلامُ ومنكَ السلامُ فحيِّنا رَبَّنَا بالسلام

Allahumma zid hazha al-baita tachrifan wa taadhiman, wa takriman wa mahabah. Wa zid man charrafahu wa karramahu mimman hajjahu wa i’tamarahu tachrifan wa takriman wa taadhiman wa birran. Allahumma anta assalam, wa minka assalam, fahayina rabbana bissalam

 

“Ó Allah, acrescenta essa Casa honra,dignidade, e respeito; e para todos aqueles que vieram até ela para honrá-la e realizar Hajj e Umrah, conceda honra, dignidade e benevolência.Ó Allah, Tu és a paz, e de Ti provém a paz, ó Senhor, saudar-nos com a paz”.

 

6-Ir até a Pedra preta e beijá-la tranquilamente. Se a pessoa não conseguir beijá-la, pode tocá-la com a mão e beijar a mão e se mesmo isso não for possível, então a pessoa pode apenas apontar para ela com a mão.

7-Iniciar o Tawaf a partir da Pedra Preta.

8-Não realizar a oração da saudação à mesquita, pois a  saudação da Mesquita Sagrada é o Tawaf.

Se uma das orações prescritas estiver sendo realizada, então a pessoa deve fazê-la em congregação com o Imam. O Profeta (SAW) disse: “Se a oração estiver iniciada, não há oração exceto a obrigatória”.

Da mesma forma, se uma pessoa teme perder uma oração prescrita, deve realizá-la primeiro antes de qualquer outra coisa.

 

At-Tawaf

 

1-Como é feito:

1-O peregrino deve começar o seu Tawaf com ombro direito descoberto, na frente da Pedra Preta, beijá-la, tocá-la ou apontar para ela, dizendo:

بِسمِ اللَّهِ اللَّهُ أكْبَرُ، اللَّهُمَّ إيمَاناً بِكَ وَتَصدِيقاً بِكِتابِكَ، وَوَفاءً بِعَهْدِكَ وَاتِّباعاً لِسُنَّةِ نَبِيِّكَ صلى الله عليه وسلم.

Bismillah, Allahu akbar. Allahumma imanan bika, wa tasdiqan bikitabika, wa wafaan bi’ahdika, wa ittibaan li sunnati nabiyika salla Allah alaihi wa sallam

 

“Em nome de Allah! Allah é o Maior!  Ó Allah, com fé em Ti, crença em Teu Livro, lealdade a Ti e submissão a Sunnah do Teu Profeta Muhammad (SAW)”.

 

2-O peregrino deve caminhar tendo a Caaba à sua esquerda.

3-Andar rapidamente fazendo pequenos passos nas primeiras três rodadas e andar normalmente nas quatro restantes.

4-É recomendável tocar Al-Rukn Al-yamani (que é o canto da Caaba anterior ao da pedra preta durante o Tawaf), beijar ou tocar a Pedra Preta, em cada uma das sete rodadas, se possível.

5-É recomendável fazer recordações durante o Tawaf. A pessoa pode suplicar para si, para a sua família, para os seus irmãos muçulmanos e implorar o bem nessa vida e na outra.

6-Ao terminar as sete rodadas, o peregrino deve recitar: Adotai a Estância de Abraão por oratório” (Alcorão 2:125) e rezar duas Raka’a atrás do Maqam Ibrahim. Assim o Tawaf está concluído.

Se o peregrino é Mufrid (pretende realizar apenas o Hajj) esse Tawaf é chamado Tawaf da chegada (Al-Qudum), Tawaf da saudação (Al-Tahiyah) e Tawaf da entrada (Al-Dukhul). Esse Tawaf não é um pilar do Hajj e leva essas três nomenclaturas consigo.

Se o peregrino é Qarin ou Mutamtti’ (pretende realizar Umrah e Hajj), esse é o Tawaf da Umrah que é válido como Tawaf Al-Qudum e Tawaf Al-Dukhul.

Depois de terminar o Tawaf, o peregrino que é Qarin ou Mutamatti’ deve completar a sua Umrah e realizar o Sa’i entre Safa e Marwa.

2-Súplicas recomendadas durante o Tawaf:

1-Na frente da Pedra Preta:

بِسمِ اللَّهِ اللَّهُ أكْبَرُ، اللَّهُمَّ إيمَاناً بِكَ وَتَصدِيقاً بِكِتابِكَ، وَوَفاءً بِعَهْدِكَ وَاتِّباعاً لِسُنَّةِ نَبِيِّكَ صلى الله عليه وسلم.

 

Bismillah, Allahu akbar. Allahumma imanan bika, wa tasdiqan bikitabika, wa wafaan bi’ahdika, wa ittibaan li sunnati nabiyika salla Allah alaihi wa sallam.]

 

“Em nome de Allah! Allah é o Maior! Ó Allah, com fé em Ti, crença em Teu Livro, lealdade a Ti e submissão a Sunnah do Teu Profeta Muhammad (SAW)”.

 

2-Ao iniciar o Tawaf:

 

سُبْحانَ الله، والحَمْدُ لله ولا إلهَ إلا الله، واللهُ أكْبَر ولا حَوْلَ وَلا قُوَّةَ إلا بِالله.

 

Subhanal-lah, alhamdu lillah, la ilaha illa Allah wa Allah Akbar, la haula wa la quwata illa billah

 

“Louvado seja Allah, Glorificado seja Allah e não há divindade real a não ser Allah! Allah é O maior, não há mudança nem poder a não ser em Allah”.

 

3-No Al-Rukn Al-Yamani:

رَبَّنَا آَتِنَا فِي الدُّنْيَا حَسَنَةً وَفِي الآَخِرَةِ حَسَنَةً وَقِنَا عَذَابَ النَّارِ

 

Rabbana atina fi al-dunya hassanah wa fil-akhirati hassanah wa qina azhaba al-nar

 

“Ó Senhor nosso, concede-nos a graça deste mundo e do futuro, e preserva-nos do tormento infernal” (Alcorão 2:201).

 

4-Ao andar:

 

أللَّهُمَّ اجْعَلْهُ حَجَّاً مَبْروراً، وذَنْبا مَغْفوراً وَسَعْياً مَشْكورا.

 

Allahumma ij’alhu hajjan mabruran, wa zhanban maghfuran, wa sa’ian machkuran

 

“Ó Allah, faça que esse Hajj seja aceito, os pecados sejam perdoados e o esforço seja bem apreciado”.

 

3-A recitação do Alcorão durante o Tawaf:

O peregrino pode recitar o Alcorão durante o Tawaf, pois isso é uma recordação.

Aicha relatou que o Profeta (SAW) disse: “O Tawaf ao redor da Casa, o Sa’i entre Safa e Marwa e jogar as pedras no Jamarat, são atos de recordação a Allah”.

4-O mérito do Tawaf:

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “Todos os dias, Allah envia 120 misericórdias sobre os peregrinos da Sua Casa; 60 sobre aqueles que estão realizando Tawaf, 40 sobre aqueles que estão fazendo orações e 20 sobre aqueles que estão olhando para a Caaba”.

5-Os quatro tipos do Tawaf:

1-Tawaf Al-Qudum;

2-Tawaf Al-Ifadhah;

3-Tawaf Al-Wada’;

4-Tawaf Al-Tatawu’;

 

O peregrino deve aproveitar a sua permanência em Meca, fazer Tawaf voluntariamente e realizar muitas orações no Al-Masjid Al-Haram, pois a oração nele é equivalente a cem mil orações feitas em outra mesquita.

Ao realizar o Tawaf voluntário, a pessoa pode andar normalmente e não precisa deixar o seu ombro direito descoberto.

A Sunnah é fazer o Tawaf cada vez que a pessoa entra no Al-Masjid Al-Haram, pois o Tawaf é a sua saudação. A saudação das outras mesquitas é realizar duas Raka’a.

6-As condições para um Tawaf válido:

1-A purificação da impureza maior e menor: Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “O Tawaf é uma oração, mas Allah permitiu a pessoa falar durante a sua execução. Então, aquele que fala durante o Tawaf, deve falar o que é bom”.

Aicha relatou que o Profeta (SAW) entrou na sua tenda e a viu chorando porque estava menstruada e disse: “Isso é escrito por Allah para todas as filhas de Adão, completa seu Hajj normalmente, mas não execute o Tawaf até que você se torne pura”.

Aicha também disse que o primeiro ato que o Profeta (SAW) fez, ao chegar a Meca, foi executar a ablução e realizar o Tawaf ao redor da Casa.

Todos os sábios dizem que aquele que sofre com uma impureza permanente devido à doença, como vazamento de urina ou uma mulher com sangramento contínuo, pode executar o Tawaf normalmente sem pagar expiação.

Uma mulher chegou até Abdullah Ibn Omar e disse que foi a Mesquita Sagrada para realizar o Tawaf, mas quando cheguou à porta começou a sangrar e voltou. Ao parar o sangue, se purificou e foi novamente realizar o Tawaf, mas quando cheguei à porta começou a sangrar e voltou para casa. Então, repetiu isso pela terceira vez e aconteceu o mesmo que das primeiras duas vezes. Ibn Omar lhe disse: Isso é um ataque de Satanás. Execute o Ghusl, amarre um pano sobre as partes intimas e realize o Tawaf.

2-Cobrir a Aurah: Abu Hurairah disse que antes da peregrinação da despedida, o Mensageiro de Allah (SAW) nomeou Abu Bakr para liderar as pessoas para realizar o Hajj. No dia de Al-Adha, Abu Bakr enviou Abu Hurairah com um grupo de pessoas para proclamar que após esse ano, nenhum idólatra poderia fazer a peregrinação e nenhuma pessoa nua poderia executar o Tawaf.

3-Fazer sete voltas completas: O peregrino deve fazer sete voltas completas, se deixar de completar uma volta mesmo que por um único passo, o seu Tawaf não será válido.

Se durante o Tawaf, o peregrino ficar com dúvida de quantas voltas executou, então deve considerar o número menor. Mas se o peregrino ficar com dúvida depois de completar o seu Tawaf, não deve fazer nada.

4-Começar e terminar o Tawaf na Pedra Preta.

5-A Caaba deve estar à esquerda do peregrino: Se um peregrino realizar o Tawaf com a Caaba a sua direita, o seu Tawaf é inválido.

6-O Tawaf deve ser fora da Casa: Se um peregrino realizar o Tawaf no Hijr, o seu Tawaf é inválido, pois Al-Hijr e Al-Chazhrawan são partes da Casa e Allah diz para realizá-lo ao redor da Casa e não dentro dela: “E circundem a Casa Antiga” (Alcorão 22:29).

7-Fazer setes voltas consecutivas: Ahmad e Malik dizem que a pessoa pode realizar o Tawaf em partes, com pequenos ou longos intervalos entre as rodadas, mesmo se isso for feito sem qualquer razão genuína.

Abu Hanifah e Ach-Chafii dizem que a sequência é uma Sunnah.

Humaid Ibn Zaid disse que viu Abdullah Ibn Omar fazer o Tawaf. Ele fez três ou quaro voltas e sentou-se. Depois de descansar, levantou e executou o restante das voltas.

Ach-Chafi'i e Abu Hanifah dizem que durante o Tawaf, se um peregrino tiver anulada sua ablução, pode renovar a sua ablução e voltar para completar as rodadas restantes.

Foi relatado que Ibn Omar ouviu o chamado para a oração enquanto estava realizando seu Tawaf, interrompeu-o, realizou a oração em congregação e em seguida retomou o seu Tawaf de onde ele havia parado.

Ata’a disse que a pessoa pode interromper seu Tawaf para participar de uma oração fúnebre. Ao terminar a oração, essa pessoa pode retomar seu Tawaf e completar as rodadas restantes.

7-A Sunnah do Tawaf:

1-Ao iniciar o Tawaf, o peregrino deve ficar na frente da Pedra Preta, fazer Takbir e Tahlil levantando as mãos como é feito no inicio da oração, beijar a Pedra Preta, tocá-la com a mão e beijar a mão, tocá-la com um objeto e beijar esse objeto ou apontá-la com a mão ou com uma bengala.

Ibn Omar disse que o Profeta (SAW) tocou a Pedra Preta, colocou seus lábios sobre ela e chorou por um longo tempo e Omar também chorou por um longo tempo. Então, o Profeta disse: “Ó Omar, aqui as lágrimas se derramam”.

Ibn Abbas relatou que Omar beijou a Pedra Preta e disse: Por Allah, eu sei que você é uma pedra, se eu não tivesse visto o meu amado (SAW) te tocar e te beijar, eu não teria feito isso: “Tendes no Mensageiro de Deus um excelente exemplo” (Alcorão 33:21).

Nafi’ disse que viu Ibn Omar tocar a Pedra Preta com a sua mão e em seguida beijar a sua mão. Então, ele disse que nunca deixou de fazer isso desde que viu o Profeta (SAW) fazer isso.

Ibn Omar disse que o Profeta (SAW) entrava na Casa, tocava a Pedra Preta e dizia: “Bismillah, Allahu Akbar”.

Abu Tufail disse que viu o Mensageiro de Allah (SAW) tocar a Pedra Preta com a sua bengala e em seguida beijar a bengala.

Al-Bukhari, Muslim e Abu Daud relataram que Omar beijou a Pedra Preta e disse: Por Allah, eu sei que você é uma pedra, não pode prejudicar e nem beneficiar. Se eu não tivesse visto o Profeta (SAW) te beijar, eu nunca te beijaria.

Al-Khattabi disse que o que Omar disse ao beijar a Pedra Preta é uma prova de que seguir a Sunnah é uma obrigação, independentemente se há uma razão conhecida para segui-la ou não. Na verdade, Allah escolheu a melhor das cidades, das noites, dos dias e dos meses, e escolheu a Pedra Preta como a melhor e a mais nobre entre as pedras da terra. Na Sunnah, a regra é o seguimento.

Há um relato que diz que a pedra Preta é a mão direita de Allah na terra. Isso significa que, ao tocá-la e beijá-la, o peregrino estará tocando e beijando a mão de Allah.

Al-Muhallib disse que as palavras de Omar provam que esse relato não é verdadeiro. Que Allah nos livre de atribuir órgãos físicos para Ele. A ordem para beijar a Pedra Preta é uma prova de obediência e isso pode ser comparado à história de Iblis quando Allah lhe ordenou a se prostrar diante de Adão. Além disso, entre as pedras da Caaba, a única pedra que temos a certeza absoluta de que é da construção de Ibrahim (AS) é a Pedra Preta.

2-Se aglomerar para tocar ou beijar a Pedra Preta, mas sem causar danos as outras pessoas.

Ibn Omar costumava a se esforçar para entrar no meio da multidão a fim de alcançar a Pedra Preta e às vezes ficava com o nariz sangrando.

O Profeta (SAW) disse a Omar: “Ó Abu Hafs, você é um homem forte. Não use a força ao entrar no meio da multidão para chegar até a Pedra Preta, pois você pode machucar uma pessoa fraca. Se você encontrar uma oportunidade, toque-a; se não, diga: Allahu Akbar e continue seu Tawaf”.

3-Deixar o ombro direito descoberto (Al-Idhtibiaa): Ibn Abbas disse que o Profeta (SAW) e seus companheiros iniciaram o Ihram em Al-Jaaranah e deixaram os seus ombros direitos descobertos.

A maioria dos sábios disse que isso ajuda ao andar rapidamente nas primeiras três rodadas do Tawaf.

Alguns sábios dizem que esse ato não é recomendável.

Todos sábios dizem que esse ato não é recomendável durante a oração do Tawaf.

4-Andar rapidamente nas primeiras três rodadas (Al-Raml): Ibn Omar disse que ao realizar o Tawaf, o Profeta (SAW) andava rapidamente nas primeiras três rodadas e andava normalmente nas quatro restantes.

A pessoa que anda normalmente nas primeiras três rodadas, deve andar as quatro rodadas restantes normalmente também.

Ficar com o ombro direito descoberto (Al-Idhtiba’a) e andar rapidamente (Al-Raml) nas primeiras três rodadas durante o Tawaf para Umrah e para qualquer outro Tawaf, seguido por Al-Milain no Sa’i, são dois ato que podem ser feitos apenas pelos homens.

Ach-Chafii disse que a pessoa que fez Al-Idhtiba’a e Al-Raml durante o Tawaf Al-Qudum e em seguida executou o Sa’i, não deve fazer isso novamente durante Tawaf Al-Ifadhah. Mas se uma pessoa não executou o Sa’i depois de Tawaf Al-Qudum, pode fazer Al-Idhtiba’a e Al-Raml durante Tawaf Al-Ziyarah.

As mulheres não podem deixar o ombro direito descoberto e nem podem correr durante o Tawaf e o Sa’i, pois elas são obrigadas a cobrir Al-Aurah.

Porque fazemos Al-Raml?

Ibn Abbas disse que quando o Profeta (SAW) e seus companheiros chegaram a Meca, eles estavam enfraquecidos pela febre em Yathrib e isso foi divulgado pelos idólatras, então Allah, Todo-Poderoso informou Seu Profeta (SAW) sobre o que os idólatras estavam dizendo e por isso, ele (SAW) ordenou que os companheiros corressem nas três primeiras rodadas do Tawaf. Quando os idólatras viram os muçulmanos correndo, disseram: Disseram que eles estavam fracos por causa da febre e na verdade estão mais fortes do que nós.

Ibn Abbas acrescentou que o Profeta (SAW) não ordenou correr nas sete rodadas para as pessoas não cansarem.

Omar pensou em parar de fazer Raml durante o Tawaf, pois o Islam se tornou forte e não havia mais necessidade disso, mas ele decidiu, no entanto, continuar com essa prática para que as futuras gerações de muçulmanos pudessem saber dessa história.

Muhibbuddin At-Tabari disse que às vezes, certos atos são prescritos na religião por uma razão específica e mais tarde, embora essa razão não exista mais, o ato ainda é válido.

Zaid Ibn Aslam relatou que seu pai disse que ouviu Omar Ibn Al-Khattab dizer: Por que correr durante o Tawaf ao redor da Caaba hoje? Por que descobrir os nossos ombros? Allah fortaleceu o Islam e eliminou a descrença e os descrentes, mas nunca devemos abandonar um ato que costumávamos fazer no tempo do Profeta (SAW).

5-Tocar Al-Rukn Al-Yamani: Ibn Omar disse que as duas partes da Caaba que o Profeta (SAW) as tocava sempre eram Al-Rukn Al-Yamani e Al-Hajar Al-Aswad e que nunca deixaria de tocá-los sobre qualquer circunstância.

O peregrino deve tocar esses dois Rukn por causa das suas virtudes:

-Al-Rukn Al-Aswad: por ser levantado sobre as fundações erguidas por Ibrahim e por nele estar a Pedra Preta onde se inicia e termina o Tawaf.

-Al-Rukn Al-Yamani: por também ser levantado sobre as fundações erguidas por Ibrahim e é o canto anterior ao Rukn Al-Aswad durante o Tawaf.

Aicha relatou que o Profeta (SAW) disse: “Uma parte do Al-Hijr faz parte da Caaba”. Ibn Omar disse que por isso as pessoas devem fazer o Tawaf por trás do Al-Hijr.

Todos os sábios dizem que é recomendável que o peregrino toque os dois Rukn (Canto), Al-Yamani e Al-Aswad e não tocar outros dois Rukn.

O Profeta (SAW) disse: “A pedra Preta e Al-Rukn Al-Yamani fazem com que os pecados sejam perdoados”.

6-Realizar duas Raka’a depois do Tawaf: Depois do Tawaf, realizar duas Raka’a atrás do Maqam Ibrahim ou em qualquer lugar dentro da Mesquita Sagrada é uma Sunnah.

Jaber disse que ao chegar a Meca, o Profeta (SAW) realizou sete voltas ao redor da Caaba, foi até Maqam Ibrahim e recitou: “Adotai a Estância de Abraão por oratório” (Alcorão 2:125), rezou duas Raka’a atrás do Maqam Ibrahim (o Maqam ficou entre ele e a Caaba), depois de Al-Fatihah, na primeira Raka’a, ele recitou Surata de Al-Kafirun e na segunda recitou Surata Al-Ikhlas. Depois ele (SAW) tocou a Pedra Preta novamente e saiu pela porta de Safa.

Essas duas Raka’a podem ser realizadas a qualquer hora do dia e da noite até nos tempos em que as orações são proibidas.

Jubair Ibn Mut'im relatou que o Profeta (SAW) disse: “Ó filhos de Abd Manaf, não impeçam ninguém de circundeambular esta Casa (a Caaba) e de rezar aqui a qualquer hora que desejar, seja dia ou noite”.

As duas Raka’a feitas depois do Tawaf podem ser realizadas fora da Mesquita também.

Umm Salamah realizou o Tawaf e ofereceu as duas Raka’a fora da Mesquita Sagrada.

Omar realizou essas duas Raka’a em Zhi Tiwa.

Ach-Chafii e Ahmad dizem que a pessoa que realiza uma oração prescrita depois do Tawaf não precisa oferecer essas duas Raka’a.

Malik e Abu Hanifah dizem que mesmo que a pessoa realize uma oração prescrita, deve oferecer as duas Raka’a.

 

Passar na frente do Adorador na Mesquita Sagrada

A pessoa pode realizar a oração na Mesquita Sagrada enquanto as pessoas, homens e mulheres, passam na sua frente. Al-Muttalib Ibn Abi Wadaah disse que viu o Mensageiro de Allah (SAW) orar de frente para a Pedra Negra enquanto homens e mulheres passavam na sua frente e não havia Sutrah entre ele e a Caaba.

 

8-O Tawaf de homens e mulheres Juntos:

Ibn Juraij relatou que Ata’a lhe disse que quando Ibn Hicham proibiu as mulheres de realizarem o Tawaf junto com os homens, Ata’a lhe perguntou como ele poderia proibir as mulheres de realizarem o Tawaf junto com os homens, sendo que as esposas do Profeta (SAW) realizavam o Tawaf junto com os homens e Ibn Juraij lhe perguntou se isso havia ocorrido depois da revelação de versículo do Hijab e ele respondeu que sim.

Ibn Juraij, então perguntou se elas se misturavam com os homens e Ata’a disse que não, pois Aicha realizava o Tawaf afastada dos homens e certa vez, uma mulher lhe convidou para tocar a Pedra Preta e Aicha lhe disse para que fosse sozinha, pois ela não iria.

Ata’a disse que as mulheres saíam disfarçadamente à noite para realizar o Tawaf. Ao chegar até Mesquita Sagrada, elas esperavam os homens sairem para elas entrarem.

Quando não houver homens ao redor da Caaba, as mulheres podem tocar e beijar a Pedra Negra.

Aicha disse a uma mulher que não se desesperasse para chegar a Pedra Preta, pois poderia causar mal a alguém, que se encontrasse uma oportunidade para tocá-la ou beijá-la, então, deveria fazer, mas se houvesse muita gente, que ficasse de frente a ela e fizesse Takbir e Tahlil.

9-Fazer o Tawaf montado:

A pessoa pode realizar o Tawaf montada, mesmo que for capaz de andar, desde que haja uma razão válida para se fazer isso.

Ibn Abbas disse que durante a Peregrinação de Despedida, o Profeta (SAW) realizou o Tawaf em cima de um camelo e tocou a Pedra Negra com uma bengala.

Jaber disse que durante a Peregrinação de Despedida, o Profeta (SAW) realizou o Tawaf e o Sa’i entre Safa e Marwa em cima de um camelo para mostrar para a multidão como executar o Hajj e responder suas perguntas.

10-O Tawaf do leproso:

Ibn Abi Mulaikah disse que Omar Ibn Al-Khattab viu uma mulher com lepra realizando o Tawaf com outras pessoas. Ele disse-lhe para que não prejudicasse os outros e ficasse em sua casa. Então, ela voltou para a casa. Depois da morte de Omar, um homem disse à mulher leprosa que aquele que a proibiu de fazer o Tawaf havia morrido e ela respondeu: Não obedeci a Omar durante a sua vida, para desobedecê-lo após a sua morte.

11-Beber água de Zamzam:

Depois da conclusão do Tawaf e a realização das duas Raka’a atrás do Maqam Ibrahim, é recomendável beber água do poço de Zamzam.

O Profeta (SAW) bebeu água de Zamzam e disse: “Essa água é abençoada. Ela é alimento para o faminto e a cura para o doente”.

O anjo Gabriel lavou o coração do Profeta (SAW) com a água de Zamzam na noite do Isra’a.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “A melhor água na face da terra é a de Zamzam. Ela é alimento para o faminto e a cura para o doente”.

Ao beber água de Zamzam, a pessoa deve ter a intenção e a esperança de cura, bênçãos e tudo o que for melhor para ela nesta vida e na outra. O Profeta (SAW) disse: “A água de Zamzam serve a intenção pela qual for bebida”.

Suwaid Ibn Said disse que ao beber água de Zamzam, Abdullah Ibn Al-Mubarak ficou de frente para a Caaba e disse: Ó Allah, Jaber relatou que o Profeta (SAW) disse que a água de Zamzam serve a intenção pela qual for bebida e eu estou bebendo essa água com intenção de não ficar com sede no Dia do Juízo! E em seguida, bebeu o resto da água.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “A água de Zamzam serve a intenção pela qual for bebida. Se a pessoa bebê-la para saciar a sua fome, Allah saciará a sua fome. Se a pessoa bebê-la para saciar a sua sede, Allah saciará a sua sede. Se a pessoa bebê-la para buscar refúgio, Allah lhe dará refúgio. O poço de Zamzam foi cavado pelo anjo Gabriel para que Allah saciasse a sede de Ismail”.

Ao beber da água de Zamzam, a pessoa deve beber três goles, de frente para Qiblah, até encher o seu estômago, dizer Al-Hamdulillah e fazer a súplica de Ibn Abbas.

Ibn Abbas perguntou a um homem que vinha até ele do poço de Zamzam se o homem havia bebido o suficiente. O homem, entanto, lhe perguntou como seria beber o suficiente e Ibn Abbas respondeu: Ao beber do Zamzam, você deve ficar de frente para Qiblah, fazer recordação, tomar três goles de água para encher o estômago e dizer Alhamdulillah quando terminar. O Profeta (SAW) disse: “A grande diferença entre nós e os hipócritas é que eles não bebem a água do Zamzam até encher o estômago”.

Ao beber da água de Zamzam, Ibn Abbas dizia a seguinte súplica:

اللَّهُمَّ إِنِّي أَسْأَلُكَ عِلْمَاً نَافِعَاً وَرِزْقَاً وَاسِعَاً وَشِفَاءً مِنْ كُلِّ دَاءٍ

 

Allahumma Inni as'aluka Ilman nafiaan wa rizqan wassi'an wa chifa-an min kulli daa

 

“Ó Allah, imploro-Te o conhecimento que é benéfico, o sustento que é lícito e a cura de todas as doenças”.

 

12-A Origem de Zamzam:

Ibn Abbas disse que quando Hajar chegou a Almarwah em busca de água para ela e para seu filho Ismail, ouviu uma voz. Ao ouvir a voz pela segunda vez, ela disse: Eu ouvi a sua voz! Ajuda-me, se você puder! De repente, ela viu um anjo, no lugar onde está Zamzam hoje, cavando a terra com seus pés ou suas asas e uma fonte de água apareceu. Então, Hajar começou a pegar água com um recipiente que tinha.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “Que Allah derrame Sua misericórdia sobre a mãe de Ismael. Se ela não tivesse bebido da água, o Zamzam teria secado”. Ibn Abbas acrescentou que, então, Hajar bebeu e deu água a seu filho e em seguida, o anjo lhe disse: “Não tenham medo de se perderem, pois este é o lugar da Casa de Allah que será construída por este menino e seu pai. Allah nunca abandona os seus servos”. O lugar da Casa era como uma colina em que a água da chuva corria por sua direita e sua esquerda.

13-Fazer súplicas no Al-Multazam:

Depois de beber a água de Zamzam, recomenda-se fazer súplicas em Al-Multazam, que é parte da Caaba que fica entre a porta e a Pedra Preta.

Ibn Abbas costumava suplicar entre a Pedra Preta e a porta da Caaba. Ele dizia: O espaço entre a Pedra Preta e a porta da Caaba é chamado de Al-Multazam. Aquele que suplicar a Allah nesse lugar, terá sua súplica atendida.

Amr Ibn Chu'aib relatou que seu avô disse que viu o Profeta (SAW) encostar seu rosto e seu peito em Al-Multazam.

14-Entrar na Caaba e no Hijr de Ismael:

Ibn Omar relatou que o Profeta (SAW) entrou na Caaba, juntamente com Ussamah Ibn Zaid e Uthman Ibn Talhah e fecharam a porta. Quando saíram, Bilal disse que o Profeta (SAW) orou dentro da Caaba entre as duas colunas iemenitas.

Alguns sábios dizem que entrar na Caaba e oferecer oração no seu interior é sunnah, mas isso não é parte do Hajj. Ibn Abbas disse que entrar na Caaba não faz parte dos rituais do Hajj.

Aquele que não conseguir entrar na Caaba pode entrar e rezar no Al-Hijr, pois o Hijr é uma parte da Caaba.

Aicha disse para o Profeta (SAW): Ó Profeta de Allah, todas as pessoas da sua família entraram na Caaba e eu nunca entrei. Então, o Profeta (SAW) lhe disse: “Mande falar para Chaibah (Guardião da chave da Caaba) abrir a porta para você”. Então, Chaibah disse que nunca conseguiram abrir a Caaba durante a noite, nem na época da ignorância e nem no Islam. Por fim, o Profeta (SAW) disse para Aicha: “Ore no Al-Hijr que é uma parte da Caaba deixada de fora por seu povo de Quraich durante a reconstrução da Caaba”.

 

O Sa’i entre Safa e Marwa

 

Ibn Abbas disse que o Profeta Ibrahim (AS) levou sua esposa Hajar e seu filho Ismael que era um bebê ainda e os deixou em um lugar perto da Casa de Allah, sob uma árvore acima do Zamzam, com um cantil de água e uma bolsa de couro cheia de tâmaras. A cidade de Meca era um lugar onde não havia nem água e nem moradores. Quando Ibrahim começou a caminhar deixando-os para trás, Hajar lhe disse: Ó Ibrahim, onde está indo, deixando-nos nesse vale onde não existe nenhuma pessoa e nem qualquer outra coisa? Ela repetiu a pergunta três vezes, mas Ibrahim não respondeu. Então, ela perguntou: Foi Allah que te ordenou a fazer isto? Ibrahim respondeu que sim e Hajar disse: Então, Ele não nos abandonará.

Ibrahim prosseguiu até alcançar uma passagem estreita na montanha onde eles não podiam vê-lo, parou e invocou Allah em oração: “Ó Senhor nosso, estabeleci parte da minha descendência em um vale inculto perto da Tua Sagrada Casa para que, ó Senhor nosso, observem a oração; faze com que os corações de alguns humanos os apreciem, e agracia-os com os frutos, a fim de que Te agradeçam” (Alcorão 14:37).

Hajar pendurou o cantil de água em uma árvore e se sentou com seu bebê sob a sua sombra. Bebeu e amamentou o seu filho, até que a água se acabou, seu leite secou e seu filho começou a sentir fome. Ela não conseguia mais ver o seu bebê sofrendo, então, foi até Safa à procura de água ou ver se havia algum viajante passando por perto, mas não havia ninguém. Então, Hajar desceu Safa e atravessou o vale até Marwah para ver se havia alguém por perto, mas não havia ninguém também. Voltou até Safa e repetiu isso sete vezes. Ibn Abbas acrescentou que o Profeta (SAW) disse: “Isso é o Sa’i dos peregrinos entre Safa e Marwah”.

1-O Sa’i na Charia:

Os sábios divergem em relação ao Sa’i e se dividem em três grupos:

1-Ibn Omar, Jaber, Aicha, Malik, Ach-Chafii e um dos relatos de Ahmad dizem que o Sai é um dos pilares do Hajj e se a pessoa não realizá-lo, o seu Hajj se torna inválido. Esses sábios baseiam a sua opinião sobre o seguinte:

-Urwah disse que perguntou a Aicha a respeito do que Allah diz no Alcorão: “As colinas de Assafa e Almarwa fazem parte dos rituais de Deus e, quem peregrinar à Casa, ou cumprir a Umra, não cometerá pecado algum em percorrer a distância entre elas” (Alcorão 2:158), indagando se não haveria problema nenhum se o peregrino não realizar o Sa'i entre Safa e Marwa. E Aicha respondeu: Ó meu sobrinho, você disse algo grave, pois interpretou o versículo ao contrário. Antes do Islam, havia dois ídolos, um deles estava em Safa e o outro em Marwah e os incrédulos adoravam esses ídolos percorrendo entre os dois montes. Al-Ansar perguntaram ao Profeta (SAW) sobre esse ato, então, Allah revelou esse versículo. Então, Aicha disse que o Profeta (SAW) prescreveu o Sa’i entre Safa e Marwa e as pessoas devem fazê-lo.

-Aicha também disse que o Mensageiro de Allah e seus companheiros realizavam o Sa’i, então, isso é uma Sunnah. Aquele que não executar o Sa’i entre Safa e Marwah seu Hajj é inválido.

-Habibah Bint Abi Tajraah disse que viu o Mensageiro de Allah (SAW) realizar o Sa’i entre Safa e Marwa e dizer: “Realizai o Sa’i, pois Allah decretou a vós o Sa’i”.

-O Sa’i é um ritual do Hajj e do Umrah, por isso é um pilar.

2-Ibn Abbas, Anas, Ibn Az-Zubair, Ibn Sirin e um relato de Ahmad dizem que o Sa’i é uma Sunnah e não há punição para quem deixa de executá-lo, pois não é um pilar do Hajj.

3-Abu Hanifah, Ath-Thauri e Al-Hassan dizem que o Sa’i é uma obrigação, mas não é um pilar do Hajj. A pessoa que deixar de executá-lo deve sacrificar um animal.

O autor do livro Al-Mughni disse que essa, a última opinião, é a mais correta.

2-Condições que devem ser cumpridas no Sa’i:

1-O Sa’i deve ser feito depois do Tawaf;

2-O peregrino deve realizar sete idas e voltas completas;

3-O peregrino deve começar em Safa e terminar em Marwah;

4-O peregrino deve seguir o caminho do Sa’i que fica entre Safa e Marwah.

Se uma pessoa deixar de cumprir qualquer uma dessas condições, o seu Sa’i será inválido.

3-Fazer setes rodadas consecutivas:

A sequência de idas e voltas não é um ato obrigatório, pois a pessoa pode interromper o seu Sa’i para executar uma oração ou por qualquer outra razão válida. Nesse caso, ao voltar, a pessoa deve executar o restante das idas e voltas.

Ibn Omar precisou interromper o Sa’i para urinar, depois realizou ablução, voltou e executou o restante das idas e voltas.

A pessoa não é obrigada a realizar o Sa’i imediatamente depois do Tawaf. Ahmad disse que a pessoa pode descansar entre o Tawaf e o Sa’i ou executar o Sa’i à noite.

Ata’a e Al-Hassan dizem que a pessoa pode executar o Tawaf de manhã e fazer o Sa’i à tarde.

Said Ibn Mansur relatou que Sawdah, a esposa de Urwah Ibn Az-Zubair, precisou de três dias para completar o seu Sa’i entre Safa e Marwah por ser uma mulher obesa.

4-A purificação durante o Sa’i:

A maioria dos sábios disse que a purificação não é uma condição obrigatória para a pessoa fazer o Sa’i. Aicha relatou que o Profeta (SAW) entrou na sua tenda e a viu chorando porque estava menstruada e disse: “Isso é escrito por Allah para todas as filhas de Adão, completa seu Hajj normalmente, mas não execute o Tawaf até que você se torne pura”.

É recomendado que a pessoa fique em estado de purificação durante todos os atos do Hajj.

5-Realizar o Sa’i montado:

O peregrino pode realizar o Sa’i montado, mas é melhor executá-lo a pé. Na peregrinação da despedida, o Profeta (SAW) realizou o Sa’i montado para ser visto pelas pessoas e ensiná-las os atos do Hajj.

Ibn At-Tufail perguntou a Ibn Abbas se era verdade que o Sa’i montado é uma Sunnah e Ibn Abbas respondeu que na peregrinação da despedida, as pessoas se juntaram em torno do Profeta (SAW) e até as moças saíram das suas casas para ver o Mensageiro de Allah (SAW), então, ele (SAW) subiu em sua montaria para ser visto por seu povo. Mas realizar o Sa’i à pé é melhor.

Executar o Sa’i em cima de uma montaria é permitido, mas não é recomendado.

At-Tirmizhi disse que Ach-Chafii e alguns sábios diziam que o Tawaf e o Sa’i em cima de uma montaria é um ato não recomendado, a menos que haja uma razão para isso.

Malik e Abu Hanifah dizem que o Profeta (SAW) realizou o Sa’i em cima da sua montaria por uma razão. Aquele que executa o Sa’i montado sem nenhuma razão, deve repetir o seu Sa’i. Se não houver mais tempo para repeti-lo, deve sacrificar um animal.

5-Andar rapidamente entre Al-Milain:

Durante o Sa’i, é recomendado ao peregrino andar rapidamente no vale, em Al-Milain, pois o Profeta (SAW) andava rapidamente entre Al-Milain, mas o peregrino pode realizar o Sa’i andando normalmente.

Said Ibn Jubair disse que viu Abdullah Ibn Omar andando normalmente ao realizar o Sa’i e Abdullah disse que durante o Sa’i, viu o Mensageiro de Allah (SAW) andar normalmente e também o viu andar rapidamente e que naquele momento ele, Abdullah, era um homem idoso.

Durante o Sa’i, a mulher deve andar normalmente. Ao ver algumas mulheres andando rapidamente durante o Sa’i, Aicha lhes disse: Nós (as esposas do Profeta) não somos um exemplo para vós? Vocês devem andar normalmente.

6-Suplicar em Safa e em Marwa:

No Safa e Marwa é recomendado que a pessoa fique de frente para a Caaba e faça súplicas. Jaber Ibn Abdullah disse que o Profeta (SAW) saiu pela porta do Safa e ao se aproximar de Safa, recitou: “As colinas de Assafa e Almarwa fazem parte dos rituais de Deus” (Alcorão 2:158) e disse: “Eu começarei com o que Allah começou”. E subiu Safa até que viu a Caaba, pronunciou La ilaha illa Allah, fez o Takbir e disse:

لا إِلَهَ إِلا اللَّهُ وَحْدَهُ لا شَرِيكَ لَهُ لَهُ الْمُلْكُ وَلَهُ الْحَمْدُ وَهُوَ عَلَى كُلِّ شَيْءٍ قَدِيرٌ لا إِلَهَ إِلا اللَّهُ وَحْدَهُ أَنْجَزَ وَعْدَهُ وَنَصَرَ عَبْدَهُ وَهَزَمَ الأحزابَ وَحْدَهُ

Laa ilaaha illal-lah wahdahu laa chariika lahu, lahul-mulku walahul-hamd, wa huwa alaa kulli chayin qadiir, Laa ilaaha illal-lah wahdahu anjaza waadahu wa nassara abdahu wa hazamal-ahzaba wahdahu

 

“Não há divindade além de Allah, o Único que não possui sócio. Ele é o possuidor de toda soberania e louvores. Ele é quem possui poderes sobre todas as coisas. Não há divindade além de Allah, cumpriu Sua promessa, deu a vitória a Seu servo e derrotou sozinho as tribos”.

 

Ele repetiu isso três vezes e fez umas súplicas. Em seguida, subiu o Marwah até que viu a Caaba e fez o que havia feito em Safa.

Nafi’ disse que ouviu Abdullah Ibn Omar dizer em Safa: Ó Allah, Tu dissestes: “Invocai-Me, que vos atenderei”! E Tu não faltas à promessa. Ó Allah, Tu me guiaste para o Islam, então não me deixe morrer senão muçulmano.

7-Suplicar entre Assafa e Almarwa:

Entre Safa e Marwah, a pessoa pode recitar o alcorão, suplicar e fazer recordações. Durante o Sa’i o Profeta (SAW) dizia:

رَبِّ اغْفِرْ وَارْحَمْ ، وَاهْدِنِي السَّبِيلَ الأَقْومَ

Rabbi ighfir warham, wahdini as-sabil al-aqwam

 

“Ó Senhor, perdoa, tenha misericórdia e guia-me no caminho reto”.

 

رَبِّ اغْفِرْ وَارْحَمْ ، إِنَّكَ أَنْتَ الأَعَزُّ الأَكْرَم

Rabbi ighfir warham, innaka anta al-aazzu al-akram

 

“Ó Senhor, perdoa e tenha misericórdia. Em verdade, Tu és o Poderoso e o Generoso”.

 

Com a realização do Tawaf e do Sa’i, a Umrah está concluída.

Al-Mutamatti’ deve finalizar o seu Ihram cortando o seu cabelo e deve realizar o Sa’i novamente depois do Tawaf Al-Ifadhah e ficar em Meca até dia de Tarwiyah.

Al-Qarin deve ficar em Ihram até o dia de Al-Adha e não será necessário fazer outro Sa’i depois do Tawaf Al-Fardh.

 

Ir para Mina

 

A Sunnah é ir até Mina no dia 8 de Zhil-Hijjah.

Al-Qarin e Al-Mufrid devem ir para Mina imediatamente, pois estão em Ihram.

Al-Mutamatti’ deve iniciar o Ihram e fazer o Talbiyah para o Hajj.

No caminho para Mina e nas orações do Dhohr, Asr, Maghrib e Icha’a o peregrino deve fazer recordações e Talbiyah e deve ficar em Mina até o nascer do sol do dia 9 de Zhul-Hijjah.

O peregrino que não realizar essa Sunnah, não deve pagar nada por causa disso, pois certa vez, Aicha partiu para Mina depois que já havia passado um terço da noite.

A pessoa também pode ir à Mina antes do dia 8 de Zhul-Hijjah, pois Al Hassan costumava ir para Mina no dia 6 ou 7 de Zhul-Hijjah.

Malik disse que não é recomendado ir para Mina antes do dia 8 de Zhul-Hijjah e que também não é recomendado ficar em Meca no dia 8 de Zhul-Hijjah, a menos que seja uma sexta-feira. Nesse caso, a pessoa deve realizar a oração e ir imediatamente para Mina.

 

Ir para Arafah

 

A Sunnah é ir para Arafah depois do nascer do sol do dia 9 de Zhul-Hijjah, seguindo o caminho do Dhabb fazendo Takbir, Tahlil e Talbiyah.

Muhammad Ibn Abi Bakr Al-Thaqafi disse que depois do nascer do sol do dia 9 de Zhul-Hijjah, estava indo de Mina para Arafah com Anas Ibn Malik e lhe perguntou que se fazia no caminho entre Mina e Arafah. Anas respondeu que alguns faziam Talbiyah, alguns faziam Takbir e algns faziam Tahlil.

 

Passar em Namirah

 

É recomendado que o peregrino passe em Namirah, realize o Ghusl e entre em Arafah depois de que o sol passe o meridiano.

 

A parada de Arafah

 

1-A virtude da parada de Arafah:

Jaber relatou que o Profeta (SAW) disse: “Não há dias melhores para Allah do que os primeiros dez dias de Zhul-Hijjah”. Um homem perguntou se esses dias eram melhores do que dez dias de luta pela causa de Allah e Ele (SAW) disse: “São melhores do que dez dias de luta pela causa de Allah. O Dia de Arafah é o melhor dia para Allah, pois nesse dia Ele desce para o primeiro céu e expressa Seu orgulho com relação aos Seus servos que estão na terra dizendo aos moradores do ceu: Olhem Meus servos! Eles vieram de todos os cantos da terra com cabelos despenteados e rostos cobertos de poeira, para buscar a Minha Misericórdia, mesmo que eles não tenham visto o meu castigo. O Dia do Arafah é o dia em que Allah mais perdoa os pecados e mais livra as pessoas do Inferno”.

Anas Ibn Malik disse que durante a Parada de Arafah, o Profeta (SAW) disse: “Ó Bilal, diga para as pessoas ficarem em silêncio”. Bilal proclamou em voz alta que ficassem em silêncio para ouvir o Mensageiro de Allah (SAW) e então, o Profeta (SAW) disse: “Ó povo, Gabriel veio para mim. Deu-me as saudações de Allah e informou-me que Allah perdoa aqueles que passam o dia em Arafah e aqueles que param em Al-Mach'ar Al-Haram, e que Ele lhes facilitará o pagamento de suas dívidas”. Omar Ibn Al-Khattab levantou-se e perguntou se isso era apenas para eles e o Profeta (SAW) disse: “Isto é para vós e para todos aqueles que virão depois de vós até o Dia do Juízo”. Então, Omar exclamou: Como são abundantes as dádivas de Allah!

Abu Ad-Darda’a relatou que o Profeta (SAW) disse: “Depois da Batalha de Badr, não houve nenhum dia em que o Satanás foi mais humilhado, mais rejeitado e ficou mais enfurecido do que no dia de Arafah, e realmente tudo isso só por ver a grande misericórdia que Allah fez descer e o Seu perdão quanto aos grandes pecados dos Seus servos”.

Uma pessoa perguntou ao Mensageiro de Allah o que Satanás viu na Batalha de Badr e o Profeta (SAW) disse: “Ele viu Gabriel organizando uma tropa de Anjos”.

2-A parada de Arafah no Charia:

Todos os sábios concordam que a parada de Arafah é o mais importante pilar do Hajj. Abdurrahman Ibn Yaarub relatou que o Profeta (SAW) ordenou uma pessoa a anunciar: “O Hajj é a parada de Arafah e aquele que se junta a outros peregrinos na noite de Muzdalifah antes do amanhecer o seu Hajj será válido”.

3-O tempo da parada de Arafah:

A maioria dos sábios disse que o tempo da parada de Arafah começa no dia 9 de Zhul-Hijjah, depois que o sol passa o meridiano e termina no amanhecer do dia 10 de Zhul-Hijjah. O peregrino pode participar da parada de Arafah em qualquer período desse tempo.

O peregrino que inicia a parada durante o dia deve ficar em Arafah até depois do pôr-do-sol.

O peregrino pode participar da parada de Arafah à noite.

Ach-Chafii disse que a Sunnah é permanecer em Arafah até a noite.

Para participar da parada de Arafah, o peregrino pode ficar em qualquer parte de Arafah. Pode participar sentado, deitado, montado ou andando.

Os sábios dizem que a pessoa que está em Geneba e a mulher menstruda ou no pós-parto podem participar da parada de Arafah.

Os sábios divergem, porém, sobre o peregrino que desmaia e permanece em coma até que deixe Arafah.

Abu Hanifah e Malik sustentam que o Hajj de tais pessoas é válido.

Ach-Chafi'i, Ahmad, Al-Hassan, Abu Thaur, Ishaq e Ibn Al-Munzhir dizem que o Hajj de tal pessoa é inválido, pois a parada de Arafah é um dos pilares do Hajj.

Ach-Chafii, Ahmad e outros sábios dizem que o peregrino que não participa da parada de Arafah antes do Fajr, o seu Hajj será inválido, será considerado como Umrah e ele deve repetir o Hajj futuramente.

4-Ficar próximo às rochas:

Os sábios dizem que o peregrino pode realizar a Parada em qualquer parte de Arafah exceto o fundo do vale chamado Urnah.

Ficar próximo às rochas é um ato recomendado. O Profeta (SAW) parou perto das rochas e disse: “Eu parei aqui, mas toda Arafah é um local de parada”.

Algumas pessoas acreditam que subir a montanha de Al-Rahmah e permanecer nela durante a Parada é melhor do que ficar em qualquer outro lugar. Isso não é vedade e não faz parte da Sunnah.

5-Executar o Ghusl:

É recomendado que o peregrino realize o Ghusl para participar da parada de Arafah.

Ibn Omar costumava realizar o Ghusl na véspera do Dia de Arafah.

Omar realizou o Ghusl no Arafah.

6-As normas e as recordações da parada de Arafah:

As normas durante a parada de Arafah são:

- A pessoa deve manter-se purificada;

- Ficar de frente para a Caaba;

- Levantar as mãos com humildade e temência;

- Buscar o perdão de Allah;

- Glorificar a Allah;

- Suplicar pelo seu bem-estar e pelo bem-estar dos outros nessa vida e na outra.

Ussamah Ibn Zaid disse que estava atrás do Profeta (SAW) em Arafah enquanto ele levantou as mãos e começou a suplicar.

Amr Ibn Chu'aib relatou que o seu avô disse que no dia de Arafah, o Profeta (SAW) costumava suplicar e dizer:

لا اِلـهَ اِلاَّ اللهُ وَحْدَهُ لا شَريكَ لَهُ، لَهُ الْمُلْكُ وَلَهُ الْحَمْدُ، بِيَدِهِ الْخَيْرُ وَهُوَ عَلى كُلِّ شَىْء قَدير

 

Laa ilaaha illal-lah wahdahu laa chariika lahu, lahul-mulku walahul-hamd, biyadihi al-khair wa huwa alaa kulli chayin qadiir

 

“Não há divindade além de Allah, o Único que não possui sócio. Ele é o possuidor de toda soberania e louvores. Em Sua mão está todo o bem e Ele é quem possui poderes sobre todas as coisas”.

 

O Profeta (SAW) disse: “A melhor das súplicas é a súplica do dia de Arafah e o melhor que eu e os profetas que me antecederam dissemos é:

لا إِلَهَ إِلا اللَّهُ وَحْدَهُ لا شَرِيكَ لَهُ لَهُ الْمُلْكُ وَلَهُ الْحَمْدُ وَهُوَ عَلَى كُلِّ شَيْءٍ قَدِير

Laa ilaaha illal-lah wahdahu laa chariika lahu, lahul-mulku walahul-hamd, wa huwa alaa kulli chayin qadiir

 

“Não há divindade além de Allah, o Único que não possui sócio. Ele é o possuidor de toda soberania e louvores. Ele é quem possui poderes sobre todas as coisas”.

 

Ali relatou que o Profeta (SAW) disse: “A melhor súplica que eu e os profetas que me antecederam dissemos no Dia de Arafah, foi:

لا إِلَهَ إِلا اللَّهُ وَحْدَهُ لا شَرِيكَ لَهُ لَهُ الْمُلْكُ وَلَهُ الْحَمْدُ وَهُوَ عَلَى كُلِّ شَيْءٍ قَدِيرٌ. اللّهُـمَّ اجْعَـلْ في قَلْبـي نورا ، وَ في سَمْعي نورا، و في بَصَري نورا. اللَّهُمَّ اشْرَحْ لي صَدْري وَيَسِّرْ لي أمْري. اللَّهُمَّ إنِّي أعُوذُ بِكَ مِنْ وَسْواسِ الشَّيْطان وشَتات الأمْر وشَرِّ فِتْنَةِ القَبْرِ وَشَرِّ ما يَلِجُ في اللَّيْلِ وَما يَلِجُ في النَّهار وشَرِّ ما تَهُبُّ بِهِ الرِّيح وَشَرِّ بَوائِقِ الدَّهْر.

 

 

Laa ilaaha illal-lah wahdahu laa chariika lahu, lahul-mulku walahul-hamd, wa huwa alaa kulli chayin qadiir. Allahumma ij-al fi qalbi nuran wa fi sam-i nuran wa fi bassari nuran. Allahumma ichrah li sadri wa yassir li amri. Allahumma inni auuzhu bika min charri waswas al-chaitan wa chatat al amr wa charri fitnatil-qabri, wa charri ma yaliju fil-lail wa ma yaliju fi al-nahar, wa charri ma tahubbu bihi al-riih wa charri bawa-iqi al-dahr

 

“Não há divindade além de Allah, o Único que não possui sócio. Ele é o possuidor de toda soberania e louvores. Ele é quem possui poderes sobre todas as coisas. Ó Allah coloque luz em meu coração, em meus ouvidos e em meus olhos. Ó Allah, dilata-me o peito e facilita-me a missão. Ó Allah, eu protejo-me em Ti dos sussurros do Satanás, da aflição do túmulo, do mal que ocorre durante o dia e a noite, do mal que um vendaval pode trazer e das tribulações da vida”.

 

7-A parada de Arafah é a Sunnah de Ibrahim (AS):

Mirba’a Al-Ansari relatou que o Profeta (SAW) disse: “Permeneçam firmes em vossos rituais de Hajj, pois vocês estão seguindo a tradição de Ibrahim”.

8-O jejum no dia de Arafah:

O peregrino não pode jejuar no Dia de Arafah.

Uqbah Ibn Amer relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “O dia de Arafah, o dia de Adha e os dias de Taachriq são Eyd para nós, o povo do Islam, e eles são dias de comer e beber”.

Abu Hurairah disse que o Mensageiro de Allah (SAW) proibiu o jejum no dia de Arafah para aqueles que estão no Arafah (na peregrinação).

Os sábios dizem que o peregrino não deve jejuar no dia de Arafah para manter-se forte, fazer as recordações e as súplicas com dedicação.

9-Realizar a oração do Dhuhr e do Asr juntas:

Em Arafah, o Profeta (SAW) realizou a oração do Dhuhr e do Asr juntas com apenas um Azhan e duas Iqamah. Ele fez o Azhan e em seguida fez a Iqamah e rezou o Dhuhr, depois ele fez uma segunda Iqamah e rezou o Asr.

Al-Aswad e Alqamah dizem que para aperfeiçoar o Hajj, o peregrino deve executar a oração do Dhuhr e do Asr em congregação atrás de um imam em Arafah.

Ibn Al-Munzhir disse que há um consenso entre os sábios que, em Arafah, o Imam e seus seguidores devem realizar a oração do Dhuhr e do Asr juntas.

Ao fazer a oração individualmente, a pessoa deve executar as duas orações juntas também.

Ao ir para Mina, Ibn Omar abreviava as orações.

Amr Ibn Dinar relatou que Jaber Ibn Zaid disse-lhe para abreviar suas orações em Arafah.

10-Voltar de Arafah:

De acordo com a Sunnah, os peregrinos devem deixar Arafah depois do pôr-do-sol com calma e tranquilidade.

Ao deixar Arafah, o Profeta (SAW) andou com calma, puxou a corda do pescoço da sua camela para mantê-la sob o controle perfeito e disse aos seus companheiros: “Ó povo, caminhai calmamente, correr não é uma virtude”.

É recomendado que os peregrinos façam Talbiyah e recordações.

O Profeta (SAW) fez Talbiyah desde o inicio do Hajj até ele jogar as pedras do Jamarat Al-Aqaba.

Ach'ath Ibn Sulaim relatou que seu pai disse que foi com Ibn Omar de Arafah para Muzdalifah e que ele não parou de fazer Tahlil e Takbir até chegarem à Muzdalifah.

 

A parada de Muzdalifah

 

Realizar a oração do Maghrib e do Icha’a juntas em Muzdalifah:

Ao chegar em Muzdalifah, os peregrinos devem realizar a oração do Maghrib e do Icha’a juntas e abreviadas, duas Rakka’a para cada oração, com um Azhan e duas Iqamah e sem oferecer orações voluntárias ou fazer recordações entre as duas orações.

Ao chegar em Muzdalifah, o Profeta (SAW) realizou a oração do Maghrib e do Icha’a juntas com um Azhan e duas Iqamah, sem fazer recordação entre as duas.

Todos os sábios dizem que esse ato é uma Sunnah.

A maioria dos sábios disse que o peregrino pode realizar as orações separadas cada uma em seu tempo, mas é melhor seguir a Sunnah.

 

Passar a noite em Muzdalifah:

Jaber disse que em Muzdalifah, o Profeta (SAW) realizou a oração do Maghrib e do Icha’a juntas em congregação com um Azhan e duas Iqamah sem fazer nenhuma recordação entre as duas, e em seguida, ele dormiu até o Fajr. Então, levantou, realizou a oração do Fajr com um Azhan e uma Iqamah, montou Al-Qaswa’a e foi até Al-Mach’ar Al-Haram, e ficou de frente para Qiblah fazendo recordação até clarear o dia.

Não faz parte da Sunnah a pessoa passar a noite em Muzdalifah, sem dormir fazendo orações e súplicas.

Ahmad disse que passar a noite em Muzdalifah é um ato obrigatório para todos os peregrinos, exceto para os pastores e fornecedores de água.

Outros Imames dizem que o peregrino é obrigado a passar apenas algum tempo em Muzdalifah.

Abu Hanifah disse que o peregrino deve estar presente em Muzdalifah antes do Fajr do dia do Eyd Al-Adha, senão, deve sacrificar um animal. Ele disse também que o peregrino que não pode ir à Muzdalifah devido a uma razão, não é obrigado a ir e não precisa pagar expiação.

Malik disse que o peregrino é obrigado a passar algum tempo em Muzdalifah à noite, antes do amanhecer. Aquele que não pode ir devido a uma razão, não é obrigado a ir.

Ach-Chafi'i disse que o peregrino é obrigado a passar em Muzdalifah na segunda metade da noite do dia 10 de Zhul-Hijjah e não é necessário permanecer lá.

A sunnah também é realizar a oração do Fajr no início do deu tempo, ir até Al-Mach’ar Al-Haram e ficar de frente para Qiblah fazendo recordação até clarear o dia.

Allah diz: “Quando descerdes do monte Arafat, recordai-vos de Deus perante o Monumento Sagrado e recordai-vos de como vos iluminou, ainda quando éreis, antes disso, dos extraviados. Descei, também, de onde descem os demais e implorai perdão de Deus, porque é Indulgente, Misericordiosíssimo” (Alcorão 2:198-199).

Antes do nascer do sol, os peregrinos devem deixar Muzdalifah e ir para Mina. Ao passar pelo vale de Muhassir, eles devem atravessá-lo rapidamente.

 

O lugar da parada em Muzdalifah:

O peregrino pode parar em qualquer lugar em Muzdalifah, exceto o vale de Muhassir que está entre Muzdalifah e Mina.

Jubair Ibn Mut'im relatou que o Profeta (SAW) disse: “Toda Muzdalifah é um lugar de parada, exceto Muhassir”.

Passar o tempo em Muzdalifah em um lugar chamado Quzah, é melhor.

 

Os ritos do dia de Al-Adha:

Na Sunnah, os rituais do dia 10 de Zhul-Hijjah devem ser realizados na seguinte ordem:

1-Jogar as pedras;

2-Oferecer as oferendas;          

3-Cortar o cabelo;

4-Fazer o Tawaf.

Ach-Chafii e a maioria dos sábios dizem que não há problema se um peregrino não seguiu essa ordem e realizou um rito antes do outro.

Abdullah Ibn Omar disse que na peregrinação da despedida, as pessoas começaram a fazer perguntas ao Profeta (SAW) em Mina. Um homem disse se distraiu e raspou a cabeça antes de abater a sua oferenda. O Profeta (SAW) disse: “Não há mal nenhum, vá e abata o seu animal”. Outro homem disse que não prestou atenção e abateu a sua oferenda antes de jogar as pedras e o Profeta (SAW) disse lhe: “Não há mal nenhum, vá e jogue as pedrinhas”.

Abu Hanifah disse que aquele que não respeitou a seqüência dos ritos, deve sacrificar um animal. Ele também disse que a resposta do Profeta (SAW) significa que a pessoa não cometeu nenhum pecado, mas deve sacrificar um animal como expiação.

 

A Primeira remoção do Ihram (o primeiro Tahallul):

Depois de jogar as pedras e cortar o cabelo no dia 10 de Zhul-Hijjah, o peregrino pode usar perfume e vestir roupas normais, mas não pode manter relação com sua esposa. Isso é o primeiro Tahallul.

 

A Segunda remoção do Ihram (o segundo Tahallul):

Depois de completar Tawaf AI-Ifadhah, que é um dos pilares do Hajj, o peregrino estará livre do Ihram e pode até manter relação com sua esposa. Isso é o segundo e último Tahallul.

 

Jogar as pedras

 

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “Quando Ibrahim (AS) realizou os ritos do Hajj, Satanás apareceu no seu caminho perto de Jamrat Al-Aqabah e ele o apedrejou com sete pedras. Então, Satanás se afundou no chão e apareceu novamente para Ibrahim perto da segunda Jamarah. Então, Ibrahim o apederejou com sete pedras e ele outra vez afundou no chão. Mas Satanás apareceu pela terceira vez perto da terceira Jamrah, Ibrahim o apedrejou com sete pedras novamente e ele se afundou no chão”. Ibn Abbas acrescentou: Então, ao jogar as pedras, vocês estarão apedrejando Satanás e seguindo o caminho de vosso pai Ibrahim.

Al-Ghazali em seu livro Ihya’a Ulum Al-Din disse que jogar as pedras é um ato de obediência a Allah, uma demonstração de humildade e servidão a Ele. Ao jogar as pedras, a pessoa está seguindo a Sunnah de Ibrahim quando Satanás apareceu no seu caminho naqueles lugares a fim de lançar dúvidas em seu coração e tentar desviá-lo para longe de seu Senhor. Então, Allah ordenou a Ibrahim que apedrejasse Satanás para afastá-lo.

Se uma pessoa questionar esse ato e disser que Ibrahim só apedrejou Satanás porque ele apareceu e que não há necessidade de jogar as pedras, pois ela não está sendo tentada pelo Satanás, é o próprio Satanás tentando impedir que essa pessoa atire as pedras. Por isso, ela deve lutar contra esses sussurros com firmeza e jogar as pedras. A pessoa aparentemente está jogando as pedras nas Jamarah, mas na realidade está obedecendo a ordem de Allah lançando-as na face de Satanás para derrotá-lo.

1-As opiniões dos sábios em relação a esse ato:

A maioria dos sábios disse que jogar as pedras é um ato obrigatório, mas não é um pilar do Hajj. O peregrino que deixar de jogar as pedras, deve sacrificar um animal.

Jaber disse que no dia de Nahr (10 de Zhul-Hijjah), viu o Profeta (SAW) jogando as pedras de cima da sua montaria dizendo: “Aprendam os seus rituais por mim, pois eu não sei se vou poder realizar o Hajj outra vez”.

2-O tamanho das pedras:

Abdurrahman Al-Taimi disse que na peregrinação da despedida, o Profeta (SAW) ordenou-os a jogar pedrinhas pequenas do tamanho de um grão de fava.

A maioria dos sábios disse que as pedras não devem ser maiores do que um grão de fava. A pessoa pode usar pedras maiores, mas isso não é recomendado.

Ahmad disse que para realizar esse ritual corretamente, a pessoa deve usar o tamanho recomendado pelo o Profeta (SAW), senão, deve repetir o ato usando pedrinhas de tamanho adequado.

Sulaiman Ibn Amr Ibn Al-Ahwas Al-Azdi relatou que sua mãe disse que viu o Profeta (SAW) dizer: “Ó povo, ao jogar as pedras, usem pedrinhas do tamanho de uma fava”.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) lhe disse: “Escolha algumas pedras para mim”! Ibn Abbas pegou pequenas pedrinhas do tamanho de uma fava e ao entregá-las, ele (SAW) disse: “Esse é o tamanho certo. Cuidado com o exagero na religião, pois alguns povos que vos antecedeu foram destruídos devido ao exagero na religião”.

Há consenso entre os sábios de que só se pode usar pedras e não metais como ferro, chumbo ou semelhantes.

Abu Hanifah disse que a pessoa pode usar pedras, barro, tijolos, cerâmicos e outros objetos da terra.

A primeira opinião é a mais correta, pois o Profeta (SAW) ordenou a usar pedrinhas do tamanho de um grão de fava.

3-Onde pegar as pedrinhas:

Ibn Omar e Said Ibn Jubair pegavam as pedrinhas em Muzdalifah.

Ach-Chafi'i disse que é melhor pegá-las de Muzdalifah.

Ahmad, Ata’a e Ibn Al-Munzhir dizem que a pessoa pode pegá-las de qualquer lugar.

Abu Hanifah, Ahmad e Ach-Chafi'i dizem que a pessoa pode usar as pedras que já foram utilizadas, mas isso não é recomendado.

Ibn Hazm disse que a pessoa pode usar as pedras que já foram utilizadas, pois nem o Alcorão e nem a Sunnah proibiram esse ato. Disse também que a pessoa pode jogar as pedras de cima da sua montaria, pois Qudamah Ibn Abdullah disse que no dia do Nahr, viu o Profeta (SAW) jogando as pedras na Jamarat Al-Aqabah enquanto estava montando uma camela de cor clara.

4-O Número das pedras:

O número total das pedras que devem ser jogadas é 70 ou 49 pedras:

- Sete pedras devem ser jogadas no Jamrat Al-Aqabah no dia 10 de Zhul-Hijjah que é o dia do Nahr;

- 21 pedras no dia 11 de Zhul-Hijjah, sete em cada um dos três Jamarah;

- 21 pedras no dia 12 de Zhul-Hijjah, sete em cada um dos três Jamarah;

- 21 pedras no dia 13 de Zhul-Hijjah, sete em cada um dos três Jamarah.

Assim, o número total das pedras é 70.

O peregrino que jogar as pedras por apenas três dias (10, 11 e 12 de Zhul-Hijjah), o número total será 49 pedras. É permitido ao peregrino não jogar as pedras do dia 13 de Zhul-Hijjah.

Ahmad e Ata’a dizem que a pessoa pode jogar apenas cinco pedras.

Mujahid disse que o peregrino pode jogar apenas seis pedras.

Said Ibn Malik disse que realizaram o Hajj com o Mensageiro de Allah (SAW) e ao voltarem, alguns disseram que jogaram seis pedras e outros disseram que jogaram sete, entretanto ninguém considerou isso uma falha.

5-Os dias em que as pedras devem ser jogadas:

As pedras devem ser jogadas nos dias 10, 11, 12, e 13 de Zhul-Hijjah. Allah diz: “Recordai-vos de Deus em dias contados. Mas, quem se apressar em (deixar o local) após dois dias, não será recriminado; tampouco pecará aquele que se atrasar, se for temente a Deus” (Alcorão 2:203).

6-Jogar as pedras no dia do Nahr (10 Zhul-Hijjah):

O melhor momento para jogar as pedras é depois do nascer do sol no dia 10 de Zhul-Hijjah.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “Não joguem as pedras no Jamarat Al-Aqabah antes do nascer do sol”.

O peregrino pode jogar as pedras até o final do dia.

Ibn Abdul Barr disse que a pessoa pode jogar as pedras no dia 10 de Zhul-Hijjah até antes do pôr do sol, mas isso não é recomendado.

Ibn Abbas relatou que no dia do Nahr o Profeta (SAW) estava em Mina e um homem disse que jogou as pedras depois do pôr-do-sol. O Profeta disse lhe: “Não há mal nenhum”.

7-As pedras podem ser jogadas à noite:

É permitido jogar as pedras até depois do anoitecer se houver uma razão para isso. Nafi’ relatou que uma filha de Safiyah, esposa de Ibn Omar, deu à luz a um bebê em Muzdalifah. Então, ela e Safiyah chegaram à Mina depois do pôr-do-sol no dia 10 de Zhul-Hijjah. Então, Ibn Omar pediu-lhes para jogar suas pedras imediatamente.

Abu Hanifah, Ach-Chafi'i e um dos relatos de Ahmad dizem que a pessoa pode jogar as pedras à noite e não precisa pagar nenhuma expiação por jogá-las com atraso, mas isso não é recomendado.

Em outro relato, Ahmad disse que se um peregrino não jogar as pedras até o final do Dia do Nahr, não deve jogá-las durante a noite, mas deve jogá-las no dia seguinte.

8-Os fracos, as mulheres, as crianças e os pastores podem Jogar as pedras na segunda metade da noite:

Não é permitido jogar as pedras depois da meia-noite do dia de Nahr (10 de Zhul-Hijjah), mas os fracos, as mulheres, as crianças e os pastores podem jogar as pedras de Aqabah até antes do Fajr.

Aicha relatou que o Profeta (SAW) mandou Umm Salamah jogar suas pedras à noite. Ela fez isso antes do amanhecer e em seguida, voltou para Meca para executar o Tawaf.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) permitiu aos pastores dos camelos jogarem suas pedras durante a noite.

Ata’a disse que foi informado que Asma’a jogou as pedras no Jamarah durante a noite e disse: Nós costumávamos fazer isso durante a vida do Profeta (SAW).

Ach-Chafii disse, baseado nos relatos de Umm Salamah e Asmaa, que é permitido fazer Tawaf al-Ifadhah depois da meia-noite.

Ibn Hazm disse que apenas as mulheres podem jogar as pedras à noite. Os homens, fortes ou fracos, devem jogá-las durante o dia.

9-Jogar as pedras de cima do Jamrat Al-Aqabah:

Al-Aswad, disse que viu Omar jogar suas pedras no Jamrat Al-Aqabah de um lugar acima dele.

Ata’a disse que pode jogar as pedras de um lugar acima do Jamrat Al-Aqabah.

10-Jogar as pedras nos três dias de Tachriq:

O tempo para jogar as pedras durante os três dias do Tachriq começa quando o sol passa o meridiano e continua até o pôr-do-sol.

Ibn Abbas disse que o Profeta (SAW) jogava as pedras quando o sol passava o meridiano ou depois.

Ibn Omar disse que nos três dias jogaram as pedras depois de que o sol havia passado o meridiano.

Todos os sábios concordam com isso, exceto Abu Hanifah que disse que no terceiro dia, o peregrino pode jogar as pedras antes que sol passe o meridiano.

11-Suplicar depois de jogar as pedras durante os dias de Tachriq:

Depois de jogar as pedras é recomendado ficar de frente para a Qiblah, agradecer Allah, fazer Dua’a e pedir o perdão para si e para todos os muçulmanos.

Ibn Omar disse que ao jogar as sete pedras na primeira Jamarah, que é perto da mesquita, o Profeta (SAW) fazia Takbir a cada pedra jogada, então, ele virava para a esquerda, marchava até o fundo do vale, ficava de frente para a Qiblah, levantava as suas mãos e suplicava a Allah. Ao jogar as sete pedras na segunda Jamrah, ele fazia Takbir a cada pedra jogada, virava para a esquerda, marchava até o fundo do vale, ficava de frente para a Qiblah, levantava as suas mãos e suplicava a Allah. Mas ao jogar as sete pedras no Jamrat Al-Aqabah, ele fazia Takbir a cada pedra jogada e em seguida, deixava o local imediatamente sem fazer nenhuma parada.

Ibn Abbas disse que depois de jogar as pedras no Jamarat Al-Aqabah, o Profeta (SAW) costumava deixar o local sem fazer nenhuma parada.

12-A sequência ao jogar as pedras:

O Profeta (SAW) jogava as pedras na primeira Jamarah que está perto de Mina, em seguida, na segunda Jamarah que está no meio e no último, ele iria jogar no Al-Jamarat Al-Aqabah.

O Profeta (SAW) disse: “Aprendam os seus ritos por mim”.

Ahmad, Ach-Chafii e Malik dizem que a pessoa deve seguir essa sequência.

Abu Hanifah disse que essa sequência é uma Sunnah.

13-Fazer Takbir e suplicar em cada pedra jogada:

Ao jogar as pedras no Jamarat Al-Aqabah, Abdullah Ibn Massud e Abdullah Ibn Omar costumavam dizer:

 

اللَّهُمَّ اجْعَلْهُ حَجَّاً مَبْرورا و ذَنْباً مَغْفورا

 

Allahumma ij-alhu hajjan mabruran wa zhanban maghfuran

 

“Ó Allah, faça que este Hajj seja Mabrur e os pecados sejam perdoados”.

 

Ata’a disse que a pessoa deve fazer Takbir a cada pedra jogada.

Jaber disse que o Profeta (SAW) fazia Takbir a cada pedra jogada.

No livro de Al-Fath, o autor disse que não há problema se a pessoa não realizar o Takbir ao jogar as pedras.

14-Jogar as pedras em nome de outra pessoa:

A pessoa que está doente ou incapaz de jogar as pedras pode nomear outra pessoa para fazer isso em seu nome.

Jaber disse que executou o Hajj junto com o Profeta (SAW), acompanhados de mulheres e crianças, e fizeram o Talbiyah e o Rami pelas crianças.

15-Passar a noite em Mina:

Ach-Chafii, Ahmad e Malik dizem que o peregrino é obrigado a passar as três ou as duas noites dos dias 11 e 12 de Zhul-Hijjah em Mina.

Abu Hanifah disse que esse ato é sunnah.

Ibn Abbas disse que depois de jogar as pedras, a pessoa pode passar a noite onde quiser.

Mujahid disse que a pessoa pode passar a primeira parte da noite em Meca e a segunda parte em Mina, ou primeira parte em Mina e a segunda em Meca.

Ibn Hazm disse que o peregrino que não passar a noite em Mina comete um erro, mas não paga expiação.

Os fornecedores de água e os pastores não são obrigados a passar a noite em Mina.

O Profeta (SAW) permitiu ao seu tio Al-Abbas permanecer em Meca durante essas noites para que pudesse fornecer água aos peregrinos.

Assim Ibn Adi relatou que o Profeta (SAW) permitiu que os pastores não passassem essas noites em Mina.

16-Voltar de Mina:

Ach-Chafii, Ahmad e Malik dizem que depois de jogar as pedras, os peregrinos devem voltar de Mina para Meca antes do pôr-do-sol do dia 12 de Zhul-Hijjah.

Abu Hanifah disse que eles devem voltar para Meca antes do Fajr do dia 13 de Zhul-Hijjah.

Não é recomendado voltar de Mina depois do pôr-do-sol, pois isso contraria a Sunnah.

 

O sacrifício de animais

 

Allah diz: “E vos temos designado (o sacrifício) dos camelos, entre os símbolos de Deus. Neles, tendes benefícios. Invocai, pois, o nome de Deus sobre eles, no momento (do sacrifício), quando ainda estiverem em pé e quando tiverem tombado. Comei, pois, deles e dai de comer ao necessitado e ao pedinte. Assim vo-los sujeitamos, para que Nos agradeçais. Nem suas carnes, nem seu sangue chegam até Deus; outrossim alcança-O a vossa piedade. Assim vo-los sujeitou, para que O glorifiqueis, por haver-vos encaminhado. Anuncia, pois, a bem-aventurança aos benfeitores” (Alcorão 22:36-37).

Omar disse: Sacrificai os animais, pois Allah ama o sacrifício.

O Profeta (SAW) sacrificou voluntariamente 100 camelos como oferendas.

1-Os melhores animais para o sacrifício:

Todos os sábios concordam que o sacrifício deve ser um animal e dizem que o melhor é o camelo, senão, uma vaca, senão, uma ovelha.

O camelo é mais benéfico para os pobres por seu grande porte e da mesma forma, uma vaca é mais útil do que uma ovelha.

Os sábios dizem que a pessoa sozinha pode oferecer um sétimo de um camelo, de uma vaca ou oferecer uma ovelha. Aparentemente, a preferência a este respeito é o que é mais útil e benéfico para os pobres e necessitados.

A pessoa sozinha deve oferecer no mínimo uma ovelha, um sétimo de um camelo ou de uma vaca.

Um camelo ou uma vaca podem ser sacrificados em nome de sete pessoas. Jabir disse que realizou o Hajj com o Profeta (SAW) e ofereceram o camelo em nome de sete pessoas e a vaca em nome sete pessoas também.

Um grupo de pessoas pode sacrificar um animal, estando algumas delas com a intenção de oferecê-lo como oferenda e outras com intenção de utilizar a sua carne.

Abu Hanifah disse que as pessoas que sacrificam um animal, todas elas, devem ter a intenção de oferecê-lo como oferenda.

2-Quando o peregrino deve sacrificar o animal:

O peregrino é obrigado a sacrificar um camelo nas seguintes situações:

- Executar o Tawaf em Geneba;

- A mulher que executa o Tawaf em Geneba, menstruada ou no período de pós-parto;

- Ter relação íntima com a sua esposa depois da parada de Arafah e antes de cortar ou raspar o cabelo;

- Para cobrir uma promessa.

Se o camelo não está disponível, a pessoa pode oferecer sete ovelhas.

Ibn Abbas disse que, certa vez, um homem veio ao Profeta (SAW) e lhe disse que deveria sacrificar um camelo, mas não conseguiu encontrar um. Então, o Profeta (SAW) lhe disse: “Sacrifique sete ovelhas”.

3-Os tipos de oferendas:

Há dois tipos de oferendas: A oferenda desejada e a oferenda obrigatória.

A oferenda é desejada para aquele que executa apenas o Hajj (Mufrid) ou apenas Umrah.

Os peregrinos que são obrigados a oferecer uma oferenda são:

- O peregrino Muqrin que realiza Hajj e Umrah juntos sem fazer uma pausa entre os dois;

- O peregrino Mutamatti’ que realiza Hajj e Umrah juntos com uma pausa entre os dois;

- Aquele que não executa um dos rituais essenciais do Hajj, como por exemplo, não jogar as pedras, não iniciar o Ihram no Miqat, não realizar a parada de Arafah em seu devido tempo, não passar a noite em Muzdalifah ou em Mina ou deixar Meca sem realizar o Tawaf da despedida (Tawaf Al-Wadaa);

- Aquele que comete algo proibido durante o Ihram, como usar perfume ou cortar cabelo (Isso não é válido para aquele que teve relação íntima com a esposa, pois a relação sexual durante o Ihram anula o Hajj);

- Aquele que comete um ato proibido dentro dos recintos sagrados do Haram, como caçar ou cortar uma árvore.

4-A descrição da oferenda:

Ao comprar ou escolher o animal, o peregrino deve seguir as seguintes condições:

- O camelo deve ter pelo menos cinco anos de idade;

- A vaca deve ter pelo menos dois anos de idade;

- O carneiro deve ter pelo menos seis meses de idade;

- A cabra deve ter pelo menos um ano de idade;

- O animal deve ser saudável e livre de todos os defeitos físicos.

Al-Hassan disse que os sábios dizem que se um homem comprar um animal saudável para ser sacrificado, mas antes do abate ele perder um olho ou se tornar manco, esse animal pode ser oferecido como oferenda.

5-Escolher o melhor:

Urwah dizia para seus filhos não oferecem a Allah algo que eles teriam vergonha de oferecer a um amigo, pois Allah é o Generoso e Ele é o Merecedor do melhor.

Said Ibn Mansur relatou que, certa vez, Ibn Omar estava em Meca montado em uma camela que ele gostava muito. Ele disse que era uma excelente camela, desceu e sacrificou-a por Allah.

6-Marcar a oferenda:

Para marcar o animal que é reservado como oferenda, o Profeta (SAW) fazia um corte na corcova do camelo ou pendurava um pedaço de couro em volta do pescoço do animal.

No nono ano da Hégira, o Profeta (SAW) marcou algumas ovelhas com pedaços de couro nos pescoços e as enviou com Abu Bakr para Meca.

A maioria dos sábios disse que esse ato é recomendado.

7-Montar os animais que são reservados para o sacrifício:

Allah diz: “Neles (os animais) tendes benefícios até um tempo prefixado, então, seu lugar de sacrifício será a antiga Casa” (Alcorão 22:33).

Al-Dhahhak e Ata’a dizem que “Neles (os animais) tendes benefícios”, significa que pode usá-los para montar quando necessário e se beneficiar de seus leites e suas lãs.

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) viu um homem levar uma camela para sacrificá-la como oferenda e disse: “Monte-a! ”, e o homem respondeu que ela era uma oferenda e o Profeta (SAW) disse-lhe: “Pode montá-la!”.

8-O tempo do Abate:

Ach-Chafi'i disse que o abate deve ser feito no dia de Nahr, 10 de Zhul-Hijjah e durante os dias de Tachriq: 11, 12 ou 13 de Zhul-Hijjah. O Profeta (SAW) disse: “Todos os dias de Tachriq são dias para o abate”.

Malik e Ahmad dizem que o abate obrigatório ou voluntário deve ser feito durante os dias do Nahr: 10, 11, e 12 de Zhul-Hijjah.

Abu Hanifah disse que Al-Mutamatti’ e Al-Qarin devem abater os seus animais nos dias de Nahr.

Em relação ao abate voluntário, de expiação ou de promessa, deve ser feito em qualquer dia do ano.

Abu Salmah Ibn Abdurrahman e An-Nakh'i dizem que o tempo de abate começa no dia de Nahr e termina no final do mês de Zhul-Hijjah.

9-O local de Abate:

O abate do animal deve ser feito dentro dos recintos sagrados do Haram, independente se a oferenda é obrigatória ou voluntária.

Jaber relatou que o Profeta (SAW) disse: “Toda Mina é um lugar para o abate, toda Muzdalifah é um lugar para passar a noite e todas as estradas de Meca são passagens e lugares para abate”.

É melhor para quem está fazendo o Hajj abater o seu animal em Mina e para aquele que está realizando a Umrah em Al-Marwah.

O Profeta (SAW) disse em Mina: “Este é o lugar do abate e toda Mina é um local para o abate” e ao realizar a Umrah ele (SAW) disse em Al-Marwah: “Este é o lugar de abate e toda as estradas e os caminhos de Meca são lugares para o abate”.

10-Abater os camelos de pé:

É melhor abater os camelos em pé, com a perna dianteira esquerda amarrada.

Ziad Ibn Jubair disse que Ibn Omar viu um homem amarrando um camelo para abatê-lo deitado e ele disse ao homem: Amarre suas pernas, e abata-o em pé, pois esta é a Sunnah do Profeta (SAW).

Jabir disse que o Profeta (SAW) e seus companheiros abatiam seus camelos em pé com a perna dianteira esquerda amarrada.

Allah diz: “Invocai, pois, o nome de Allah sobre eles no momento do sacrifício, quando ainda estiverem em pé” (Alcorão 22:36). Em relação a este versículo, Ibn Abbas disse que o animal deve ficar sobre três pernas.

Em relação às vacas e as ovelhas, é preferível abatê-las deitadas.

É preferível que o peregrino abata o seu animal com suas próprias mãos, caso contrário, pode nomear uma pessoa para abater em seu lugar, mas precisa estar presente.

11-O açougueiro não pode receber um salário pelo serviço:

O açougueiro não pode receber um salário pelo serviço, mas pode receber uma quantia em carne como caridade.

Ali disse que o Profeta (SAW) ordenou-lhe cuidar de sua oferenda, dividi-la e não dar nenhuma parte para o açougueiro, e então ele (SAW) disse: “Vamos dar a ele uma quantia de carne da nossa parte”.

Este hadith mostra que é permitido nomear alguém para abater o animal e distribuir a carne, mas não é permitido dar uma parte para o açougueiro como salário.

Al-Hassan disse que pode dar a pele do animal para o açougueiro.

12-Comer a carne da sua própria oferenda:

Allah diz: “Comei, pois, deles e dai de comer ao necessitado e ao pedinte” (Alcorão 22:36).

Aparentemente, a pessoa pode comer da sua própria oferenda, independente se é obrigatória ou voluntária.

Há alguma discordância entre os juristas sobre o assunto.

Abu Hanifah e Ahmad dizem que a pessoa pode comer da sua própria oferenda somente quando é sacrificada para o Hajj Tamattu’, Qiran ou quando é oferecida voluntariamente.

Malik disse que a pessoa pode comer da sua própria oferenda, exceto quando o animal é sacrificado como expiação por caçar ou para cobrir uma promessa, no caso da oferenda feita voluntariamente e quando há perigo de que a carne estrague antes de sua distribuição.

Ach-Chafi'i disse que a pessoa pode comer da sua oferenda oferecida voluntariamente, mas não pode comer da sua oferenda obrigatória.

13-A quantidade de carne que a pessoa pode comer da sua oferenda:

A pessoa pode comer ou distribuir a quantidade de carne que desejar.

Alguns sábios dizem que a pessoa pode comer metade e doar a outra metade.

Outros sábios dizem que a pessoa pode dividir a oferenda em três terços para comer um terço, presentear com um terço e distribuir um terço como caridade.

 

Raspar ou cortar o cabelo

 

Raspar ou cortar o cabelo é um ato afirmado pelo Alcorão, pela Sunnah e pelo consenso. Allah diz: “Em verdade, Deus confirmou a visão do Seu Mensageiro: Se Deus quisesse, entraríeis tranqüilos, sem temor, na Sagrada Mesquita; uns com os cabelos raspados, outros com os cabelos cortados, sem medo” (Alcorão 48:27).

O Profeta (SAW) disse: “Que Allah abençoe aqueles que raspam o cobelo”. Os companheiros perguntaram-lhe sobre quem somente corta o cabelo e ele (SAW) disse novamente: “Que Allah abençoe aqueles que raspam o cabelo”. Repetiram pela segunda vez e, novamente, o Profeta (SAW) disse: “Que Allah abençoe aqueles que raspam o cabelo”. Quando lhe perguntaram pela terceira vez, ele (SAW) disse: “E que Allah abençoe aqueles que cortam o cabelo”.

Al-Bukhari e Muslim relataram que o Profeta (SAW) e um grupo de companheiros rasparam as suas cabeças enquanto outra só cortaram seus cabelos.

Raspar a cabeça é remover os cabelos com uma lâmina de barbear, ou arrancá-los. Se uma pessoa remover três fios de cabelo será suficiente.

Cortar o cabelo é deixá-lo curto.

A maioria dos sábios disse que raspar ou cortar o cabelo é um ato obrigatório e aquele que não o realiza deve abater um animal.

Ach-Chafi'i disse que esse ato é um dos pilares do Hajj.

1-O tempo para raspar ou cortar:

Aquele que realiza o Hajj deve raspar ou cortar o cabelo depois de jogar as pedras no Jamarat Al-Aqabah, no dia de Nahr 10 de Zhul-Hijjah.

O peregrino que tem uma oferenda, pode raspar ou cortar o seu cabelo depois de abater o animal.

Ma'mar Ibn Abdullah disse que depois de sacrificar os animais em Mina, o Profeta (SAW) ordenou-lhe raspar o cabelo.

A pessoa que realiza a Umrah deve cortar ou raspar o cabelo depois do Sa’i entre Safa e Marwa. Aquele que tem uma oferenda pode raspar ou cortar o seu cabelo depois de abater o animal.

Abu Hanifah, Malik e um relato de Ahmad dizem que a pessoa deve raspar ou cortar o seu cabelo dentro dos recintos sagrados do Haram e durante os dias de Nahr, ou seja, 10, 11, e 12 de Zhul-Hijjah.

Ach-Chafi'i, Mohammad Ibn Al-Hassan e um relato de Ahmad dizem que o ato deve ser feito dentro dos recintos sagrados do Haram, mas não necessariamente durante os dias de Nahr.

2-Como é feito:

Ao raspar o cabelo, a pessoa deve ficar de frente para a Qiblah, fazer Takbir, raspar o lado direito da cabeça e depois o esquerdo e no final deve oferecer duas Raka’a.

Waki’ relatou que Abu Hanifah lhe disse que estava enganado em cinco ritos do Hajj e foi um Hajjam (pessoa que faz a Hijamah) que o ensinou e lhe corrigiu. Isso aconteceu quando Abu Hanifah foi a um Hajjam e perguntou-lhe quanto cobrava por raspar-lhe a cabeça e ele perguntou: Você é do Iraque?

Abu Hanifah disse que sim e ele disse-lhe para se sentar, pois aquele era um rito do Hajj e não poderia ser negociado. Abu Hanifah sentou-se com o seu rosto um pouco afastado da direção da Qiblah e então, ele disse para que o virasse para a Qiblah.

Abu Hanifah virou o lado esquerdo de sua cabeça para ser raspado primeiro e ele lhe disse para virar o lado direito de sua cabeça, por onde começou a raspar sua cabeça. Ele pediu para que Abu Hanifah dissesse Allahu Akbar que então, começou a fazer Takbir até terminar a raspagem.

Ao levantar para ir, ele perguntou onde Abu Hanifah iria, que respondeu que voltaria a seu acampamento, e então disse: Ofereça duas Raka’a antes de ir.

No final, Abu Hanifah lhe perguntou onde havia aprendido tudo aquilo e ele respondeu que havia visto Ata’a Ibn Abi Rabah fazer isso.

3-Passar navalha sobre a cabeça do homem calvo:

A maioria dos sábios disse que o homem calvo deve passar uma navalha sobre a sua cabeça.

Ibn Al-Munzhir disse que todos os sábios ​​concordam que o homem calvo deve passar uma navalha sobre a cabeça.

Abu Hanifah disse que passar uma navalha sobre a cabeça de um homem calvo é ato obrigatório.

4-Cortar as unhas e aparar o bigode:

Depois de raspar a cabeça no Hajj ou na Umrah, Ibn Omar cortava as suas unhas e aparava o seu bigode.

Ibn Al-Munzhir disse que o Profeta (SAW) raspava o seu cabelo e cortava as  suas unhas.

5-A mulher deve cortar o cabelo e não raspá-lo:

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “As mulheres peregrinas não devem raspar a cabeça, mas devem cortar o cabelo”.

Ibn Al-Munzhir disse que há um consenso entre os sábios de que a mulher não deve raspar a cabeça, pois isso é uma espécie de castigo para ela.

Ibn Omar disse que a mulher peregrina pode juntar e segurar seu cabelo para frente e cortar um comprimento da ponta de um dedo.

Outros sábios dizem que não há limite para esse ato.

Ach-Chafi'i disse que cortar três fios de cabelo é suficiente para uma peregrina.

 

Tawaf Al-Ifadhah

 

Todos os sábios dizem que Tawaf Al-Ifadhah é um dos pilares do Hajj e aquele que não realiza esse Tawaf, o seu Hajj será nulo.

Allah diz: “Que logo se higienizem, que cumpram os seus votos e que circungirem a antiga Casa” (Alcorão 22:29).

Ahmad disse que a pessoa deve ter a intenção especifica de realizá-lo.

Ach-Chafii, Malik e Abu Hanifah dizem que ter a intenção de realizar o Hajj cobre todos os seus ritos, incluindo o Tawaf Al-Ifadhah.

A maioria dos sábios disse que Tawaf AI-lfadhah é composto de sete rodadas ao redor da Caaba.

Abu Hanifah disse que apenas quatro das sete rodadas são obrigatórias e as três restantes são necessárias, mas não é um pilar. Aquele que não realiza as quatro rodadas perde o seu Hajj e aquele que não realiza as últimas três rodadas não perde o Hajj, mas deve sacrificar um animal.

1-O Tempo para o Tawaf Al-lfadhah:

Ach-Chafii e Ahmad dizem que o início do tempo para a realização do Tawaf Al-Ifadhah é a partir da meia-noite do dia de Nahr (10 de Zhul-Hijjah) e seu fim é indeterminado.

O peregrino não pode ter relação com a sua esposa até que ele complete o Tawaf Al-Ifadhah.

Atrasar o Tawaf Al-Ifadhah além do dia 11, 12 e 13 de Zhul-Hijjah é um ato não recomendado.

O melhor tempo para realizar o Tawaf Al-Ifadhah é antes de meio-dia do dia de Nahr (10 de Zhul-Hijjah).

Abu Hanifah e Malik dizem que seu tempo é a partir do amanhecer do dia de Nahr.

Em relação ao final do seu tempo, Abu Hanifah disse que o Tawaf Al-Ifadhah deve ser feito durante os dias do Nahr, ou seja, 10, 11 e 12 de Zhul-Hijjah. O peregrino que não o realizar durante esses dias, deve sacrificar um animal.

Malik disse que o Tawaf Al-Ifadhah deve ser feito até o dia 13 de Zhul-Hijjah, mas realizá-lo antes é melhor. Disse também que o Tawaf Al-Ifadhah pode ser feito até o final do mês de Zhul-Hijjah e a pessoa que o realiza depois desta data deve sacrificar um animal e seu Hajj será válido.

2-Tawaf Al-Ifadhah para as mulheres:

A mulher que teme menstruar, pode realizar o Tawaf Al-Ifadhah no dia de Nahr.

Aicha ordenava que as mulheres a realizassem o Tawaf Al-Ifadhah no dia de Nahr, como precaução por causa da menstruação.

Ata’a disse que a mulher que teme menstruar, pode realizar o Tawaf antes de jogar as pedras no Jamarat Al-Aqaba e antes de abater o animal.

A peregrina pode usar qualquer medicamento para atrasar ou adiantar a sua menstruação.

Said Ibn Mansur relatou que Ibn Omar foi perguntado sobre a mulher que toma algum remédio para atrasar o seu período e respondeu que não há mal nenhum nisso, e disse que elas podem usar a água de Al-Arak para esse fim.

 

Ficar no Vale de Al-Muhassab

 

Ao deixar Mina, o Profeta (SAW) ficou em Al-Muhassab e rezou o Dhuhr, o Asr, o Maghrib e o Icha’a. Ibn Omar fazia o mesmo.

Aicha disse que esse ato não é nem Sunnah, ou seja, a pessoa pode ou não fazê-lo.

 

Al-Umrah

 

Al-Umrah é a visita à Caaba, fazer sete voltas ao seu redor, realizar o Sa’i entre Safa e Marwa e raspar ou cortar o cabelo.

Todos os sábios concordam que a Umrah faz parte da Charia.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “A Umrah feita durante o mês de Ramadan é equivalente a um Hajj”.

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “A Umrah seguida de outra Umrah, expia as faltas cometidas entre as duas. A recompensa para um Hajj Mabrur é nada menos que o paraíso”.

1-Realizar várias Umrah:

Nafi’ disse que no tempo de Ibn Az-Zubair, Ibn Omar realizava duas Umrah por ano.

Al-Kassim disse que Aicha realizou três Umrah no período de um ano.

Malik disse que fazer Umrah mais do que uma vez por ano é ato não recomendado.

2-Realizar a Umrah antes ou durante os meses do Hajj:

A pessoa pode realizar a Umrah durante os meses do Hajj, sem executar o Hajj.

Omar realizou a Umrah em Chawwal e voltou para a Medina sem fazer o Hajj.

A pessoa pode também realizar a Umrah antes de realizar o Hajj.

Omar realizou a Umrah antes de realizar o Hajj.

Tawus disse que no Al-Jahiliyah, os árabes consideravam a Umrah durante os meses do Hajj como um grande pecado. No Islam, o povo foi ordenado a realizar a Umrah, mesmo durante os meses de Hajj. Assim, a Umrah foi permitida durante os meses de Hajj até o Dia do Juízo Final.

3-As Umrah realizadas pelo Profeta (SAW):

Ibn Abbas disse que durante a sua vida, o Profeta (SAW) realizou quatro Umrahs:

- A Umrah de Al-Hudaibiyah;

- A Umrah de Al-Qadhaa para repor uma Umrah perdida;

- A Umrah de Al-Ji’ranah;

- A Umrah que foi realizada durante a peregrinação da despedida.

4-A Umrah na Charia:

Abu Hanifah e Malik dizem que a Umrah é uma Sunnah.

Jaber relatou que o Profeta (SAW) foi perguntado se a Umrah era um ato obrigatório e ele (SAW) respondeu que não.

Ach-Chafii e Ahmad dizem que a Umrah é um ato obrigatório. Allah diz: “E cumpre a peregrinação e a Umra, a serviço de Deus” (Alcorão 2:196). Nesse versículo a Umrah é mencionada junto com o Hajj, que é obrigatório, o que significa que a Umrah também é obrigatória.

At-Tirmizhi relatou que Ach-Chafii em outro relato disse que a Umrah é um ato voluntário.

5-O tempo para Umrah:

A maioria dos sábios disse que a Umrah pode ser realizada em qualquer dia do ano.

Abu Hanifah disse que há cinco dias por ano que a Umrah não é recomendada: o dia de Arafah, o dia de Nahr e os três dias de Tachriq.

Abu Yussuf disse que a Umrah não é recomendada no dia de Arafah e nos três dias seguintes.

Ikrimah Ibn Khalid disse que perguntou a Ibn Omar sobre a Umrah antes de Hajj e ele disse que a pessoa pode realizar a Umrah antes de realizar o Hajj, pois o Profeta (SAW) realizou a Umrah antes do Hajj.

Jaber disse que ao menstruar durante o Hajj, Aicha realizou todos os ritos exceto o Tawaf. Quando o seu período terminou, se purificou e disse: Ó Mensageiro de Allah, todo mundo realizou o Hajj e a Umrah e eu realizei apenas o Hajj? Então, o Profeta (SAW) ordenou Abdurrahman Ibn Abi Bakr acompanhá-la para executar a Umrah e ela realizou depois do Hajj.

O melhor tempo para realizar a Umrah é durante o mês de Ramadan.

6-O Miqat para a Umrah:

Os lugares em que a pessoa deve iniciar o seu Ihram para o Hajj ou para a Umrah são indicados pelo Profeta (SAW):

Esses são os lugares em que a pessoa deve iniciar o seu Ihram para o Hajj ou para a Umrah, os quais são indicados pelo Profeta (SAW):

- O Miqat do povo de Medina é Zhul-Hulaifah: Um lugar que está entre Meca e Medina, a aproximadamente 450 Km ao norte de Meca.

- O Miqat do povo do Ach-Cham e do Egito é Al-Juhfah (Rabegh): Um lugar que fica a aproximadamente 204 Km a noroeste de Meca.

- O Miqat do povo de Najd é Qarn Al-Manazil: Uma montanha a aproximadamente 94 Km ao leste de Meca.

- O Miqat do povo do Iêmen é Yalamlam: Um montanha a aproximadamente 54 Km ao sul de Meca.

- O Miqat do povo do Iraque é Zhat Irq: Um lugar a aproximadamente 94 Km a nordeste de Meca.

Ao passar por esses lugares, a pessoa deve iniciar o seu Ihram, independente do país de sua partida. O Profeta (SAW) disse: “Esses lugares (Al-Mawaqit) são para os povos desses lados e para toda pessoa que passar por elas, para fazer o Hajj ou Umrah”.

- O Miqat dos habitantes de Meca para a Umrah é Al-Hil.

- O Miqat do habitante que reside entre um Miqat e Meca para a Umrah é Al-Hil.

 

Tawaf Al-Wada’a

 

O Tawaf Al-Wada’a é o Tawaf da despedida da Casa de Allah.

Esse Tawaf é último ato que deve ser feito pelos peregrinos que não residem em Meca antes de partir.

Durante esse Tawaf, o peregrino deve andar normalmente.

Omar disse que o Tawaf Al-Wada’a é o último rito do Hajj.

Os residentes de Meca e as mulheres menstruadas não podem fazer o Tawaf da despedida, não devem pagar expiação por causa disso.

1-Tawaf Al-Wada’a na Charia:

Todos os sábios concordam que o Tawaf Al-Wada’a faz parte da Charia.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse: “Nenhum de vós pode deixar Meca antes de realizar o Tawaf ao redor da Caaba como o último dos ritos do Hajj”.

Malik, Daud, Ibn Al-Munzhir e um dos relatos de Ach-Chafii dizem que esse Tawaf é uma Sunnah e a pessoa que deixar de realizá-lo não deve pagar expiação.

Abu Hanifah, Ahmad e um outro relato de Ach-Chafii dizem que esse ato é obrigatório e a pessoa que deixa de realizá-lo deve sacrificar um animal.

2-O tempo para o Tawaf Al-Wada’a:

O peregrino deve realizar o Tawaf Al-Wada’a depois de terminar todos os ritos do Hajj e pouco antes de deixar Meca. Após a conclusão do Tawaf Al-Wada’a, o peregrino deve deixar Meca imediatamente, sem realizar qualquer venda, compra ou permanecer em Meca por muito mais tempo. A pessoa que realizar qualquer um destes atos deve fazer outro Tawaf antes de deixar Meca.

No entanto, o peregrino pode parar por um tempo a fim de comprar provisões necessárias.

Ao sair, recomenda-se para suplicar a Allah com estas palavras transmitidas por Ibn Abbas:

اللَّهُمَّ هذا بَيْتُكَ وأَنَا عَبْدُك وابنُ عَبْدِك وابنُ أَمَتِك، حَمَلْتَنِي على ما سَخَّرْتَ لِي مِن خَلْقِك، وسَيَّرْتَنِي في بِلادِك حتَّى بَلَّغْتَنِي بنِعْمَتِك إلى بَيْتِك، وأَعَنْتَنِي على أدَاءِ نُسُكِي، فَإِنْ كُنْتَ رَضِيتَ عَنِّي فَازْدَدْ عنِّي رِضاً، وإلاَّ فمِنَ الآنَ فارْضَ عَنِّي قَبْلَ أنْ تَنْأَى عَن بَيْتِكَ دَارِي، وهذا أَوَانُ انصِرَافِي إنْ أنت أَذِنْتَ لِي غَيْرَ مُسْتَبْدِلٍ بك ولا ببَيْتِك، ولا رَاغِبٍ عنك ولا عَن بَيْتِك، اللَّهُمَّ فأَصْحِبْنِي العافيةَ في بَدَنِي والصِّحَّةَ في جِسْمِي والعِصْمَةَ في دِينِي، وأَحْسِنْ مُنْقَلَبِي، وارْزُقْنِي طَاعَتَك ما أَبْقَيْتَنِي، واجْمَعْ لِي بينَ خَيْرَيِ الدُّنْيَا والآخِرَةِ، إنَّكَ على كُلِّ شيءٍ قَدِير

 

Allahumma hazha baituka wa ana abduka wa ibna abdika wa ibna amatik, hamaltani ala ma sakharta li min khalqika, wa saiyartani fi biladika hatta balaghtani bini’matika baitik, wa aantani ala ada-i nussuki, fa-in kunta radhita anni fazdad anni ridha, wa illa faminal-aan faardha anni qabla an tan-a an baitika dari, wa hazha awan insirafi in anta azhinta li ghaira mustabdilin wa la raghibin anka wa la an baitika. Allahumma fashabni al afiyah fi badani, was-sahha fi jismi, wal-ismata fi dini wa ahsim munqalabi warzuqni taataka ma abqaitani wajmaa li baina khairai al dunia wal-akhirah, innaka ala kulli chai-in qadir

 

“Ó Allah, esta é a Sua casa e eu sou servo, filho do Seu servo e da Sua serva. Tu me permitiste usar uma das Suas criações para atravessar a Sua terra, com a Tua graça chegar a Sua casa e realizar os rituais do Hajj. Ó Allah, se Tu estás satisfeito comigo, peço para Ti aumentar mais a Sua satisfação, caso contrário, conceda-me a Sua satisfação antes de sair da Sua Casa. Ó Allah, com a Sua permissão, estou partindo porque chegou a hora da minha partida e não por mudar minha atitude contigo e com a Sua casa ou para me afastar de Ti e da Sua casa. Ó Allah, concedei-me a saúde do meu corpo e a proteção da minha religião, abençoe o meu retorno, faça-me obediente a Ti enquanto vivo e concede-me o bem desta vida e da derradeira vida. Por certo, Tu, sobre todas as coisas, é Onipotente”.

 

Ach-Chafii disse que na hora de despedir da Casa de Allah, o peregrino deve ficar no Al-Multazam, ou seja, entre a porta da Caaba e a Pedra Preta.

 

Como realizar o Hajj

 

1 - Ao aproximar-se do Miqat, o peregrino deve aparar seu bigode, cortar seu cabelo e suas unhas, tomar um banho ou fazer a ablução, se perfumar e vestir as roupas do Ihram.

2 - Ao chegar ao Miqat, deve oferecer duas Raka’a e ter a intenção de realizar o Hajj, Hajj e Umrah ou Umrah apenas, conforme o caso.

A intenção é um pilar do Hajj, mas não é necessário especificar o tipo do Hajj, se é Tamattu’, Ifrad ou Qiran.

3 - O peregrino deve começar a Talbiyah e pronunciá-la ao subir uma colina, descer um vale, encontrar uma pessoa, no início da manhã e após cada oração.

4- É desejável que o peregrino tome um banho no poço de Zhi Tiwa em Al-Zaher e entre em Meca por seu lado elevado, se possível.

5 - Entrar na Mesquita Sagrada pela porta de As-Salam fazendo as súplicas recomendadas e Talbiyah com humildade e temência.

6 - Ao ver a Caaba, deve levantar as mãos e suplicar a Allah.

7 - Ir imediatamente até a Pedra Preta, beijá-la ou tocá-la calmamente com a mão e beijar a mão. Se não for possível chegar até Pedra Negra, a pessoa pode apenas apontar na sua direção.

8 - Ficar de frente para a Pedra Preta, fazer as súplicas recomendadas e em seguida iniciar o Tawaf.

9 - Ao fazer o Tawaf, o peregrino, homem, deve descobrir seu ombro direito e andar rapidamente nas primeiras três voltas e andar normalmente nas quatro restantes.

10 - Tocar Al-Rukn Al-Yamani e beijar a Pedra Preta em cada uma das voltas se possível.

11 - Ao terminar o Tawaf, o peregrino deve ir até o Maqam Ibrahim, recitar o versículo: “Adotai a estância de Abraão por oratório” (Alcorão 2:125) e rezar duas Raka’a atrás do Maqam.

12 - Ir até o poço de Zamzam e beber de sua água, tanto quanto possível.

13 - Ir até Al-Multazam e fazer súplicas.

14 - Ir para a Pedra Negra e beijá-la.

15 - Sair pela porta de entrada de Safa e recitar o versículo: “As colinas de Safa e Marwa fazem parte dos rituais de Deus” (Alcorão 2:158).

16 - Subir Safa, ficar de frente para a Caaba e fazer as súplicas recomendadas.

17 - Andar rapidamente entre Al-Milain e depois andar normalmente até Marwa.

18 - Ao chegar a Marwa, o peregrino deve ficar de frente para a Caaba e fazer as súplicas recomendadas.

Assim, terminou a primeira rodada de Sa’i e a pessoa deve fazer isso em cada uma das sete idas e voltas.

O Sa’i é obrigatório e aquele que não o realiza deve sacrificar um animal.

Finalmente, o peregrino que está realizando o Hajj Tamattu’ (Hajj e Umrah com uma pausa entre os dois), deve raspar ou cortar o seu cabelo, e pode tirar as roupas do Ihram, pois a sua Umrah está concluída. Essa pessoa está livre do Ihram e pode até se relacionar com a sua esposa.

Al-Qarin e Al-Mufrid devem ficar em Ihram.

19 - No dia 8 de Zhul-Hijjah, o Mutamatti’ deve iniciar o seu ihram novamente em sua casa e ir com os outros peregrinos até Mina.

20 - Passar a noite em Mina.

21 - Na manhã do dia 9 de Zhul-Hijjah os peregrinos devem partir para Arafah, permanecer na mesquita de Namirah, tomar um banho e rezar o Dhuhr e o Asr abreviados em congregação no tempo da oração do Dhuhr.

22 - Iniciar a parada em Arafah depois que o sol passar o meridiano.

23 - Parar próximo às rochas onde o Profeta (SAW) ficava durante a parada, ficar de frente para Qiblah, fazer súplicas e recordação até o anoitecer.

A parada de Arafah é o pilar principal do Hajj.

24 - Ao anoitecer, os peregrinos devem ir para Muzdalifah, rezar o Maghrib e o Icha’a juntos no tempo da oração do Icha’a e passar a noite lá.

25 - Ao amanhecer, os peregrinos devem ir para Al-Mach'ar Al Haram e fazer recordações até clarear o dia.

Parar no Al-Mach'ar Al Haram é um ato obrigatório, aquele que não o faz deve sacrificar um animal.

26 - Pegar as pedras de Muzdalifah e voltar para Mina.

27 - Após o nascer do sol, os peregrinos devem jogar sete pedras na Jamarah Al-Aqabah.

28 - Sacrificar um animal, se possível.

29 - Raspar ou cortar o cabelo.

Depois de raspar ou cortar o cabelo o peregrino se livra do Ihram, mas não pode ter relação com a sua esposa.

30 - Voltar para Meca e realizar Tawaf Al-Ifadhah ou Tawaf Al-Ziyarah que é um dos pilares do Hajj.

31 - Depois do Tawaf Al-Ifadhah, Al-Mutamatte’ deve realizaro Sa’i.

Al-Muqrin e Al-Mufrid que realizaram o Sa’i na chegada não precisam fazê-lo novamente.

32 - Depois de realizar Tawaf-Al-Ifadhah, o peregrino se livra do Ihram completamente e pode até se relacionar com a sua esposa.

33 - Voltar para Mina e passar a noite lá. Esse ato é obrigatório e aquele que não o realizar deve sacrificar um animal.

34 - Depois do meio-dia do dia 11 de Zhul-Hijjah, o peregrino deve jogar sete pedras em cada uma das três Jamarah, começando com a mais próxima de Mina, em seguida, a do meio, parar e fazer recordações, depois jogar sete pedras na Jamrat Al-Aqabah e ir sem parar.

O peregrino deve jogar as pedras nas três Jamarah bem antes do pôr do sol.

35 - No dia 12 de Zhul-Hijjah, deve repetir os ritos do dia anterior.

36 - Depois de jogar as pedras do dia 12 de Zhul-Hijjah, o peregrino pode voltar para Meca antes do pôr do sol ou ficar em Mina para jogar as pedras do dia 13 de Zhul-Hijjah.

Jogar as pedras é um ato obrigatório e aquele que não o realizar deve sacrificar um animal.

37 - Depois de voltar para Meca, se o peregrino deseja retornar ao seu país de origem, deve executar Tawaf AI-Wada’a (Tawaf da despedida) que é também um rito essencial do Hajj.

O peregrino que não realizar Tawaf Al-Wada’a deve sacrificar uma ovelha.

Em suma, os ritos essenciais do Umrah e do Hajj são:

Os ritos da Umrah:

1 - Al-Ihram no Miqat;

2 - O Tawaf;

3 - O Sa’i;

4 - A raspagem ou corte de cabelo.

 

Os ritos do Hajj:

1 - Al-Ihram no Miqat;

2 - O Tawaf;

3 - O Sa’i;

4 - A parada de Arafah;

5 - Jogar as pedras;

6 - Tawaf Al-Ifadhah;

7 - Permanecer em Mina;

8 - Sacrificar um animal;

9 - Raspar ou cortar o cabelo.

 

Voltar para casa depois do Hajj

 

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “Viajar é um sofrimento, pois a pessoa não come e nem bebe o suficiente. Por isso, quando o viajante termina o seu trabalho, deve voltar rapidamente para sua família”.

Aicha relatou que o Profeta (SAW) disse: “Ao terminar o seu Hajj, a pessoa deve voltar rapidamente para a sua família, assim, a sua recompensa será maior”.

O Profeta (SAW) disse: “O peregrino pode ficar mais três dias após completar seu Hajj”.

 

O impedimento de realizar um rito do Hajj

 

Allah diz: “E completai a peregrinação e Al-Umrah por Allah. E, se fordes impedidos de fazê-lo, impendervos-á o que vos for acessível das oferendas” (Alcorão 2:196).

Este versículo foi revelado no Al-Hudaibiyah quando o Profeta (SAW) foi impedido de visitar a Mesquita Sagrada.

O significado é que estão impedidos de fazer o Tawaf na Umrah, ou de parar em Arafah e de fazer Tawaf Al-lfadhah no Hajj.

Há discordância entre os sábios sobre o significado de “se fordes impedidos”:

Ibn Abbas, Malik e Ach-Chafi'i dizem que serão impedidos pelos inimigos.

Ahmad, Abu Hanifah e a maioria dos sábios dizem que estarão impedidos pelos inimigos por causa de uma doença que pode se agravar pelo movimento ou pela viagem, pelo medo, por perda de provisões, pela morte do Mahram no caso de uma mulher ou qualquer outro motivo semelhante.

Ibn Massud disse que até o homem mordido por uma cobra é considerado impedido.

O peregrino que for impedido de fazer um rito do Hajj deve sacrificar no mínimo uma ovelha, pois o versículo está bem claro em relação a isso.

Ibn Abbas relatou que quando o Profeta (SAW) foi impedido de realizar a Umrah, raspou a cabeça, interrompeu o Ihram e sacrificou um animal. No ano seguinte, realizou uma Umrah para repor a Umrah que tinha perdido.

Baseados nesse Hadith, a maioria dos sábios disse que a pessoa deve sacrificar uma ovelha, uma vaca ou um camelo.

Malik disse que essa pessoa não deve sacrificar animal.

O autor do livro Fath Al-Allam disse que Malik está certo em sua opinião, pois não eram todos os Companheiros do Profeta (SAW), que foram impedidos de fazer a Umrah no ano de Ḥudaibiyah, que tinham animais para o sacrifício. O Profeta (SAW) sacrificou os animais que ele tinha trazido de Medina. Allah diz: “Foram eles, os incrédulos, os que vos impediram de entrar na Mesquita Sagrada e impediram que a oferenda chegasse ao seu destino” (Alcorão 48:25).

1-O local de abater o animal para aquele que foi impedido de chegar aos recintos de Haram:

O autor do livro Fath Al-Allam disse que os sábios divergem em relação ao local de abate no Dia da Hudaibiyah, se estava dentro ou fora dos recintos sagrados de Haram. Allah diz: “E impediram que a oferenda chegasse ao seu destino”. Aparentemente o versículo indica que os animais foram abatidos fora dos recintos sagrados de Haram.

Em relação a este assunto, os sábios se dividiram em três opiniões:

A maioria dos sábios disse que a pessoa que foi impedida pode sacrificar o animal dentro ou fora dos recintos sagrados de Haram.

Abu Hanifah disse que o animal deve ser sacrificado dentro dos recintos sagrados de Haram.

Ibn Abbas e um grupo de sábios dizem que aquele que consegue enviar seu animal para os recintos Sagrados do Haram, deve abatê-lo lá. Se isso não for possível, então pode abatê-lo no lugar onde foi parado e impedido.

2-A Pessoa Impedida deve repetir apenas o seu Hajj obrigatório:

Comentando sobre o versículo do Alcorão: “E, se fordes impedidos de fazê-lo, impendervos-á o que vos for acessível das oferendas” (Alcorão 2:196), Ibn Abbas disse que aquele que iniciou o seu Ihram com a intenção de realizar o Hajj ou a Umrah e foi impedido de chegar aos recintos Sagrados do Haram, deve sacrificar no mínimo uma ovelha. Mas se essa pessoa estava realizando o Hajj obrigatório, deve repeti-lo futuramente.

Malik disse que o Profeta (SAW) e seus companheiros chegaram a Hudaibiyah, sacrificaram os seus animais, rasparam suas cabeças e interromperam o Ihram antes de fazer o Tawaf e antes que as oferendas chegassem até a Caaba, e ninguém relatou que o Profeta (SAW) ordenou que seus companheiros repetissem a Umrah, embora Al-Hudaibiyah estivesse fora dos recintos sagrados do Haram.

Ach-Chafi'i disse que essa pessoa deve abater seu animal e se livrar do Ihram no local onde foi impedido e não é obrigado a repetir o que perdeu, pois Allah não menciona a repetição no versículo.

 

Ao iniciar o Ihram, a pessoa pode ter a intenção de interromper o seu Ihram se tiver doença ou algum outro motivo que o impeça.

Muitos sábios dizem que ao iniciar o Ihram, a pessoa pode ter a intenção de interromper o seu Ihram por causa de uma doença.

Ibn Abbas relatou que o Profeta (SAW) disse para uma mulher que se chamava Dhaba'ah: “Faça a intenção de realizar o Hajj, mas se tiver a intenção de se livrar do Ihram por doença ou algum outro motivo, que faça antes essa intenção”.

Se o peregrino interromper o seu Ihram por causa de uma doença ou outro motivo, mas ao iniciar o seu Ihram para o Hajj ou para a Umrah, intencionou verdadeiramente isso, não deve sacrificar um animal e nem pagar expiação.

 

A Cobertura da Caaba

 

No período pré-lslâmico, os árabes cobriam a Caaba com uma coberta de pano e o Islam manteve essa tradição.

Al-Waqidi disse que foi informado que no período pré-islâmico a Caaba foi coberta com tapetes feitos de pele vermelha. Mais tarde, o Profeta (SAW) a cobriu com um pano iemenita.

Omar e Uthman cobriram a Caaba com um pano branco egípcio.

Al-Hajjaj cobriu a Caaba com um pano de seda.

A primeira pessoa que cobriu a Caaba foi As'ad Al-Himiari conhecido como Tubba’a.

Ibn Omar carregava os seus camelos com um pano egípcio, tapetes e ornamentos e enviava à Meca para cobrir Caaba.

Al-Waqidi também disse que as pessoas costumavam enviar cobertas de pano para a Caaba e enviavam também camelos carregados de pano listrado do Iêmen para cobri-la.

Yazid Ibn Mu'awiyah cobriu a Caaba com um pano de seda.

Ibn Az-Zubair mandava Mus'ab Ibn Az-Zubair enviar uma cobertura de seda para a Caaba para cobri-la na Achura’a.

Said Ibn Mansur relatou que Omar Ibn Al-Khattab costumava pegar as cobertas antigas da Caaba, cortá-las e distribuí-las aos peregrinos que usavam como abrigo do calor de Meca.

 

O Perfume da Caaba

 

Aicha disse: Perfumai a Caaba, pois isso é uma parte da sua purificação.

Ibn Az-Zubair perfumava todo o interior da Caaba. Ele queimava um Ratl de incenso por dia na Caaba e na sexta-feira, queimava dois Ratl.

 

A proibição de atos profanos no Haram

 

Allah diz: “E que nela comete, intencionalmente, profanação ou iniqüidade, fá-los-emos provar um doloroso castigo” (Alcorão 22:25).

Ya'la Ibn Umayyah relatou que o Profeta (SAW) disse: “O monopólio da comida na Mesquita Sagrada é profanação”.

Omar disse que o monopólio de alimentos é profanação.

Ibn Omar veio até Ibn Az-Zubair, que estava sentado em Al-Hijr e disse-lhe: Ó Ibn Az-Zubair! Esteja consciente dos atos profanos enquanto estiver no Haram de Allah! Eu testemunho que ouvi o Mensageiro de Allah (SAW), dizer: “Um homem dos coraixitas violará a sua santidade”.

Mujahid disse que as boas ações e as más ações são multiplicadas em Meca.

Ahmad foi perguntado se aquele que cometer um pecado será marcado para ele mais do que uma má ação e ele respondeu que não, exceto em Meca por causa da sua santidade.

 

A invasão da Caaba

 

Aicha relatou que o Profeta (SAW) disse: “Um exército atacará a Caaba. Ao chegar a um deserto, eles serão engolidos pela terra até o último homem”. Aicha perguntou se no meio deles poderia haver algumas pessoas piedosas e outras que não estariam com eles e o Profeta (SAW) disse: “Todos serão engolidos pela terra, mas cada um será ressucitado de acordo com as suas intenções”.

 

Viajar para as três mesquitas

 

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “Não se deve empreender uma viagem (como forma de adoração) a não ser a três mesquitas: A Mesquita Sagrada (em Meca), a minha mesquita (em Medina) e a mesquita de Al-Aqsa (em Jerusalém)”.

Abu Zharr perguntou ao Profeta (SAW) qual foi a primeira mesquita na face terra e ele (SAW) disse: “A Mesquita Sagrada” (Al-Masjid Al-Haram em Meca). Abu Zharr perguntou da segunda e o Profeta (SAW) disse: “A mesquita de Al-Aqsa” (em Jerusalém). Abu Zharr perguntou-lhe quanto tempo teve entre a construção da primeira e construção da segunda e o Profeta (SAW) respondeu: “Quarenta anos”. Então, ele (SAW) disse: “Onde quer que você esteja na hora da oração, você pode orar, pois a terra toda é uma mesquita”.

Jaber relatou que o Profeta (SAW) disse: “Uma oração feita na minha mesquita é melhor do que mil orações feitas em qualquer outra mesquita, exceto no Al-Masjid Al-Haram. Uma oração feita no Al-Masjid Al-Haram é melhor do que cem mil orações feitas em qualquer outra mesquita”.

Anas Ibn Malik relatou que o Profeta (SAW) disse: “Aquele que realiza quarenta orações consecutivamente na minha mesquita, sem perder nenhuma das orações obrigatórias, será salvo do Inferno, do castigo e da hipocrisia”.

O Profeta (SAW) disse: “Uma oração feita na mesquita de Al-Aqsa é melhor do que quinhentas orações feitas em qualquer outra mesquita, exceto no Al-Masjid Al-Haram e Al-Masjid Al-Nabawi”.

 

Visitar a Mesquita do Profeta (SAW)

 

1-As normas da visita:

- Vestir belas roupas e se perfumar;

- Entrar para a mesquita com o pé direito dizendo:

 

أَعُوذُ بِاللَّهِ الْعَظِيمِ وَبِوَجْهِهِ الْكَرِيمِ وَسُلْطَانِهِ الْقَدِيمِ مِنَ الشَّيْطَانِ الرَّجِيمِ

بِسْمِ الله، والصَّلاةُ والسَّلامُ عَلى رسولِ الله، اللَّهُمَّ اغْفِرْ لي ذُنوبي وافْتَحْ لي أبْوابَ رَحْمَت

 

Auzhu billahil-Adhim wa bi wajhihil-karim wa sultanihil-qadim mina al chaitan al-rajim.

Bismillah wassalatu wassalamu ala rassulillah. Allahumma aghfir li zhunubi waftah li abwaba rahmatika

 

“Protejo-me em Allah, o Poderosíssimo, em Sua Nobre Face, em Sua Autoridade Eterna contra o Satanás Malvado”.

“Em nome de Allah, que as bênçãos e a paz estejam sobre o Mensageiro de Allah. Ó Allah, perdoe os meus pecados e abre-me as portas de Tua misericórdia”.

 

- Ir até Al-Rawdhah e rezar Tahiyat Al-Masjd com calma e humildade.

- Ir até o nobre túmulo do Profeta (SAW), ficar de frente para ele e de costas para Qiblah.

- Saudar o Profeta (SAW) dizendo:

السَّلامُ عَلَيْكَ يا رَسولَ الله السَّلامُ عَلَيْكَ يا نَبيَّ الله السَّلامُ عَلَيْكَ يا خَيْرَ خَلْقِ الله السَّلامُ عَليْكَ يا حَبيبَ الله السَّلامُ عَليْكَ يا سَيِّدَ المُرْسَلين السَّلامُ عَليْكَ يا رسولَ الله رَبِّ العالَمين السَّلامُ عَليْكَ يا قائد الغُرِّ المُحَجَّلين أشْهَدُ أن لا إلَهَ إلا الله، وأشْهَدُ أنَّكَ عَبْدُهُ ورَسولُهُ وأمينُهُ وخيرَتُهُ مِنْ خَلقِهِ وأشْهَدُ أنَّكَ قدْ بَلَّغْتَ الرِّسالة، وأدَّيْتَ الأمانة، ونَصَحْتَ الأُمَّة، وجاهَدْتَ في الله حَقَّ جِهادِه

 

Assalamu alaika ya rassulallah. Assalamu alaika ya nabiyallah. Assalamu alaika ya Khaira khalqillah. Assalamu alaika ya habiballah. Assalamu alaika ya sayyidil mursalin. Assalamu alaika ya rassullallah rabil alamin. Assalamu alaika ya qa-idal ghurril muhajjalin. Achhadu an la ilaha illallah, wa achhadu Annaka 'abduhu wa rassuluhu wa aminuhu wa khiratuhu min khalqihi, wa achhadu Annaka qad ballaghtaal rissalah wa addaital amanahwa nassahtal ummah wa jaahdta fillahi haqa jihadihi

 

“A paz esteja contigo, ó Mensageiro de Allah. A Paz esteja contigo, ó Profeta de Allah. A Paz esteja contigo, ó escolhido por Allah. A Paz esteja contigo, ó amado de Allah. A paz esteja contigo, ó líder dos Mensageiros de Allah. A paz esteja contigo, ó mensageiro do Senhor do Universo. A paz esteja contigo, ó líder de Al-Ghurr Al-Mayamin (aqueles que virão no Dia do Juízo com testas brilhantes e mãos e pés resplandecentes). Eu testemunho que não há divindade além de Allah e eu testemunho que tu és Seu servo e Seu mensageiro escolhido. Eu testemunho que tu realmente transmitiste a mensagem com fidelidade, aconselhou a nação e lutou ferozmente pela causa de Allah”.

 

- Mover-se cerca de um metro para a direita e saudar Abu Bakr Assiddik e em seguida mover-se a direita novamente para saudar Omar Ibn Al-Khattab.

- Ficar de frente para a Qiblah e suplicar para si mesmo, para sua família, amigos, parentes e para todos os muçulmanos.

- O visitante não deve levantar sua voz mais do que o necessário para ouvir a si mesmo. Os responsáveis ​​devem proibir as pessoas de levantar suas vozes, gentilmente e educadamente.

Omar Ibn Al-Khattab viu dois homens levantando suas vozes na Mesquita do Profeta (SAW) e lhes disse: Se vocês fossem moradores dessa cidade, eu teria punido vocês.

- Evitar passar a mão no túmulo ou beijá-lo, pois o Profeta (SAW) proibiu esses atos.

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “Não transformai vossos lares em túmulos (por não fazer orações em casa, ou seja, fazer ao menos as sunnah em casa) e não façais da minha tumba um lugar de festividade, mas invocai as bênçãos para mim, porque vossas bênçãos chegarão até mim, donde quer que estejais”.

Abdullah Ibn Hassan viu um homem que frequentava o túmulo do Profeta (SAW) para fazer súplicas. Então ele disse-lhe: Ó homem, o Profeta (SAW) disse: “Não façais da minha tumba um lugar de festividade, mas invocai as bênçãos para mim, porque vossas bênçãos chegarão até mim, donde quer que estejais”. A este respeito, não há diferença entre você e um homem que está na Andaluzia.

2-Orar e fazer recordações no Al-Rawdhah:

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “O espaço entre minha casa e meu púlpito é um dos jardins do Paraíso”.

     

Oração na mesquita de Quba’a

 

Todo sábado, o Profeta (SAW) costumava ir montado ou a pé para rezar duas Raka’a na mesquita de Quba’a.

O Profeta (SAW) disse: “Aquele que executar a ablução em sua casa, e em seguida ir até a mesquita de Quba’a e oferecer duas Raka’a, terá a recompensa de uma Umrah”.

 

A excelência de Medina

 

Abu Hurairah relatou que o Profeta (SAW) disse: “Na verdade, o Islam está ligado à Medina como a cobra ao seu buraco quando está em perigo”.

Abu Hurairah também relatou que o Profeta (SAW) disse: “Medina é a cúpula do Islã, o lar da fé, a terra da migração e a morada do lícito e do ilícito”.

Omar relatou que, quando os preços aumentaram em Medina e o povo começou a passar dificuldades, o Profeta (SAW) disse para as pessoas: “Sejam pacientes. Eu abençoei as vossas medidas (vosso Sa’a e vosso Mudd). Portanto, se alimentam em grupos. O alimento de uma pessoa será suficiente para alimentar dois, o alimento de duas pessoas será suficiente para alimentar quatro, o alimento de quatro pessoas será suficiente para alimentar cinco ou seis. A bênção está sobre as pessoas que estão em grupo. Aquele que tiver a paciência com as dificuldades de Medina, eu serei o seu intercessor e seu testemunho no Dia do Juízo. Aquele que deixar Medina fugindo de suas dificuldades, Allah o substituirá por alguém melhor do que ele. Aquele que quer mal para Medina, Allah o dissolverá como o sal é dissolvido na água”.

 

A excelência de morrer em Medina

 

Uma mulher de Thaqif relatou que o Profeta (SAW) disse: “Aquele dentre vós que morre em Medina, eu serei o seu testemunho e seu intercessor no Dia do Juízo.

É por isso que Omar pediu a Allah para fazê-lo morrer em Medina e disse: Ó Allah, conceda-me o martírio em sua causa e me faça morrer no Haram de seu Mensageiro (SAW).

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