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Said B. Al Jumahi
Said Amir al Jumahi

Dr. Abdulrahman Ráafat Bacha
Tradução: Prof. Samir El Hayek


“Said Amir al Jumahi foi um homem que comprou a Vida Futura com a sua vida terrena, e deu preferência a Allah e ao Seu Mensageiro a todos os outros.” (Historiadores)

O jovem chamado Said b. Amir al Jumahi foi um, dentre as centenas de pessoas, que tinham ido a Al Tanim, nos arredores de Makka, atendendo ao chamado dos líderes da tribo dos Coraixtas, para testemunharem a morte de Khubayb b. Adi, um dos companheiros de Mohammad (S), que havia recentemente sido capturado por meio de traição.

A vigorosa energia e a força exuberante de Said b. Amir fizeram com ele fosse capaz de abrir caminho por entre a multidão. Postou-se lado a lado com os chefes dos Coraixtas, como Abu Sufyan b. Harb, Safwan b. Umaiya e outros, que dirigiam a procissão.

De sorte que foi capaz de ver o prisioneiro dos Coraixtas agrilhoado, empurrado para a frente por jovens, mulheres e crianças, para o local da execução. Iam-se vingar de Mohammad (S) por meio dele, e sua morte seria para vingar aqueles deles que haviam tombado na batalha de Badr.

Quando a multidão crescente chegou com o seu prisioneiro ao local preparado para a execução, o jovem e alto Said b. Amir al Jumahi passou a olhar fixamente para o Khubayb, conforme este estava sendo preparado para ser assassinado. Em meio aos gritos das mulheres e crianças, ele ouviu a voz calma e firme do condenado que dizia:

“Se vós me permitirdes fazer dois raka de oração antes da minha morte... fazei-me esse favor!”

Said observava Khubaib, conforme este tomava distância na direção da Caaba, e orava dois belos e dignificados raka. Depois viu-o dirigir-se em direção ao líder do povo, e dizer:

“Juro por Allah que se não fosse pelo fato de achardes que me demoro muito na oração, por medo da morte, iria orar muito mais.” Então Said testemunhou o seu próprio povo procurar mutilar Khubaib, fazê-lo em pedaços, conforme diziam:

“Gostarias que Mohammad estivesse no teu lugar, e tu, a salvo, no lugar dele?”

Said ouviu a resposta do moribundo, à medida em que a vida se lhe fugia:

“Por Allah, eu não desejaria estar a salvo e seguro, com minha esposa e meus filhos, se Mohammad (S) fosse ser espetado por um espinho, por causa disso!”

Os gritos do povo tornaram-se berros – seus braços brandindo em franco frenesi –, conforme clamavam:

“Matai-o, matai-o!”

Então ele viu o Khubaib elevar o olhar, de onde estava sendo crucificado, e ouviu-o dizer:

“Ó Allah, conta quantos são, e extermina-os. Não deixes escapar nenhum deles”, conforme dava o último suspiro, pendendo o corpo todo marcado por cutiladas e estocadas.

Os Coraixtas voltaram para o centro de Makka e, na grande corrida dos eventos que se seguiram, esqueceram-se de Khubaib e da sua morte. Porém, o jovem que estava rapidamente tornando-se maturo, Said b. Amir al Jumahi, era incapaz de esquecer, por um só momento, o Khubaib. Quando dormia, via-o em sonho, e visualizava o modo como ele orara com tranquilidade, bem defronte ao ponto em que iria ser assassinado. O amaldiçoamento contra os Coraixtas soava-lhe aos ouvidos, e ele temia que a qualquer momento iria ser atingido por um raio ou meteoro.

Khubayb tornou Said consciente de algo que ele antes não sabia. Ensinou-lhe que a verdadeira vida é a da crença do indivíduo, e se resume na luta até à morte pelo bem dela. Ensinou-lhe ainda que a fé estrênua pode fazer maravilhas, e fazer com que os milagres aconteçam. Em suma, ensinou-lhe que o homem que pode incutir nos seus seguidores o amor que Mohammad (S) havia incutido, deveria ser um profeta vindo do céu.

Foi assim que o coração de Said b. Amir se abriu para o Islam; um dia, estando ele de pé, num ajuntamento público, renunciou à tribo dos Coraixtas e aos seus atos malignos, e renunciou aos seus ídolos e totens. Foi assim que entrou para a religião de Allah.

Said B. Amir efetuou a hijra para Madina, onde se tornou um constante companheiro do abençoado Profeta (S), e participou com ele da batalha de Khaibar e de subseqüentes diligências militares.
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