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Ajuste fino do universo (parte 3 de 8): Quatro exemplos

1.  Ajuste fino para permitir um planeta habitável

FineTuning3.jpgQuando pensamos sobre as condições específicas necessárias mais perto de casa em nosso sistema solar e na Terra, constatamos que existem vários parâmetros que devem estar corretos para que a vida seja possível.  Vários fatores devem estar finamente ajustados para ter um planeta que suporta vida:

·       Deve ter um sistema solar único, para suportar órbitas planetárias estáveis. 

·       O sol deve ter a massa correta.  Se fosse maior, seu brilho mudaria muito rapidamente e não haveria muita radiação de energia elevada.  Se fosse menor, a faixa de distâncias planetárias capaz de suportar vida seria muito estreita; a distância certa seria tão próxima da estrela que forças de maré perturbariam o período rotacional do planeta.  A radiação ultravioleta também seria inadequada para a fotossíntese.

·       A distância da terra ao sol deve ser exata.  Muito próximo e a água evaporaria, muito longe e a terra seria muito fria para vida.  Uma mudança de apenas 2% e toda a vida cessaria. 

·       A Terra deve ter massa suficiente para reter uma atmosfera. 

·       A gravidade de superfície e a temperatura também são fundamentais dentro de uma pequena porcentagem para que a Terra tenha uma atmosfera que sustente a vida - retendo a mistura de gases correta necessária para a vida. 

·       A Terra deve girar na velocidade certa: muito lenta e as diferenças de temperatura entre dia e noite seriam muito extremas, muito rápida e a velocidade do vento seria desastrosa. 

·       A gravidade da terra, a inclinação axial, período de rotação, campo magnético, espessura da crosta, razão oxigênio/nitrogênio, dióxido de carbono, vapor de água e níveis de ozônio têm que ser exatos.

O astrofísico Hugh Ross[2] lista muitos desses parâmetros que têm que estar finamente ajustados para a vida ser possível e faz um cálculo aproximado, mas conservador de que a chance de tal planeta existir no universo é de aproximadamente 1 em 1030.

2.  Ajuste fino da "ressonância" de carbono

A vida requer muito carbono, que faz moléculas complexas.  O carbono é formado pela combinação de três núcleos de hélio ou pela combinação de núcleos de hélio e berílio.  O carbono é como o cubo de roda em um brinquedo de encaixe: pode-se ligar os elementos a moléculas mais complicadas (vida com base em carbono), mas as ligações não são tão fortes que não possam ser rompidas novamente, para fazer outra coisa.

O eminente matemático e astrônomo Fred Hoyle constatou que para isso acontecer os níveis de energia do estado fundamental nuclear têm que estar finamente ajustados entre si.  Esse fenômeno se chama "ressonância".

O nível de ressonância de carbono é determinado por duas constantes: a "força forte" e a "força eletromagnética".  Se desorganizar essas forças ligeiramente, perde carbono ou oxigênio.  Se a variação fosse maior que 1% em uma direção ou outra, o universo não poderia sustentar vida. 

Hoyle confessou mais tarde que nada tinha abalado tanto seu ateísmo quanto essa descoberta.[3]

3.  Ajuste fino da força nuclear forte

A "força forte" é a força que liga prótons e nêutrons em núcleo.  Se a constante da força forte fosse 2% mais forte, não haveria hidrogênio estável, não haveria estrelas de vida longa e compostos contendo hidrogênio.  Isso porque o único próton no hidrogênio se ligaria a tudo e não sobraria nenhum hidrogênio!

Se a constante da força forte fosse 5% mais fraca, não haveria estrelas estáveis e poucos elementos, além de hidrogênio.  Isso porque não seria possível construir os núcleos de elementos mais pesados, que contêm mais de 1 próton.

Assim, ou se ajusta a força forte para cima ou para baixo, perdendo estrelas que servem como fonte de energia ou perdendo química complexa necessária para a vida.

4.  Razão entre força nuclear forte e força eletromagnética

Se a razão entre a força nuclear forte e a força eletromagnética tivesse sido diferente em 1 parte em 1016, nenhuma estrela teria se formado.  Aumente-a em somente 1 parte em 1040 e só podem existir estrelas pequenas, diminua-a na mesma quantidade e só haverá estrelas grandes.  Deve-se ter estrelas grandes e pequenas no universo.  As grandes produzem elementos em suas fornalhas termonucleares e apenas as pequenas queimam por tempo suficiente para sustentar um planeta com vida.[4]

Para colocar 1040 em perspectiva, ter uma precisão de uma parte em 1030 (um número muito menor) é como atirar e atingir uma ameba no limite do universo observável!

Arno Penzias, um físico americano ganhador do Nobel que co-descobriu a radiação cósmica de fundo e ajudou a estabelecer o Big Bang, resume o que vê:

"A astronomia nos leva a um evento único, um universo que foi criado do nada, com um equilíbrio muito delicado necessário para prover exatamente as condições certas exigidas para permitir vida e que tem um plano (que se pode chamar de "sobrenatural") inerente."[5]

 
Notas de rodapé:

1.  Ross, Hugh.  2001.  The Creator and The Cosmos.  Colorado Springs, Co: NavPress.  145-157. 
2.   Bradley, Dr. Walter.  Is There Scientific Evidence for the Existence of God? How the Recent Discoveries Support a Designed Universe.  On-line.  Disponível na internet:
http://www.leaderu.com/real/ri9403/evidence.html, acessado 10 de março de 2014.
3.  Spitzer, Robert.  2010.  New Proofs for the Existence of God: Contributions of Contemporary Physics and Philosophy.  Grand Rapids/Cambridge: Wm.B.  Eerdmans Publishing Co.  50-56.

[2] Davies, Paul.  1988.  The Cosmic Blueprint.  Nova Iorque: Simon and Schuster.  138-139.

[3] Gingerich, Owen.  2000.  "Do The Heavens Declare?" em The Book of the Cosmos, ed.  Danielson, Richard Dennis.  Cambridge, MA: Perseus Publishing.  524-525.

[4] Davies, Paul. 1983.  God and the New Physics.  Londres: J. M. Dent and Sons.

[5] Margenau e Varghese eds.  1992.  Cosmos, Bios, and Theos.  La Salle, IL: Open Court.  83.

http://www.islamreligion.com/pt/articles/10524/ajuste-fino-do-universo-parte-3-de-8/

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