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As bases da Doutrina |
Antes de começar a enunciar as bases da doutrina, solicito permissão, aos meus leitores, para dizer umas palavras, que, se não têm nada a ver com esse conteúdo, aclaram a sua história e demonstram como cheguei a elas: Ensinava literatura árabe em Bagdad, antes da Segunda Guerra Mundial. Num segundo semestre, me encarregaram de ensinar religião. O programa consistia da interpretação de algumas suratas do Alcorão. E eu aceitei. No início das aulas, verifiquei que os alunos estavam nervosos. Acostumado, que estava, a vê-los, na aula de literatura, tranqüilos, fiquei surpreso ao vê-los distraídos e perdendo tempo. Dei-me conta de que o motivo disso era a sua debilidade na fé, e lhes disse: "Guardem o Alcorão e escutem-me." Subitamente, Deus me inspirou, e sem preparação anterior, fiz um novo estudo sobre a fé e coloquei nele algumas bases. Seu resumo foi publicado em "A Mensagem" em 1937 ou 1938, e está em meu livro "Pensamentos e Estudos". Quando me encarregaram de fazer o programa dos colégios religiosos, na Síria, nos dias da União com o Egito, fi-lo e ele foi aplicado como indiquei. Introduzi essas bases da doutrina no programa e assinalei o que escrevi como um livro de consulta. Um outro escritor as atribuiu a ele próprio e as plagiou em seu livro, porém não logrou êxito, porque, mesmo adotando o mesmo método, se perdeu no final da análise. Quando me aposentei, era conselheiro do Tribunal de Cassação. Fui a Riyad e mais tarde a Makka, para ensinar na Faculdade de Pedagogia. Revisei estas bases e acrescentei-lhes outras, até chegar a oito, que vou enunciar. As bases da doutrina: Primeira Base: Não duvido da existência daquilo que aprendo com os meus sentidos. Esta é uma evidência racional e axiomática. Sem dúvida, posso andar pelo deserto, ao meio-dia, e ver um reservatório de água, claramente, ante os meus olhos; porém, ao chegar a ele, encontro-me só com a areia, já que o que via era só uma miragem. Se coloco um lápis, reto, em uma vasilha de água, vejo-o torto, sem que ele se tenha quebrado. Igualmente, quando alguém assiste a uma peça, onde a conversação versa sobre gênios e duendes, e logo vai para a sua casa, se o caminho é solitário e tenebroso e a pessoa é medrosa e imaginativa, verá, diante dela, um gênio ou um duende. Não só o verá, mas sentirá a sua existência e não terá dúvida alguma de que o viu. Também os bruxos e feiticeiros mostram maravilhas que, ainda que as vejamos não são autênticas. Os sentidos se equivocam, pois se enganam, confundem-se e confundem o seu dono. Então, posso duvidar da existência do que sinto? Não, porque se duvidar do que vejo, ouço e sinto, confundir-se-ão, em mim, as realidades com as fantasias, e então eu e o lunático estaremos no mesmo nível. Gostaria de acrescentar outra condição, para conseguir a certeza da existência do que sinto: não posso permitir que a razão julgue baseada em experiências prévias, e declarar que o que sinto é imaginação ou fantasia. A razão só se engana uma vez. Por exemplo, pode considerar a miragem como água; mas, quando a vir pela segunda vez, dar-se-á conta de que é uma miragem. A razão julga, depois de ver o lápis pela primeira vez, que continua reto como estava, mesmo que pareça torto, para a vista. Os assuntos que fazem com que nos equivoquemos ou que confundem os nossos sentidos, são limitados, contados e conhecidos, pelo que não invalidam a regra, nem a influenciam. Entre esses assuntos, estão as práticas dos magos do Faraó, ou o que fazem os mágicos dos circos, em nossos dias. Segunda Base: A certeza não se consegue apenas pelos sentidos e pela observação, mas também por uma transmissão de alguém, em cuja veracidade acreditamos. Há coisas que nunca vimos ou sentimos, porém estamos persuadidos da sua existência, como se as tivéssemos visto ou sentido. Assim, asseguramos a existência da Índia ou do Brasil, sem tê-los visitado ou visto, ou que Alexandre Magno invadiu a Pérsia, ou que Al Walid Ben Abdel Malik construiu a Mesquita dos Bani Omaiya, sem ter assistido às guerras de Alexandre, nem visto a construção da Mesquita. Se cada um de nós reparasse em si mesmo, descobriria que afirma mais sobre a existência de coisas que não viu do que sobre as que já viu, como cidades e países ou acontecimentos da história, passados e presentes. Como estamos seguros, então, da existência de coisas, sem as ter apreendido pelos sentidos? Temos certeza delas, porque foram transmitidas de comunidade em comunidade, e não imaginamos a possibilidade de que confabularam para inventar essas notícias e transmiti-las falsamente. Terceira Base: É incorreto negar a existência das coisas, pelo simples fato de não as apreendermos pelos nossos sentidos. A que distância do saber podem alcançar os sentidos? Conseguem aprender sobre tudo o que existe? O espírito humano, em |
· Enviado por admin em 31/12/2009 13:38 · 3838 Leituras · |
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